Limitless começou meio desajeitada e, já no piloto, ficou claro (para mim) que as chances de perder-se na história eram grandes. No entanto, pouco a pouco Craig Sweeny – o criador – foi acertando o tom e, bom, o resultado tem sido fantástico! Dos momentos mal construídos do primeiro episódio a série passou à exibição de uma narrativa bem estruturada e gostosa de assistir. Sem dúvida, Limitless é uma das melhoras estreias da temporada! Eis os porquês:

Filme

Seguindo a tendência, a narrativa de Limitless está ancorada em outra mídia. A série é uma espécie de continuação do filme homônimo, de 2011, e abre espaço para mais desdobramentos (outro filme, quem sabe?). Como em toda boa narrativa transmídia, Limitless faz com que busquemos mais informações. Quem aí não assistiu ao filme novamente, após começar a assistir à série? A gente fica atrás de mais respostas, de elementos que enriqueçam a narrativa como um todo. A esta altura, o que for lançado irei consumir: seja outro filme, websodes, ou qualquer outra ramificação que faça com que a história seja explorada por todos os ângulos.

Bradley Cooper

Não, não vou falar sobre a beleza do ator… (mas estou pensando hehehe)
Este tópico completa o de cima. A escolha por inserir o personagem de Cooper na série não foi a toa, muito pelo contrário! Obviamente, não sabemos os motivos exatos por trás de sua presença na série, mas temos algumas ideias. No filme, Eddie Morra fala sobre precisar de dinheiro para atingir seu objetivo, mas não é explicado qual seria o objetivo. A série ainda não deu essa resposta também, no entanto, há um avanço na carreira de Morra, que agora é senador – provavelmente um passo em direção ao tal objetivo. Vemos, também, uma mudança de comportamento. A esta altura não está claro se Morra é vilão ou mocinho. No filme, embora cometa atos questionáveis, ele está longe de ser vilão. Já na série, existem alguns indicativos de sua vilania: ele mantém Brian sob seu comando e chega a ameaçar sua família. A mudança do personagem parece estar alinhada à busca pelo tal objetivo. Veremos!

Fotografia e efeitos

A série manteve o mesmo peculiar padrão de fotografia e efeitos visuais do filme que, convenhamos, é bem interessante! Quando sob o efeito de NZT, Brian vê o mundo de outra forma, pois seus sentidos são aprimorados. O legal é que mesmo que não mostrasse o personagem tomando a pílula (o que não me lembro de já ter acontecido), conseguiríamos dizer quando ele estivesse sob seu efeito. O primeiro aspecto fotográfico a mudar é a cor; quando Brian toma NZT há uma distorção das cores e percebemos as imagens alaranjadas – uma espécie de filtro sépia.

Aliados à cor estão diversos efeitos visuais. Brian tem conversas consigo mesmo e não só em sua cabeça; nessas cenas ele vê-se fora de seu corpo e interage consigo mesmo como se fosse outra pessoa. Em algumas cenas há a inserção de vários ‘Brians’ juntos – um artifício bem legal para ilustrar a rapidez de sua atividade cerebral.

Outros efeitos visuais interessantes são as representações de seus pensamentos, ilustradas de maneiras diversas. Quando Naz (Mary Elizabeth Mastrantonio) vai a Washington, ele visualiza a cena como um game antigo. Brian Finch cria cenários elaborados em sua cabeça para fugir de algumas situações como, por exemplo, ver-se interagindo com um personagem – de um programa que assistia na infância – sempre que palavras desagradáveis são faladas. Há animações, games e uma infinidade de efeitos visuais para ilustrar o funcionamento das funções cerebrais de Brian sob o efeito da droga.

Elenco

Confesso que ver Jake McDorman como protagonista não me animou de início. Mas aí é um problema meu, que tenho grande dificuldade de dissociar o ator de um personagem que eu não tenha gostado – detestava o Evan de Greek. Só que agora já nem me lembro mais de Evan quando assisto Jake como Brian Finch! Ele é muito bom, passeia bem pelos gêneros (consegue emocionar e fazer rir) e é super carismático.
Mais uma vez como uma policial, desta vez agente do FBI, temos Debra fucking Morgan (Dexter), quer dizer, Rebecca Harris (Jennifer Carpenter). Não consigo dizer se Jennifer é uma excelente atriz, pois só a conhecia por Dexter e os papeis são bem similares, mas acho Rebecca uma excelente personagem. Ela é a primeira a confiar em Brian e, se não estragarem com romances desnecessários, será sempre seu braço direito. Hill Harper é ótimo como o policial linha dura Spellman Boyle – ele não dá uma folga ao Brian, ou seja, é o oposto de Rebeca. Acho necessário esse equilíbrio.
Por último, mas não menos importante, destaco os agentes Ike (Tom Degnan) e Mike (Michael James Shaw) e a interação com Brian. Os personagens vão ganhando mais destaque (e falas) com o passar dos episódios e suas cenas são sempre muito engraçadas. O ápice ocorre no episódio 11, se não me engano, quando há uma mudança na dinâmica da relação dos três (não contarei mais para não dar spoiler).

Humor

Bom, deixei para o final o que é o melhor da série, em minha opinião. Apesar de não se tratar de uma comédia, Limitless tem cenas engraçadíssimas! Algumas interações são quase sempre de caráter cômico, como entre Brian e os agentes Ike e Mike (começando pelos apelidos).
As ‘viagens’ do protagonista são hilárias, assim como alguns comportamentos, como quando mandou SMS para a lista de contato de Johnson (ator convidado, Greg Germann), como se fosse ele, dizendo ter um micro pênis. Quem lembra? Hahaha

Independente do que esteja acontecendo, Brian normalmente tem uma atitude positiva diante das situações. O astral da série é bem para cima, o que a torna muito boa de assistir.

E você, acha que faltou algum motivo para assistir Limitless? Não deixe de contar o que acha mais legal na série! A primeira temporada volta do hiato no dia 10 de fevereiro, nos EUA.