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Agents of S.H.I.E.L.D – 4×02 Meet the New Boss

Por: em 30 de setembro de 2016

Agents of S.H.I.E.L.D – 4×02 Meet the New Boss

Por: em

Se a season premiere de Agents of S.H.I.E.L.D colocou as peças em seu devido lugar para começar o grande jogo que será a temporada, Meet the New Boss deu seguimento aos movimentos, acrescentando novas informações, desenvolvendo dramas antigos e dando a entender que, assim como nos anos anteriores, todas as subtramas estão interligadas e nada está fora do lugar. Em algum momento não muito distante, as ligações serão feitas, ficaremos de boca aberta e continuaremos a elogiar essa série, que ano após ano, mostra que tem muita lenha pra queimar.

diretor-novo

Começando pelo que o título sugere, falemos de Jeffrey, o novo diretor da S.H.I.E.L.D. Semana passada, ele foi apenas citado. Agora, temos um nome, um rosto e várias coisas a se discutir a respeito do homem escolhido para ser o sucessor de Phil Coulson depois que esse, por livre e espontânea vontade, abriu mão do cargo. Fiquei um pouco surpreso com a revelação, já que tudo levava a crer que Coulson na verdade havia sido rebaixado, mas parando pra analisar agora, faz sentido que Phil tenha resolvido abrir mão de ser Diretor acreditando que isso significaria a volta das cinzas de uma agência cada vez mais envolvida em problemas e prestes a afundar. Ele sabia que, para fazer com que a S.H.I.E.L.D voltasse aos tempos de ouro, era necessário o bom e velho apoio popular, que só um novo rosto poderia trazer. E com isso, ganhamos Jeffrey.

O que está por trás da escalação, ainda é um mistério, mas certamente tem muita coisa a ser contada aí. A revelação de que o novo Diretor é também um Inumano já mostra, de cara, que as coisas mudaram internamente e que existem planos maiores por trás de sua ascensão ao poder. Pra completar, também já ficou claro que o caminho para a volta da legalização da agência inclui uma dolorosa burocratização. Sem mais orçamentos folgados, sem construções faraônicas e regulada sob a “égide” da ONU e dos Acordos de Sokovia. Essa é a cara que Jeffrey está trazendo à S.H.I.E.L.D; a cara que ela colocará novamente no mundo e que pode trazer consigo muito mais problema do que solução.

Colocar o antigo Diretor para servir de historiador muito menos (por mais legal que seja ouvir sobre R.C.E e Peggy Carter, eu e você sabemos que não é pra isso que Phil está ali). No fim das contas, dá pra desconfiar até mesmo do fato dele ser Inumano e Jemma está mais do que certa em fazer de tudo para ganhar sua confiança. Nesse episódio, a coisa acabou sobrando pra May, que acabou tendo sua “infecção” descoberta. O que Jefrrey irá fazer com ela, nem nós nem Coulson sabemos, mas é bem óbvio que o ex-diretor não vai esperar de braços cruzados para descobrir. Ter escondido dele os planos uma de suas maiores aliadas não é um bom sinal.

A prisão de May depois do surto nos leva diretamente a outra das tramas que ganharam mais desenvolvimento essa semana: O que foi, de fato, libertado da caixa. A cena inicial do episódio tratou de revelar que o espírito da moça – Lucy – que infectou May e os outros não vai ser a única ameaça sobrenatural que eles irão enfrentar. Esse enfoque do lado mais místico do universo Marvel é interessante por vir justamente no momento me que o cinema também irá por essa área, com a estreia de Doutor Estranho, em novembro. O roteiro ainda não deu nenhuma pista do que de fato são Lucy, Hugo e os demais “espíritos” (bora chamar assim), mas já sabemos que ele estão em busca de algo chamado Darkhold e que acabaram presos nas caixas há algum tempo devido a essa busca. O que eles querem agora parece ser vingança, restituição e completar sua tarefa.

robbie-reyes

No outro ponto do episódio, Robbie volta a ser o foco, graças a uma destemida Daisy, cada vez mais disposta a descobrir o que existe por trás do misterioso vigilante que quase a matou na noite anterior. É interessante perceber como, nas diferenças, Daisy e Robbie encontram mais em comum do que imaginam. Ele vendeu sua alma ao diabo; ela, ao procurá-lo insistentemente, faz algo parecido por não acreditar mais ser digna de viver – por mais que lá, no fundo, talvez nem ela saiba que tenha esse desejo, ainda consequência do luto pela perda de Lincoln. O momento em que Robbie a questiona sobre seu desejo pela morte e encontra a foto do inumano morto nas coisas dela ilustra perfeitamente isso. No fundo, ele parece entendê-la, já que quando ela cita Gabe, seu irmão paralítico, ele muda totalmente de postura. Robbie pode ainda não saber o que é perder alguém que ama muito, mas consegue imaginar o suficiente a dor ao ponto de entender um pouco a confusão mental que é Daisy nesse momento.

Ver o Ghost Rider (desculpa, gente, é complicado falar “Motoqueiro” quando ele está usando um carro até agora o tempo todo) salvando Fitz e Mack de Lucy e sua trupe foi o que Daisy precisava para entender que, no fundo, Robbie não é uma pessoa tão ruim quanto parece. Ele é alguém que procura por uma justiça pessoal cega, mas que mesmo tendo sua alma vendida, ainda guarda resquícios de humanidade que consegue controlar vez ou outra e o fazem agir adequadamente e a recém formada aliança entre os dois no momento final, com a confissão relutante de que, talvez, ele tenha um dedo na libertação dos “espíritos” também mostra isso. Onde essa nova união vai dar, não dá nem pra ter ideia ainda – e esse é um dos pontos que torna a temporada tão empolgante.

mack

A coisa triste disso tudo é ver a antiga relação de Daisy com Mack e Fitz ruir. Talvez uma das cenas mais fortes do episódio, o momento em que Fitz, carregado de uma mágoa enorme que poucas vezes demonstrou, afirma categórico que Daisy abandonou a todos eles é melancólica e uma forma do roteiro de dizer que tudo não vai voltar a ser como antes da noite pro dia. Mack é mais contido, mas no seu olhar, também dá pra perceber que ele carrega uma decepção e uma dor muito grande por Daisy simplesmente ter ido embora. O pedido quase suplicante de “Volte para casa” deixa toda a situação ainda mais constrangedora e, pra Daisy, vai ser difícil reconstruir as pontes dessas ligações no futuro.

Vi muita gente questionando a atitude dos dois, principalmente o modo ríspido como Fitz a tratou, mas acho que, no fundo, não existe certo ou errado nessa história. É claro que a perda de Lincoln afetou muito mais a garota, mas Fitz e Mack também eram amigos dele e sentiram a dor da perda. Passaram por ela juntos, com o também apoio de Jemma e Coulson. A relação entre a equipe se enfraqueceu, é claro, mas nenhum tomou uma atitude tão radical quanto a de Daisy – o que, volto a dizer, não é errado. Cada um precisa sentir a dor à sua própria maneira e talvez todos eles só precisem entender isso para que tudo volte a ficar bem.

Por agora, fica a tristeza e, principalmente, a torcida para que esse momento não demore muito.

Easter-Eggs e outra observações:

— Eu gosto bastante quando a série cita diretamente o MCU e, por isso mesmo, adorei ver isso aqui:

steve-rogers

— Pouca gente deve ter reparado, mas na primeira cena de Jeffrey, podemos ver que seu sobrenome é MACE. Nos quadrinhos, Jeffrey Mace é também conhecido como “Patriota”, um personagem dos anos 40 que, inspirado pelo Capitão América, à época no auge, decidiu se tornar um herói por conta própria, mesmo sem poderes – o que não parece ser o caso da série, já que Jeffrey foi apresentado como inumano. Mas fica a referência bacana.

patriota

— Robbie afirmou que vendeu sua alma ao diabo nesse episódio, mas nos quadrinhos, sua origem é diferente. Ele acaba possuído após entrar em uma corrida de rua para conseguir dar uma vida melhor ao irmão. De qualquer forma, a questão do pacto da alma casa com outros Motoqueiros Fantasmas das HQ’s e mostra que a série vai fazer algo híbrido e original.

— Nos quadrinhos, o Darkhold citado pelos “fantasmas” é um tipo de livro mágico, também conhecido como Book of Damned ou Book of Sins, e que foi escrito por um deus antigo chamado Chthon. Quem usava o livro, acabava possuído pelo deus e perdia sua alma. Em uma história, o Doutor Estranho ganhou controle do Darkhold, então por mais que ainda não tenha havido referência direta, podemos esperar uma ligação entre o filme e a série.

— Fique com a promo de Uprising, episódio do dia 11 de outubro. Até lá!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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