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Agents of S.H.I.E.L.D. – 4×13 BOOM

Por: em 11 de fevereiro de 2017

Agents of S.H.I.E.L.D. – 4×13 BOOM

Por: em

Naquele que é fácil um dos melhores (se não o melhor) episódios de uma temporada extremamente regular, Agents of S.H.I.E.L.D mais uma vez promoveu viradas não esperadas tão cedo na história e mostrou pra aqueles que a criticam que ela ainda tem muita, muita lenha pra queimar. 

Ou realmente alguém esperava que o roteiro se livraria tão cedo da Senadora Nadeer? Achei que ela continuaria atormentando a S.H.I.E.L.D. até o episódio 16 ou 17, no mínimo, então foi uma surpresa e tanto vê-la indo pelos ares junto com seu escritório após a Terrigênese de Shockley. E que bela ironia, não? O cara é um dos maiores odiadores de Inumano, faz parte de um grupo destinado a destruí-los e quando tenta ativar um suposto gene em outra pessoa, descobre que ele mesmo o carrega. A transformação de Shockley em uma bomba humana é sem dúvida um dos pontos mais legais do episódio, não só pelo clima de perseguição e volta as origens que ele trouxe, mas também pela visão narrativa que isso traz para a história. Apontar o dedo e julgar o outro por ser diferente, sem olhar pra si próprio antes disso, é de uma grande hipocrisia e Shockley não percebeu isso, já que mesmo transformado, se recusar a aceitar sua natureza e quer continuar na guerra contra os Inumanos. As sequências de luta dele contra Daisy foram ótimas e agora que ele foi levado pela S.H.I.E.L.D, pode ser um futuro aliado interessante.

E enquanto Shockley lidava com sua transformação, Mace tinha que lidar com a situação oposta ao descobrir que o soro que lhe confere poderes pode ser letal, forçando-o a tentar reencontrar seu lugar dentro da agência. Pra alguém que estava até então acostumado a simplesmente tomar uma injeção e ganhar superforça e que responde oficialmente por uma agência tão grande como a S.H.I.E.L.D, ficou claro que não foi nada fácil para Mace receber a notícia de que o soro se tornava mais letal a cada vez que era injetado e que ele não poderia mais usá-lo. O mais bacana desse plot todo foi ver como a interação de Jeffrey com o resto do time mudou desde que não há mais segredos entre eles. Daisy e Simmons agora soam muito mais amigas do que parceiras de trabalho e certamente elas serão as primeiras a encabeçar o resgate do diretor, agora nas mãos do Superior.

Falando nele, ainda existe algo de muito estranho em torno do cara. Esse ódio todo por Inumanos não deve ser algo que simplesmente brotou da noite pro dia e o personagem traz consigo uma aura de mistério, de algo mal contado, de alguém que a qualquer momento vai atirar nas costas de todos aqueles que considera amigos. Uma mente aparentemente tão imprevisível passível de ser controlada pelo Darkhold é uma fórmula bastante perigosa e, se eu fosse apostar em algo agora, seria em que breve, Holden se reconecta a S.H.I.E.L.D. e, de alguma forma, a reta final da temporada será algo como todos contra ele.

Por enquanto, seguimos ganhamos mais partes do plano megalomaníaco de Radcliffe, que aparentemente foi um grande fã da 3ª temporada de The 100 e decidiu criar sua própria A.L.I.E e sua Cidade da Luz. Referências à parte, é bem interessante o conceito que ele traz de criação de um novo mundo virtual, onde não há dor, nem perda, nem sofrimento. É bem óbvio que esse tal de Framework tem mais coisas boas do que ruins envolvidas nele, mas não dá pra negar que, na aparência, é algo chamativo, interessante e que deixaria qualquer – especialmente aqueles sem esperança no mundo – tentado a apostar. É, mais uma vez, a prova de que, de alguma forma, Holden Radcliffe passa por um pesado Complexo de Deus e acredita piamente que tem em suas mãos o poder de dar e tirar vida.

O que me surpreendeu foi Agnes cair nessa história novamente. Foi ótimo conhecer a “original” de Aida (nunca tinha parado pra pensar que realmente deveria existir uma, porque ele não a criaria do nada) e até mesmo deu uma redimensionada um pouco maior aos planos de Holden. É claro que ele ainda é um megalomaníaco e que os fins não justificam os meios, mas dá um pouco de dor no coração saber que o ponto de partida de tudo isso foi não conseguir encontrar a cura para um tumor no cérebro da mulher que amava. Coulson mesmo nesse episódio estava aí para provar que muitas vezes a gente está disposto a atravessar limites que antes não teríamos coragem pelo amor. A discussão entre ele e Mack sobre seguir tentar convencendo Agnes a colaborar com eles foi ótima para mostrar isso. Eu entendo os dois lados, tendo um pouco mais pro Mack (Agnes estava morrendo, queria uma vida sossegada, longe de tudo que a fez mal um dia… Mudar isso da noite pro dia é pesado), mas não dá pra culpar Coulson por tentar tudo que estava ao seu alcance para salvar May.

E talvez, só talvez, esse desejo cego foi exatamente o que impediu que o plano desse certo. Por mais que Agnes tivesse decidido ajudá-los depois da ótima conversa que eles tiveram no apartamento dela, não dá pra engolir muito que ele e Mack não pensaram em algum tipo de Plano B caso a moça caísse novamente na lábia de Holden, como aconteceu. A proposta do Framework foi tentadora demais e mesmo que Mack e Coulson não soubessem disso, foi vacilo não pensar que velhos sentimentos poderiam interferir no julgamento dela, que agora é a segunda cobaia desse “admirável mundo novo” que Radcliffe decidiu criar.

Sigo bem curioso para saber mais sobre o Framework, como May e Agnes podem escapar dessa e, principalmente, como o Superior e seu ódio por Inumanos vai se ligar a tudo isso. Já passamos da metade da temporada e todos os caminhos apontam para que a trama só cresça mais e mais. Espero não estar enganado.

Outras observações:

— Coisa mais linda do episódio: Simmons correndo para abraçar o Fitz e batendo nele depois que ele quase se suicidou durante a explosão que Shockley queria promover para matar Daisy e Mace.

— “Frak!” Meu coração de fã não aguenta de referências a Battlestar Galactica.

— Essa semana foi bem corrida, por isso a review atrasou uns dias e não consegui responder os comentários de semana passada. Mas voltamos a normalidade. Peço desculpas. 🙂

— Fique com a promo de The Man Behind the S.H.I.E.L.D., episódio de próxima terça. Até lá, deixe seu comentário!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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