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Agents of S.H.I.E.L.D – 4×14 The Man Behind the S.H.I.E.L.D.

Por: em 19 de fevereiro de 2017

Agents of S.H.I.E.L.D – 4×14 The Man Behind the S.H.I.E.L.D.

Por: em

Humano ou androíde?

Está cada vez mais difícil saber. Com mais um ótimo episódio, Agents of S.H.I.E.L.D. se aprofunda no plot dos LMD, mergulhando um pouco mais no mundo da ficção científica e se afastando um pouco do ar de série de super-herói (o que, pra mim, que amo o gênero, passa longe de ser um problema), algo que tem incomodado a alguns. Opiniões pessoais à parte, gosto dessa mudança de ares do programa e como tudo tem sido bem construído e costurado muito bem, não vejo porque algumas pessoas tem achado essa parte da temporada “chata” ou “enrolada”, como ando lendo por aí.

Saber, por exemplo, que o Framework no qual May está presa é um projeto de Fitz aperfeiçoado dá uma nova – e mais bacana – dimensão a história. Saber que, indiretamente, tem dedo seu em tudo que eles estão enfrentando cria um drama pessoal bem bacana para o personagem, que passa por uma crise depois de ouvir um Mack sem filtro e impulsivo dizer que ele precisa tomar cuidado com tudo o que cria. Dá pra entender um pouco o ponto de vista do agente, claro, mas as palavras que ele dirigiu a Fitz foram duras e injustas, já que em nenhum momento ele podia imaginar que Radcliffe transformaria tanto o Framework quanto Aida em instrumentos de destruição. É algo a se considerar? É, claro. Mas o próprio Leo respondeu muito bem ao afirmar que não é possível levar em conta o quanto poderia se perder se aquilo deixasse de ser desenvolvido por medo de algo dar errado ou de alguém como Radcliffe desvirtuá-lo com outros propósitos.

Umas semanas atrás, eu disse que Iain De Caestecker não tinha tido muitas oportunidades de mostrar seu talento dramático, o que fui prontamente – e com razão – corrigido por vocês, que me apontaram momentos em que o ator brilhou. Mas mesmo se isso fosse verdade, ele teria alcançado seu momento esse ano, construindo muito bem o momento de dúvida e culpa que Fitz passou aqui. A dor de saber que uma ideia sua foi usada parar ferir algumas das pessoas que você mais se importa. Estava tudo ali no olhar de Iain e no modo como Fitz reagiu e, graças ao apoio de Jemma, conseguiu transformar a dor em ação.

Quase toda a totalidade do episódio foi dedicado ao resgate de Mace, capturado por Ivanov e seus capagas. Foi bacana perceber o quanto a série conseguiu trabalhar bem o personagem, ao ponto de nos importamos se algo de mal acontecesse a Jeffrey. Nos primeiros episódios dessa temporada, ele era apenas “aquele que tomou o lugar de Coulson”. Agora, o Diretor já ganhou história, personalidade e mostrou ser alguém digno, alguém por quem Coulson, Daisy e todos os outros montariam uma missão de resgate. Seus confrontos com o Superior e seus capangas foram ótimos e só reforçaram tudo que a gente já sabe sobre o diretor, mas no fim do dia, “o homem por trás da S.H.I.E.L.D.” que o título traz é Coulson e, de certa maneira, muito do episódio foi sobre ele.

Em flashbacks, vimos uma antiga missão do agente, que trouxeram além de um ar mais jovial ao personagem, uma May sorridente, irônica, feliz e menos machucada pelas viradas da vida. A interação entre os dois no tempo passado foi ótima e além de reforçar a cumplicidade que eles tem, mostrando um pouco de como tudo isso surgiu, serve para mostrar o quanto o Coulson que a gente conhece hoje perdeu com relação ao Coulson do início. Mais duro, mais firme, mais centrado, é perfeito o modo como ele bate de frente com Ivanov (que, enfim, descobrimos que realmente tem motivos para odiá-lo. Todos os seus amigos morreram depois da missão de roubo que vimos nos flashs) e nunca abaixa a cabeça e consegue bagunçar o inimigo, mostrando o quanto ele pouco se importa para aquilo. Ele tem problemas maiores para lidar do que um russo amargurado que carrega feridas do passado, nunca fechadas. Precisa ir salvar Mace. E é quando Daisy entra para encarar Ivanov de frente que o episódio me decepcionou um pouco.

Vejam bem. Desde que a temporada começou, Daisy tem caçado os watchdogs e, no momento em que ela finalmente esteve cara a cara com o líder deles, com o cara que passou meses comandando uma organização que pregava o extermínio de inumanos, a luta foi bem morna. É claro que eles estão longe de estar em pé de igualdade, mas faltou algo que empolgasse, mesmo que fosse uma língua mais afiada de Johnson. Até dá pra entender um pouco, visto que ela estava correndo contra o tempo para tentar salvar May e Mace, mas ainda assim… Fica um gostinho agridoce na boca.

E com o plot twist dos minutos finais, esse gostinho some um pouco. Já esperava um novo LMD dentro da S.H.I.E.L.D., mas nunca 4 de uma vez. Tô bem curioso pra ver a série mostrar como Daisy, Mack, Coulson e Mace foram substituídos e mais curioso ainda para ver como Fitz e Simmons vão lidar com isso. Uma coisa é lidar com um LMD. Outra coisa são 4… 5 se contar a May LMD, acordada pelo Coulson LMD no final do episódio. Vai vir confusão e não vai ser pouca.

Outras observações:

— As referências aos clássicos de ficção científica estão cada vez melhores.

— Outra coisa muito bacana dos flashbacks foi mostrar a dualidade dos modos operandi de Coulson e May.

— Não consigo imaginar o que vai sair dessa junção dos LMD’s de Coulson e May.

— O que o Radcliffe pretende, senhor? Ele parece cada dia mais pirado…

— Difícil acreditar que já temos praticamente 2/3 da temporada exibidas. Mais 8 e ela se encerra. E com a audiência baixa, ainda não dá nem pra saber se teremos ou não uma 5ª temporada. Se eu fosse apostar, diria que ganharemos mais uma mini temporada de 13 episódios na mid-season pra encerrar a história, apenas.

— Sim, atrasei de novo. Podem puxar minha orelha. Espero já estar de volta ao normal agora.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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