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Agents of S.H.I.E.L.D – 4×16 What If…/4×17 Identity and Change

Por: em 24 de abril de 2017

Agents of S.H.I.E.L.D – 4×16 What If…/4×17 Identity and Change

Por: em

Sim, eu sei que as reviews de Agents of S.H.I.E.L.D aqui estão bem atrasadas. 3 episódios do mundo novo de Radcliffe já foram exibidos e não os consegui comentar aqui por uma combinação incomum de doenças , corpo fraco, uma viagem pra CCXP e trabalhos. Sem me estender mais, vamos colocar a casa em ordem agora com essa review dupla e a do 4x18, também já postada, para podermos discutir normalmente o rumo da temporada em seus 4 últimos episódios.

De uma maneira geral, dá pra dizer com certeza que a história do Framework manteve (e até elevou) a qualidade que Motoqueiro Fantasma e LMD já tinham apresentado, tornando essa facilmente a melhor temporada da série até aqui. A construção de um novo mundo onde os Inumanos são caçados como escória e a Hidra está no comando como uma espécie de Alemanha Nazista foi feita com maestria, um cuidado fantástico de roteiro, edição, fotografia (no começo até me incomodou um pouco o tom meio envelhecido, mas depois me acostumei e até curti) e atuação de um elenco que, em sua maioria quase total, precisou construir personagens diferentes do que vimos até agora.

Coulson com certeza foi uma das figuras mais interessantes aqui. Depois de quase 4 temporadas completas vendo-o como alguém que procurava sempre estar no comando e fazer o bem, foi estranho demais vê-lo como um professor que só repetia aquilo que as memórias implantadas lhe diziam. Os Inumanos são ruins. A Hidra é boa. O mundo precisa ser limpado. Etc. Etc. De uma certa forma, o mote principal do que estamos vendo aqui remete muito a história da temporada passada, quando os Inumanos eram o foco. Aqui, estamos ganhando o desenvolvimento que eu esperei lá, com a reação radical e marginal de um mundo padrão ao surgimento dos Inumanos. O diferente assusta e é por isso que é fácil entender porque na realidade construída por Radcliffe, a Hidra dominou a mente de todos – até mesmo de Coulson – tão facilmente com suas ideias totalitárias.

E se pra gente, já é complicado assistir o desenvolvimento de algo assim, pra Daisy é ainda pior. Ela construiu em Coulson seu espelho, seu ideal de moral e força... O local pra onde ela corria sempre que estava prestes a cair. Vê-lo tão inerte com relação a tudo foi um choque e tanto, mas Daisy não desistiria fácil. Não sei exatamente o quão interessante foi para a história que Coulson já tenha “acordado” no fim do episódio 16. É claro que é bom para a agilidade da história, mas imaginei que seria um pouco mais complicado. De qualquer jeito, foi ótimo vê-lo novamente em ação em “Identity and Change, viajando atrás de Radcliffe. É preciso elogiar a ótima atuação de Clark Gregg, que conseguiu em detalhes construir um Coulson relutante, inseguro e que sabe que aquele mundo não é o seu, mas precisa se adaptar a isso.

Ward é outro ponto bem bacana desse novo mundo. Nunca fui fã do personagem e acho que até torci um pouco o nariz quando vi que ele estaria de volta para esse arco, mas que ótima surpresa que é ver uma abordagem diferente. Vê-lo como alguém de bom coração, que genuinamente se importa com Skye/Daisy e que é um dos braços da Resistência contra Hidra é algo novo, que aconteceu graças ao conceito de Aida de tirar das pessoas naquele mundo aquilo do qual elas mais se arrependiam. Sua interação com Daisy e Simmons foi ótima e, contanto que a participação dele se restrinja ao Framework e a série não encontre uma forma mirabolante de tirá-lo de lá, vai ser algo bem interessante de se assistir por um tempo.

Já com relação a May e Fitz, aconteceu o inverso. Ela se tornou uma máquina de guerra, totalmente leal a Hidra e sem qualquer escrúpulo ou receio de cumprir uma ordem que beneficie seus novos chefes, enquanto Fitz é o segundo no comando, servindo diretamente a Aida ou, como ela gosta de ser conhecida aqui, Madame Hidra. Sobre isso, é interessante demais ver o quanto a ligação de Aida com Fitz continuou, mesmo naquele mundo. Desde o começo, os dois sempre tiveram uma relação mais próxima do que a de criador-criatura. Enquanto Radcliffe era de fato o maker dela, Fitz foi alguém que apenas auxiliou, mas que viu algo de mais humano nela… Alguém a quem ela se apegou, Nessa linha de pensamento, faz sentido que ela o tenha reprogramado para que no Framework ele seja seu amante e aquele que ela quer, de qualquer jeito, impedir de descobrir a verdade.

“Simmons? Vocês estavam apaixonados. Amor inquebrável. Uma força com a qual podíamos contar. O Fitz que eu conhecia quase se afogou pela Jemma. Ele cruzou o universo para salvá-la!”

Uma das melhores sequências da temporada e que encarna muito bem isso é o momento em que Aida e Fitz vão atrás de Radcliffe. Além de finalmente ouvirmos da boca dele que aquele mundo saiu de controle e que Aida é quem realmente controla tudo, podemos ver claramente o medo nos olhos da androide de que ele acredite nas palavras de Radcliffe e “acorde” daquela realidade em que foi inserido. Não adiantou – passou longe disso, aliás, quando vemos o modo áspero e cruel que ele trata Daisy já prisioneira na cena final do 4×17 -, mas deve ter servido ao menos pra colocar na cabeça dele uma semente que, no futuro, talvez Jemma faça florescer. Falando na personagem, o momento em que ela implora a Ward para que não atire no rapaz e diz que o ama e que ele é um bom homem também foi ótimo, por mostrar que talvez Simmons finalmente tenha começado a entender que apesar de ser difícil, ela pode confiar nesse Ward e ele é uma de suas únicas chances de salvar Daisy.

A aliança entre a cientista, Ward, Coulson e Mace (que aqui, comanda o que restou da S.H.I.E.L.D. nas sombras e é líder da Resistência) é algo interessante, mas acho que não contar com todos os detalhes que aquilo é algum tipo de realidade artificial é um erro do qual Aida pode se aproveitar no futuro. A chegada de Mack ao grupo foi uma grata surpresa e deixa as coisas mais dinâmicas, não apenas por ele ter revelado que Daisy está realmente presa na Hidra, mas também por, enfim, reunir na mesma história todos os personagens que estão presos no Framework. Ainda não existe o menor sinal de como eles conseguirão sair, já que Radcliffe diz ser impossível, então quanto a isso nos resta especular.


Outras observações:

— O novo logo, “Agents of Hidra”, tá maravilhoso demais.

— Deu um arrepio na espinha quando Fitz atirou na Agnes e disse que ninguém ali o conhecia mesmo.

— Tenho a impressão forte que esse mundo vai deixar fortes marcas em todo mundo mesmo depois que eles saírem.

— Essa coisa de “outro lado”, “outro mundo”… dá uma saudade de Fringe. 

— Eu assisti aos 3 episódios (esses 2 e o 18) juntos para escrever os dois textos, então provavelmente deixei passar alguma coisa… Comenta aí embaixo (ou no texto do 18) que a gente discute o que faltou!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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