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Agents of S.H.I.E.L.D. – 4×20 Farewell, Cruel World!

Por: em 4 de maio de 2017

Agents of S.H.I.E.L.D. – 4×20 Farewell, Cruel World!

Por: em

Pra quem achava que a o clímax do arco What If tinha sido atingido semana passada, com Coulson revelando a Hydra no mundo artificial e as pessoas se preparando pra lutar, “Farewell, Cruel World!” vem esquentar as coisas ainda mais e, como diz o título, tirar nossos personagens (ou ao menos quase todos eles) do cruel mundo artificial idealizado por Aida.

Com um ritmo bem ágil, o episódio se focou basicamente nisso: Mostrar como Daisy e os outros chegariam até a porta de saída que Radcliffe deixou durante a construção do projeto. Que as coisas não seriam tão simples já era claro pelo roteiro ter nos mostrado, pela primeira vez desde que o plot começou, o “nosso lado”, com Ioio e os demais agentes tendo que decidir tornar o quinjet visível para manter as meninas conectadas ao mundo artificial. Foi uma decisão difícil e até precipitada que, em outros tempos, eu até discutiria se foi a mais acertada, mas com tanta coisa acontecendo em paralelo e com tantos acertos do roteiro, vou deixar passar e não entrar no mérito.

Que Jemma jamais sairia daquele mundo sem Fitz, era bem óbvio. Desde o momento em que Daisy tenta convencê-la a isso e ela apenas confirma com a cabeça que o fará, já estava bem claro que Simmons tentaria uma última cartada e não era preciso ser gênio para saber que seria ligada a Alistair. O que me surpreendeu mesmo foi a morte do personagem. É claro que foi tudo um acidente e, como Daisy mesmo deixou claro, Simmons não matou ninguém, apenas um monte de dados, mas conhecendo a cientista como a gente conhece, duvido muito que pelo menos uma dor na consciência ela não vai ter, mesmo que dure só um episódio. Espero estar errado e que essa escolha de roteiro tenha sido apenas a forma mais coerente encontrada de, finalmente, unir a história de Fitz à ela e aos demais no Framework.

E que senhora atuação o Iain De Caestecker entregou aqui. Ele tem estado excelente desde o primeiro momento em que conhecemos a versão maligna no Fitz, mas foi aqui que o ápice foi atingido. O derradeiro confronto com Simmons foi de arrepiar e o ator conseguiu construir toda a frieza, incredulidade e ódio que o personagem sentia pela sua amada de outra vida naquele momento, algo que não é fácil levando em conta que, durante quase 4 anos, tudo o que vimos entre o casal foi carinho e amor. Fiquei bem satisfeito também de ver que a série não escolheu a saída fácil (e até brega/clichê) de fazer com que Fitz tivesse se lembrado de tudo e “acordado” depois do apelo de Jemma de que ela o amava e de que ele era uma pessoa boa. Pra uma pessoa tão imersa como ele naquela realidade (acho que dá pra dizer que ele era o mais afetado, já que sempre foi o menino dos olhos de Aida), seria uma solução simples demais – e a depender de como fosse feita, até sem sentido.

Ao invés disso, ganhamos uma muito interessante “redenção” de Radcliffe, um caminho que meses atrás eu acharia impensável, mas que hoje não só faz todo sentido dentro do rumo que a trama tomou, como foi bem feito e conseguiu até emocionar. Os olhos cansados, a roupa toda rasgada e a descrença na voz dele denotavam o tempo todo o quão arrependido ele estava de a história ter chegado tão longe. É claro que é muito fácil querer voltar atrás depois que já se está morto no nosso mundo, como é o caso dele, mas ele não precisava ter atraído Fitz até o portal, desarmado ele e jogado-o a força de volta no mundo real. E ainda assim, ele o fez. Se foi o fim do personagem, foi bem digno. Mas se não foi, ainda vai ser interessante vê-lo outra vez e descobrir como sua jornada se findará.

E, cara. Que vontade que deu de entrar na tela do meu computador e abraçar o Fitz quando ele acorda no mundo real e se dá conta de tudo que ele fez no Framework. Por um lado, fiquei feliz de ver que ele não manteve sua personalidade maligna, mas por outro, é doloroso demais ver como ele tá atormentado pela culpa que se abateu no exato momento em que ele realizou todas as coisas que aconteceram lá. Ele vai carregar nos ombros o peso de ter ordenado o ataque que matou Mace, o seu diretor. Ele vai ter a culpa de ter atirado em Jemma e desejado matá-la. De ter prendido e torturado Daisy. E de nada adianta que Radcliffe ou Colson tenham dito que não foi culpa dele, porque na cabeça dele, foi. E são cicatrizes que aposto que vão demorar a ser fechadas. Ter sido “sequestrado” por Aida também não vai ajudar.

O “despertar” de cada um dos personagens também foi ótimo de se ver e só escrevendo essa review eu percebi uma coisa: Eles estão novamente separados. O grande trunfo da equipe nos últimos episódios – que os fez conseguir sair do Framework – foi que eles estavam todos juntos, mas agora Daisy e Jemma estão em um quinjet sobre ataque aéreo, Coulson e May presos em algum lugar, Fitz sabe deus onde quer que Aida o tenha levado e Mack… no Framework. A escolha do agente em ficar naquele mundo, mesmo sabendo que tudo era uma farsa e montado por um programa de computador, não é nenhum pouco surpreendente. Um filho é algo com o qual você não pode competir e por mais que Mack tenha descoberto agora que aquilo é uma realidade artificial, na cabeça dele, ele viveu uma vida inteira com Hope e jamais a abandonaria. Não acredito que tenha sido o fim do personagem e acho que semana que vem dão um jeito de trazê-lo de volta, mas foi bacana ver a série, por agora, deixando-o lá. Casa perfeitamente com seu desenvolvimento enquanto personagem e com o roteiro construído até agora.

Com Aida finalmente humana e podendo sentir emoções (o que eu acho que vai ser um ponto crucial pro fim dessa história incrível, pela cara de surpresa dela), a série começou a desenhar o fim daquele que eu humildemente considero seu melhor e mais bem desenvolvido arco até agora. Se até agora a qualidade só aumentou e, mesmo com o comum, a equipe de roteiristas conseguiu surpreender, minhas expectativas para esses 2 capítulos finais são altíssimas. Espero não me decepcionar.


Outras observações: 

— May não acreditando que é uma simulação até finalmente acordar é bem May.

— E, sobre isso, que coisa mais linda que tá sendo a relação dela com o Coulson. Será que agora vai? Os olhos de shipper até brilham e o coração até aquece com ele sendo superprotetor com ela e pedindo pra ela confiar nele.

— Uma das cenas mais legais: Tripp chateado porque não pegou ninguém. Te entendo, amigo.

—  Ainda acho que Ivanov vai ser passado para trás…

— E, no fim das contas, tudo voltou ao Darkhold. O planejamento dessa temporada foi incrível, nada fora do lugar.

— Fique com a promo de The Return, penúltimo episódio da temporada que será exibido próxima terça:


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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