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Agents of S.H.I.E.L.D – 4×21 The Return/4×22 World’s End (Season Finale)

Por: em 21 de maio de 2017

Agents of S.H.I.E.L.D – 4×21 The Return/4×22 World’s End (Season Finale)

Por: em

“Então, é assim que o mundo acaba…”

Até aqui, foram 20 episódios situados entre o bom e o ótimo, duas tramas paralelas desenvolvidas que no fim se uniram e, agora, em seu ato final, Agents of S.H.I.E.L.Dmerece mais uma vez os parabéns. Ao narrar o desfecho da saga de Aida e trazer de volta o Ghost Rider do primeiro arco do ano, a série mostrou como teve um roteiro pensado em detalhes, onde nada ficou fora do lugar, (quase) nada ficou sem resposta e a qualidade prevaleceu, graças as tramas ágeis, reviravoltas que faziam sentido e um trabalho incrível do elenco, que foi testado como nunca. Sem dúvidas algumas, a melhor temporada da série, de muito longe. É até engraçado analisar “The Return” e “World’s End” em conjunto, porque ao assistir um atrás do outro, ficou claro o quanto eles são diferentes. O 21 tem muito mais clima, cara e emoção de season finale, enquanto o 22 se apresenta como uma extensão daquele; um epílogo necessário para encerrar o reinado de terror de Aida. Os dois foram ótimos episódios e essa ideia de “complemento” que passam só é mais uma prova de como a temporada foi bem pensada, em cada detalhe.

Reprodução/ABC

O foco no lado humano de Aida (em todos os sentidos) foi um acerto gigantesco desses dois capítulos finais. Durante todo o seu arco, vimos a androide a todo o momento mostrar o quanto era independente, como era capaz de cometer atrocidades sem sentir nada e como o seu plano era audacioso. Por isso mesmo, é muito bacana que tenha sido suas emoções agora humanas que nortearam seus passos nesse ato final. Suas cenas na praia com Fitz, seu primeiro despertar pra empatia e o momento em que salva Mack quase me fizeram acreditar que, ao se tornar humana, ela havia adquirido a consciência necessária pra entender a gravidade do que fez e se arrepender e confesso que não sei se seria um final que eu gostaria. Ivanov passa longe de ser um vilão tão interessante quanto ela e seria um belo balde de água fria vê-la se colocando do lado da S.H.I.E.L.D. e todos lutando contra o russo. Foi ótimo, então, ver que tudo mudou quando Fitz deixou claro que só havia espaço para Jemma em seu coração porque o lado humano de ex-androide continuou sendo o propulsor de tudo. Foi a rejeição de Fitz, o cara por quem ela tentou mudar, que a fez querer vingança. Se ao invés de Simmons, ele tivesse escolhido ficar com Aida, certamente ela teria encontrado uma temporária paz nos braços dele e Ivanov seria a grande ameaça.

Tentar estabelecer o estado fascista do framework no mundo real foi uma ideia genial de Aida e Ivanov. A gente sabe muito bem que o ódio e o medo/aversão ao que se ousou convencionar de diferente é algo que tá incrustado tanto na sociedade que a gente vive quanto na da ficção, então a ideia de colocar mais lenha na fogueira e tentar explodir uma bomba (que todo mundo sabe que só precisa de uma faísca pra explodir mesmo) foi boa – melhor ainda se você parar pra pensar que eles tinham ainda a tecnologia do seu lado, construindo o LMD de Daisy que quase matou Talbot e lançou novamente o sinal vermelho e de inimigos em cima da S.H.I.E.L.D. e dos Inumanos. A gente já viu essa trama da organização nas sombras algumas vezes, então foi ótimo ver que aqui ela se mostrou como apenas um detalhe e não ganhou muito destaque de tela. Espero que na 5ª temporada isso também não tenha muito destaque e que eles tenham conseguido se explicar.

Falando no assunto, chegamos a Fitz. Foi muito doloroso vê-lo tentando equilibrar as memórias de duas vidas, sabendo de todas as atrocidades que cometeu no Framework. Era uma trama esperada, mas o tempo destinado a ela foi o suficiente para que não ficasse saturada e ainda serviu pra reforçar o quanto o personagem é inteligente, percebendo os sentimentos empáticos que agora habitavam Aida/Ophelia e tentando até onde pode reverter aquilo para usar a favor do time. A atitude de querer assumir a culpa de tudo no final foi bem nobre e totalmente Fitz, mas fico feliz que Daisy tenha dado um excelente discurso para convencê-lo que, no fim do dia, o que importa é que todos estão juntos. Tremor começou a temporada perdida, mas aos poucos conseguiu encontrar novamente o caminho de volta para a equipe e para aqueles que realmente se importam com ela. Quem está perdido agora é Fitz, sem saber lidar com as memórias e com a culpa do Framework. Mas ser o único a se entregar a polícia não resolveria nada além de criar mais dor e deixá-lo ainda mais desencontrado. Foi lindo ver a equipe toda reunida, comendo, sorrindo e esperando o momento de esclarecer contas. (No final do texto a gente comenta o que aconteceu com o Coulson lá).

Reprodução/ABC

O retorno de Robbie era esperado, mas nem por isso deixou de ser interessante. Quando ficou claro o quão overpower Aida tinha se tornado, só mesmo uma coisa do outro mundo para conseguir por fim ao seu reinado de terror. Só saber que o Motoqueiro não é desse mundo já seria uma explicação suficiente para que a trama fizesse sentido, mas o roteiro ganha mais pontos por mencionar que o motivo para que a entidade possa destruí-la é que ambos tem o Darkhold como material de origem. O encontro final das duas tramas que fizeram a temporada, Ghost Rider e LMD, é mais uma prova de como a trama desse quarto ano foi pensada pedaço a pedaço e com cuidado, para que nada ficasse fora do lugar e no final, tudo se encontrasse e convergisse na caçada do Ghost Rider a Aida – e no medo genuíno finalmente exposto nos olhos da antiga androide.

A surpresa disso tudo foi ver Coulson diretamente envolvido na história. Vê-lo com o espírito do Ghost Rider em seu corpo foi uma surpresa e tanto para a season finale e deixa um interessante gancho para o ano que vem: Qual foi o acordo que Phill fez com a entidade para que ela se apossasse do seu corpo por tempo o suficiente para atrair Aida e queimá-la até a morte? Pelas palavras de Robbie (e também pelo olhar de incerteza de Coulson nas conversas a respeito), existe um segredo guardado aí. Eu não consigo imaginar qual seja ou por qual outra razão essa aliança teria acontecido, então vamos ter que esperar um tempinho para saber mais.

Reprodução/ABC

O resgate a Mack, preso ainda no Framework e a vida feliz e ilusória que tinha com Hope, foi outro ponto alto dos episódios.  Se alguém ousava duvidar do amor de Elena pelo agente, depois de tudo que ela fez aqui, isso deve ter caído por terra. Adentrar sozinha em um mundo artificial que sabe que está caindo aos pedaços não é uma coisa que qualquer um faria e por um momento, eu achei que tudo seria em vão. Mack parecia tão disposto a ficar, tão relutante em se lembrar de Ioiô e tão apegado a Hope que parecia mais coerente, de fato, a ideia de que ele preferia morrer totalmente a viver em um mundo onde ele não tinha o amor da filha. É irônico pensar que, no fim, foi exatamente a determinação de Aida em destruir cada detalhe daquele mundo falso que fez com que ele acordasse pra vida e voltasse com Ioiô ao mundo real. O que não torna todos os momentos que eles viveram menos emocionante. Dá vontade de entrar na tela e abraçar Hope quando ela escuta Elena falando com Radcliffe que tudo aquilo é uma farsa e que ela não existe. Um monte de dados ou não, Hope era uma criança e nenhuma criança merece ouvir isso. No fim, ainda acredito que essa felicidade entre Mack e Ioiô vai ser algo que sempre será afetado pelo que aconteceu do lado de lá.

Dar uma última olhada em Radcliffe também foi algo interessante. De vilão a anti-herói, o cientista foi um dos grandes nomes da temporada, aquele que deu o pontapé inicial pra tudo, já que foi o responsável pela criação de Aida e pelo começo da busca pelo Darkhold. O olhar de Holden ao ver o Framework se desfazer pedaço a pedaço (ou bit a bit, como preferirem) é o olhar de um homem que contempla, sem nada poder fazer, a destruição da obra de sua vida. É o fim do mundo como ele conhece, o fim do seu admirável mundo novo e o fim de sua vida. A cena onde ele começa a recitar esse poema na praia e do nada desaparece é tanto bela quanto triste.

Como gancho para a quinta temporada oficialmente confirmada (yay!), ganhamos Coulson sendo sequestrado e levado ao espaço. Não vou falar muito aqui porque seria especulação, mas pra quem é mais curioso e não conhece muito do mundos das HQ’s, sugiro que dê uma pesquisada no Google sobre S.W.O.R.D. e surte um pouco comigo com as possibilidades de ver essa trama adaptada. Com a nova temporada, a série mudou de dia (agora irá para as sextas) e só começa sua temporada mais tardiamente (talvez só em 2018), quando Inumanos encerrar a sua. Mas ao menos teremos, com certeza, mais 22 episódios dessa que, em minha humilde opinião, se tornou a melhor série de herói da TV aberta.

Vida longa a Agents of S.H.I.E.L.D


E pela última vez…

Outras Observações:

— Eu tô shipando muito Daisy e Robbie. Tomara que ele volte.

— Melinda e Phill: Agora dá liga?

— Eventualmente, Fitz e Jemma vão encontrar seu caminho de volta um pro outro. Só tomara que não demore.

— Mallory Jansen é uma ótima atriz. Aida vai fazer falta.

— Olha só, ninguém do Framework voltou. Acho que nossa série tá crescendo.

Devo ter deixado passar alguma coisa desses episódios finais, então qualquer coisa puxa minha orelha nos comentários aí. Mas antes de encerrar aqui, só queria deixar meu MUITO OBRIGADO a todo mundo que acompanhou essa temporada aqui comigo! Sei que às vezes eu atrasei um pouco (como esses 2 episódios finais) e nem sempre respondi os comentários de vocês, mas eu li de um por um e, acreditem, foi bem mais bacana assistir a série semanalmente sabendo que ia poder dividir as opiniões e debater com vocês o que ia acontecer. Obrigado por tudo! A gente se vê na próxima temporada (ou em outras séries por aí).


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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