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American Crime Story – 1×04 100% Not Guilty

Por: em 26 de fevereiro de 2016

American Crime Story – 1×04 100% Not Guilty

Por: em

O quarto episódio de American Crime Story  foi o primeiro a levar a série de tribunal… ao tribunal! Apesar de o Dream Team de OJ e a promotoria ainda estarem engatinhando nas longas batalhas que enfrentarão até o veredito final, uma coisa ficou bem clara já neste ponto: parecer algo é tão importante quanto ser.

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Sentenças nem sempre são justas, e mesmo provas teoricamente irrefutáveis dependem da interpretação de quem julga. É complicado levar uma personalidade como OJ para um júri popular, porque a imparcialidade que se espera entre o réu e o júri é praticamente impossível de alcançar. Ainda que de forma inconsciente, todos devem ter suas opiniões pessoais sobre Juice ou sobre o caso, e mudar isso é uma tarefa delicada e bastante árdua.

As pesquisas preliminares para detectar o perfil de quem apoiava e quem condenava OJ foram surpreendentes justamente pela previsibilidade. Pessoas negras tinham empatia por ele, pessoas brancas o consideravam um assassino. O carisma e a demagogia de Cochran também passaram como um rolo compressor sobre a frieza de Marcia. Se fosse um homem na promotoria com a mesma postura, talvez fosse encarado pelo povo como um guardião legítimo da justiça que faz os criminosos tremerem, mas uma mulher? A rejeição era certa.

Além de ter que lidar com  baixa popularidade de Marcia, com as acusações de racismo e com um júri bastante inclinado a simpatizar com OJ, a promotoria ainda vai ter muito trabalho driblando a pirraça da defesa, que não vai medir esforços para derrubar todas as provas usando as desculpas mais absurdas que encontrarem. Um fio de cabelo? Sério? Se antes de começarem as coisas já estão assim, imagine depois! Colocar Christopher Darden no time foi uma medida de redução de danos e puramente política, mas não se pode negar que, apesar da postura centralizadora de Marcia, ele foi uma grande adição à equipe, tanto pelo efeito na mídia, quanto pela competência que demonstrou até agora.

Apesar de estarem em uma posição mais confortável, o dream team da defesa também começou a enfrentar sérios problemas internos que já eram bem previsíveis considerada aquela formação. Não se pode juntar tantos nomes de peso de uma mesma área sem explodir uma guerra de egos entre eles. A estratégia de Shapiro foi a de se armar até os dentes para se tornar à prova de balas, o que ele não previa era que as armas acabariam apontadas para a própria cabeça. Enquanto toda a equipe acredita cegamente em OJ, ele é o único que percebe que tem algo cheirando mal e prefere a segurança de um acordo. Mas ao expor essa estratégia suicida, ele comprou uma briga que não poderia vencer.

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Se no episódio anterior Juice não queria sequer que Cochran fizesse parte da sua defesa, agora ele faz questão de deixa-lo à frente da equipe. Ele não quer um acordo, não quer ficar preso, então precisa de alguém que jogue pelo 100% inocente, e não pelo homicídio culposo. Só não faço ideia de que motivos levaram Robert a continuar como um coadjuvante desse caso, sendo que ele sempre foi a estrela de tudo, roubando os holofotes até dos próprios clientes.

Algumas observações:

– Tô shippando Marcia e Darden e ninguém vai me segurar. Daquele jeito!

– Aos poucos, o OJ inseguro e acuado do episódio 2 vai dando lugar para alguém absolutamente confiante da vitória nos tribunais.

– Emocionante a cena família de Goldman com Marcia. Perder um ente querido de  forma tão violenta é devastador, e eles ainda precisam lidar com todo o circo armado pela imprensa que só serve para apagar ou depreciar alguém que não pode mais se defender.

– Falando na promotora, será que ela vai ceder aos apelos e mudar as roupas e o penteado para ficar mais “palatável” para o júri?

O que achou do episódio? Deixe  seu comentário e até semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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