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American Gods – 1×03 Head Full of Snow

Por: em 15 de maio de 2017

American Gods – 1×03 Head Full of Snow

Por: em

Seguindo o ritmo intenso e a boa qualidade dos episódios anteriores de American Gods, Head Full of Snow deu uma sequência digna aos acontecimentos de The Secret of Spoons e ainda nos trouxe mais perguntas para seus telespectadores. Foram 59 minutos bem trabalhados em suas diversas histórias, que de uma forma ou outra, acabam se unindo. Os diálogos continuam o melhor da série e aposto todas minhas cartas que só tende a melhorar até o fim da temporada.

Reprodução/Starz

Não foi dessa vez que Shadow Moon perdeu a cabeça. Ele apenas adiou os planos de Czernobog com sua vitória no segundo jogo de damas. Ele não teria a mesma sorte se não contasse com a ajuda da terceiras irmã Zorya, é claro. Afinal, não é todo dia que se ganha a lua, não é mesmo? Zorya Polunochnaya é a irmã mais nova, a estrela da meia noite – curiosamente, ela não existe na cultura Eslava, diferente das outras duas; foi criada por Neil Gaiman para dar sentido a sua narrativa. Sua cena foi bastante peculiar, principalmente quando ela pede um beijo a Shadow e logo em seguida dá a ele um presente inestimável. Ela parece a mistura perfeita da inocência com o mistério, ainda mais quando se observa cada detalhe que está a seu redor enquanto ela vigia o céu.

Por hora, Mr. Wednesday e Shadow se despedem dessa “família” para continuarem com o plano inicial. No meio do caminho, eles precisam assaltar um banco e Mr. Wednesday tem a melhor ideia possível para fazê-lo. Ele é um canastrão e conseguiu enganar até mesmo os policiais – enquanto Shadow, sem crença alguma, já aguardava a volta a prisão no sexto dia de liberdade. A condição para que ele continuasse era exatamente sua liberdade e agora ele parece acreditar ao menos o suficiente para fazer as coisas acontecerem. Tanto é que, de tanto pensar, ele fez a neve cair. Se Shadow tem poderes de controlar o tempo, não faço ideia (alguém leu o livro e pode confirmar?). Mas sua importância é notória – não é a toa que ele tem a confiança de Mr. Wednesday desde o início.

Quem não é digno de confiança alguma e tá bem na pior é Mad Sweeney. No seu jogo de ódio, ele acabou dando sua moeda da sorte a Shadow (ao menos é o que deu a entender) – e aprendemos com a Zorya Polunochnaya que não se deve desfazer de objetos importantes como esses. Talvez a proteção do sol a qual ela se referiu seja essa moeda, mas no momento é apenas uma especulação. Voltando ao que importa, Mad Sweeney viveu o mais puro azar para chegar até Shadow só para descobrir que ele não tinha mais sua moeda. E aí vem uma das revelações mais importantes do episódio. Pode ter sido a tal da moeda, a declaração convicta de Shadow de que ele acredita “na merda do amor” ou qualquer outro poder sobrenatural. Laura está viva. Acredito que o próximo episódio trará mais explicações, mas vale o questionamento: Mr. Wednesday vai conseguir segurar seu pupilo se a esposa dele realmente retornou do mundo dos mortos?

Por fim, ainda tivemos a versão sombria e bem mais sexual do gênio da lâmpada. American Gods já mostrou que não veio para brincadeira e que, se precisar, vai mostrar de tudo, visualmente falando. Nesse caso, o gênio era Jinn, cuja lâmpada e símbolo de aprisionamento era um taxi. Para refrescar um pouco a memória, ele já fez a primeira aparição na série, lá no episódio anterior. Dessa vez, ele encontra Salim, que tomou um enorme chá de cadeira durante o dia e está notoriamente descontente com a vida que está levando. Salim logo reconhece a “identidade” do outro homem, denunciado pelas chamas em seus olhos, e eles acabam se envolvendo – o encontro que liberta o gênio de sua prisão e, por mais que não fosse bem o que queriam, Salim é agraciado com um “desejo”. O vendedor só tem uma opção: pegar as roupas do homem com quem se envolveu e aceitar de bom grado a nova prisão.

Reprodução/Starz

E ainda:

– A introdução dos grandes deuses são, talvez, as melhores cenas dos episódios. Dessa vez, fomos apresentados a ninguém menos que Anubis (ou Mr. Jacquel), o deus da morte. Em uma bela cena, ele vai ao Queens buscar uma senhora de origem muçulmana e a conduz a sua balança – se o coração fosse tão leve como uma pena, ela poderia seguir em frente sem que sua alma fosse engolida. Vale lembrar que a senhora morreu enquanto tentava alcançar uma jarra e Anubis é conhecido também como deus do embalsamento. Coincidência?

– Em dado momento do episódio, enquanto uma senhora organiza seus cartazes no banco, Mr. Wednesday menciona as várias formas de Jesus e diz que o branco está se dando bem hoje em dia. Será que veremos pelo menos uma dessas versões?

– O melhor diálogo do episódio foi bem no final. Descobrimos que o maior medo de Mr. Wednesday é ser esquecido e, vamos combinar, deve ser o medo de toda divindade. Os deuses dependem da fé das pessoas para sobreviver, sem isso eles são figuras comuns.

– E aquele lobo no final? Para qual caminho ele está conduzindo os dois aventureiros?

O que achou desse episódio de American Gods? Vem comentar com a gente!


Giovanna Hespanhol

Jornalista apaixonada pela cultura pop e por tecnologias. Forte tendência a gostar de séries ruins e comédias água com açúcar.

Bauru/SP

Série Favorita: Doctor Who

Não assiste de jeito nenhum: Game Of Thrones

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