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American Horror Story – 4×02 Massacres And Matinees e 4×03 Edward Mondrake, PT1

Por: em 2 de novembro de 2014

American Horror Story – 4×02 Massacres And Matinees e 4×03 Edward Mondrake, PT1

Por: em

MASSACRES AND MATINEES

Pobre Meep…

Na semana passada disse que ele havia tido o momento mais assustador da première, arrancando uma cabeça de um passarinho só de brincadeira. Mas a verdade é que não demorou, com a ajuda do segundo episódio, para nos afeiçoarmos ao personagem. Agora ele foi apresentado muito mais bonitinho e simpático. Uma criança inocente que curte um frango muito mal passado. A cena dele sendo prensado na parede pelos presidiários fortões é de apertar o coração. A primeira baixa do circo de horrores de fato se faz sentir…

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– “Meep, Meep”, foram suas últimas palavras –

Dot e Bette ficaram um pouco sumidas nesse episódio. Quase não foram explorados os aspectos interessantes apresentados na première e a única coisa que descobrimos aqui é que, por mais que deseje a fama e os palcos, Bette é uma zero a esquerda (ao menos no que se diz sobre cantar) e Dot, a rabugenta, é uma cantora nata. Essas características acabam reforçando essas personagens como caricatas, mas tem potencial para criar situações interessantes, tudo dependendo da condução da trama – Elsa com ciúme no momento que vê Bette arrasando nos palcos promete um confronto bacana.

Não sei vocês, mas para mim o verdadeiro circo de horrores é a família Mott, composta por Gloria e seu filho Dandy. Nunca se deve subestimar um rico excêntrico, mas aquilo lá tá indo além das expectativas da bizarrice. O CARA TOMA CONHAQUE NUMA MAMADEIRA DE VIDRO GENTE! Don Draper que se cuide! Temos um competidor forte no páreo dos bebedores mais cools da televisão.

Esse núcleo realmente brilha no episódio, temos o encontro de Dandy com Twisty, que sua própria mãe organizou. “Um palhaço para te alegrar filhinho” – Ela diz. O bicho é praticamente um mendigo vagando na rua e a mulher me para e contrata ele como animador de festa. JESUS que gente perturbada! Agora imagina que legal se Twisty fosse uma espécie de Darth Vader e no final ele virasse para Dandy e dissesse “Eu sou seu pai”. Não custa nada sonhar né. Se bem que acho que o palhaço teria certa dificuldade para pronunciar tais palavras. Afinal, descobrimos o conteúdo escondido pela máscara de Twisty… E não é bonito.

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– Nascidos um para o outro –

Ao se encontrarem logo vem o estalo em nossas mentes e percebemos que Dandy não será vitima de Twisty e sim uma espécie de sidekick, serão eles o Batman e Robin de Júpiter – só que assassinos psicopatas. Uma bela sacada dos produtores. Dá dó dos reféns do Twisty que tiveram uma fagulha de esperança ao fugir do seu carcereiro só para encontrarem outro louco no caminho.

Voltando ao circo de horrores oficial, temos a chegada de Dell – o homem mais forte do mundo – e sua esposa Desiree – a mulher com três seios (diretamente de o Vingador do Futuro). Dell está fugindo do seu passado criminoso, mas se depara com a figura conhecida de Ethel. Descobrimos um pouco do passado de ambos, concluindo que o fortão é pai do menino lagosta, Jimmy Darling. Uma teia interessante de acontecimentos, reforçada pelo fato de que Dell e Jimmy não se dão nem um pouco bem. Dell chega com vontade de comandar, negando a autoridade de Elsa e assumindo o posto de “homem da casa” antes preenchido por Jimmy Darling.

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– Botando ordem na casa –

O garoto lagosta ainda está bastante perturbado por ter assassinado o policial, e vemos que seus questionamentos crescem exponencialmente cada episódio. Seu desejo de ser aceito faz com que ele leve todos os Freaks para um almoço na cafeteria da cidade, resultando em uma cena bastante emocional, com a cidade rejeitando Jimmy e seus amigos.
Com a responsabilidade de introduzir novos personagens enquanto prossegue com a história, era natural que alguns personagens como as siamesas “desaparecessem” neste episódio. Tivemos mais um ótimo episódio essa semana, muito graças à loucura de Dandy.

Observações:

– Dandy procurando emprego no Freak Show – esse cara é demais.
– Dell conseguindo impedir que Jimmy o incriminasse e jogando a culpa em Meep foi cruel. Ele já percebeu que Jimmy se importa mais com os Freaks do que com ele mesmo.
– Adicionar outra cena musical essa semana, também com uma música “do futuro”, foi um erro. Tira até um pouco do impacto da cena da première, já que aquilo parecia algo pontual. Será que Ryan Murphy já está com saudades de Glee? Por favor… Não.
– Elsa fazendo às vezes de advogado do diabo, sussurrando no ouvido de Bette, dizendo que ela é a estrela e que Dot só quer se aproveitar dela. OLHA O RECALQUE.
– Twisty também é da zueira. A morte do atendente da loja de brinquedos teve requinte de crueldade digna de um artista.

 


EDWARD MORDRAKE, PT1

Cheio de altos e baixos, American Horror Story se conteve neste episódio em desenvolver as tramas de personagens já estabelecidos e trazer à temporada a golpista Maggie, interpretada por Emma Roberts, e seu parceiro (Denis O’Hare). Eles surgem como uma espécie de caçadores de aberrações que desejam vender Freaks para museus especializados. Partem então para Florida na tentativa de se infiltrar no Circo de Horrores de Elsa.

Maggie se apresenta como Madame Esmeralda, uma vidente e, se utilizando de todos os clichés que os espertos espiritualistas lançam mão, ela consegue facilmente convencer Elsa a contratá-la. Falando em Elsa, esta perdeu força nos últimos episódios. Já não demonstra controle algum sobre seu circo, no episódio passado foi totalmente dominada por Dell, e neste é totalmente enganada por Maggie – além de ser publicamente desafiada por Dot.

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– Maggie a caminho da entrevista de emprego mais fácil do mundo –

As siamesas também ficaram em segundo plano, apesar de uma ótima sequência onde vemos o sonho de Dot – que é ser separada de Bette – e as duas discutem sobre o acontecimento. A interação delas com elas mesmas é algo que devia ser mais explorado – os sonhos compartilhados, o desejo da separação (onde uma não sobreviverá), o rancor de Dot e a ingenuidade de Bette – acredito que os próximos episódios serão mais dedicados a isso.

Nitidamente foi Ethel que recebeu a atenção aqui. Descobrimos que ela está à beira da morte – em uma cena bem emocional– e vemos o modo que ela encara o fim. Achei esse arco um pouco arrastado, se não fosse por Kathy Bates ele com certeza teria fracassado em todo seu drama.

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– Kathy Bates chora, o mundo chora junto –

A história do passado de Ethel e Dell é bem contada e o maior arrependimento de Ethel é um fardo pesado… Mal imagina Jimmy Darling que ele é uma atração desde seu primeiro segundo de vida. Esse passado também mostra que Dell é um homem ambicioso – mas digamos que no presente ele está um pouco… Pra baixo.

O ponto alto foi sem dúvida a lenda do personagem que dá o título ao episódio. Edward Mordrake, um aristocrata europeu do século XIX que também era um Freak, e um dos bons. Alguns reclamam de uma verruga no rosto, outros de uma espinha no nariz… Pois é, o jovem nasceu com um rosto na nuca. Só isso já traria muitos problemas para uma pessoa, mas ele também garantia que o rosto sussurrava coisas terríveis para ele.

Essa lenda é contada por Ethel e muito bem representada na tela (lembrando clássicos do expressionismo alemão). Ela diz se tratar de uma maldição: Se um circo de horrores se apresenta na noite de Halloween, Edward Mordrake cobra um preço por isso.

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– O Freak dos Freaks

A “PT1” do episódio dá a entender que continuaremos na noite do Halloween no próximo episódio. Faz sentido pois a aparição de Edward Mordrake no circo o deixou menos assustador, que isso seja consertado então na parte 2.

Pra finalizar, uma breve menção a Dandy e Twisty. Até agora, foram os únicos que não nos decepcionaram. Cada episódio mais surtado, agora ele está incorporando a personalidade assassina de Twisty até na vestimenta. Ainda não conseguiu consumar o espirito assassino, mas acredito que isso seja uma questão de tempo.

Por enquanto pode-se dizer que a temporada manteve a qualidade, mas parece estar preocupada em entregar coisas um pouco desnecessárias ao público, o que impede a série de realmente decolar. Exemplo disso é o terceiro (TERCEIRO!) número musical seguido da série, o que já nos faz acreditar que será uma regra daqui pra frente. Cantar uma canção pop por episódio tira a magia do primeiro episódio, banaliza a tal licença poética e faz com que as cenas pareçam apenas bobas e gratuitas. Uma pena…

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– Bola pra frente Ryan Murphy! –

Observações:

– Como morrerá a empregada de Dandy? Se eu fosse ela, já tinha vazado daquela casa faz tempo.
– A cena de Dandy, vestido de palhaço, caminhando pela casa, é uma homenagem clara ao filme Halloween. Ficou ótima!
– Dot está claramente interessada em Jimmy (Bette também, provavelmente), rolou um ciúme pesado pela bela Maggie. Estou pressentindo uma treta.
– Que dó da menininha que presenciou seu irmão sendo capturado por Twisty. Agora é análise psiquiátrica para o resto da vida.
– Vimos que o parceiro de Maggie também possuí atributos dignos de um Freak Show.
– HOWWWWDYYYY DOOOOODYYYYY!!!!!!

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Pedro Matteu

Além de séries, apaixonado por cinema, HQ's, Stephen King e livros de dragõesinhos.

Jaguariúna/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

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