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American Horror Story – 4×05 Pink Cupcakes e 4×06 Bullseye

Por: em 18 de novembro de 2014

American Horror Story – 4×05 Pink Cupcakes e 4×06 Bullseye

Por: em

Pink Cupcakes

A casa caiu! Nos primeiros minutos, já percebi que algo estava errado com Maggie e Stanley de volta ao museu aonde os vimos pela primeira vez. Seria uma cena do passado, presente ou futuro?

Ao apresentar Paul morto e em um cubo de vidro cheio de água, no museu de aberrações, minha dúvida foi respondida. Com esse salto temporal, já vemos que os caçadores de aberrações tiveram sucesso em sua busca. Não demora e descobrimos que Bette e Dot também foram capturadas e estão no museu, com suas cabeças separadas de seu corpo.

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 – Seria esse o futuro de Bette e Dot? –

Ou seja, a não ser que haja algum truque aqui, já sabemos o destino das irmãs siamesas. E pelo que Stanley disse, Bette é a primeira a empacotar, o que nos deixa um pouco para a imaginação. Quem será que irá acabar com a vida delas?

Apesar de uma decisão ousada, jogar a morte desses personagens – sendo as siamesas uma das principais atrações da temporada – na cara dos espectadores desavisados pode ser uma decisão ótima para a série.

Retirando o medo pela vida das mesmas resta espaço para desenvolver outras emoções e situações envoltas da morte já consumada. No fim, descobrir o final da história das duas mais me instigou do que me desinteressou.

Uma coisa já se sabe: não foram os cupcakes rosas a causa mortis. Foi uma brincadeira narrativa feita no episódio e ficou bem legal, mas o mistério permanece – e Elsa, com sua inveja pelas siamesas crescendo cada vez mais, acaba vendendo Dot e Bette para Dandy.

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– Stanley e seu interesse em wrestling

Elsa continua a cair que nem uma patinha na história de qualquer um que mexer com seu ego. Depois de ser totalmente rejeitada em sua apresentação – repetindo o número de “Life On Mars” da premiere – com direito a pipoca voando em sua direção e muitas vaias, ela aceita o papel fictício que o golpista Stanley oferece a ela.

Pobre Elsa e suas constantes desilusões, uma hora ela vai explodir e prevejo um instinto assassino emanando da senhora.

Jimmy foi o ponto fraco do episódio. Ainda não tendo superado a morte do pequeno Meep, e tomando um olé fenomenal de Maggie ao tentar beijá-la, ele fica meio tristonho. Acaba chorando as mágoas para Desiree, que também não está lá muito bem das pernas.

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 – Na trave! –

Resultado: os dois acabam se beijando e no caminho para a terceira base Jimmy realiza, com suas garras aparentemente afiadíssimas, um aborto inesperado na moça. A cara de desespero do menino é impagável.

Dell brilhou, mas precisa decidir o que quer. Foi muito interessante ver essa mudança repentina no personagem, e a cena que descobrimos seu paradeiro é muito bem construída, envolvendo dois núcleos da história que se encontram organicamente. E a aparição especial de Matt Bomer também conferiu vida ao universo de Jupiter alheio a nossos personagens.

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 – Matt Bomer em sua breve participação na série –

E se o horror é um show, o headliner desse festival de bizarrice é com certeza nosso amigo Dandy. Eu sei que já fiquei repetitivo nas resenhas dessa temporada, mas não tenho culpa se reservaram o melhor para o rapaz.

Nesse episódio ele ganha uma ótima narração em off que mostra um pouco de sua mente narcisista, infantil e maligna. Seu segundo assassinato é cruel e seco. Sentimos a dor e agonia de sua vítima e vimos que Dandy está quase se graduando na formação de palhaço assassino psicopata com técnicas avançadas de ocultação de cadáveres.

Até esse quinto episódio a série conseguiu construir uma narrativa sólida com personagens instigantes equilibrados entre o humano e o caricato. Não ha muito do que reclamar… Até aqui, American Horror Story: Freak Show entregou o que prometeu.

Observações:

– Maggie demonstra que se preocupa com Jimmy o suficiente para salvar sua vida. A cena dela lendo a mão do garoto lagosta foi bem legal, já que representa certa aceitação dela com a deficiência do jovem.
– A conversa de Elsa e Stanley sobre a televisão ser uma arte menor é bastante irônica. A metalinguagem dos produtores foi uma brincadeira esperta, já que a mídia hoje é considerada uma das mais influentes e prolíficas do campo artístico (enquanto o cinema sofre para se reinventar).
– Vocês viram o tamanho daquela cova?! Já cavaram para todas as vítimas do Dandy, não é possível!
– Dois momentos de pura aflição: Dell quebrando os dedos do pobre doutor e Dandy cerrando os membros de sua vítima.
– Olá Matt Bomer! Adeus Matt Bomer!
– A filha da empregada de Dandy vai aparecer pra causar com certeza.
– Infelizmente, Katty Bates sumiu do foco da série.
– A cena que Desiree descobre que é 100% mulher possui uma pérola inestimável: “What about my ding-a-ling?”, indaga a moça com naturalidade desconcertante.

 

 


 

Bullseye


Quem diria que Paul, o homem foca, era o maior pegador da região de Jupiter? Pois é… O rapaz está não só dormindo com sua chefa, Elsa, como também com Penny, a jovem enfermeira que se juntou ao circo de horrores no primeiro episódio para uma festinha nada inocente.

É ele quem recebe merecidamente bastante atenção neste episódio. Infelizmente, no tradicional estilo “vamos dar espaço para ele para então mata-lo” de muitas séries que temos por aí – abraço The Walking Dead!
Não se passando somente de Don Juan, Paul também ataca de Sherlock e começa a questionar o desaparecimento das siamesas, que agora vivem na mansão dos Mott.

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– Paul: Pegador nato, detetive trapalhão –

O ponto alto do episódio com certeza foi Bette e Dot com Dandy. O pequeno arco desenvolvido para o personagem aqui foi ótimo, com ele esquecendo um pouco a fúria assassina crescente para dar lugar ao amor pelas estranhas siamesas. Só então para compreender que ele não foi colocado ao mundo para trazer amor, e sim dor.

As gêmeas tiveram o holofote sobre elas mais uma vez, e foram bem exploradas. A cena em que Dot sonha que ela, separada de sua irmã, encontra com Jimmy, foi singela sem esquecer-se de lembrar do desejo assassino de Dot que Bette não sobreviva à cirurgia.

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– Os diários das princesas –

Seguir a rotina desse estranho triangulo amoroso foi demais, mas voltando ao núcleo Paul que continuava em busca de suas respostas, foi meio decepcionante o jeito que ele decidiu seguir o curso de sua investigação.

Confrontar Elsa daquela maneira só não foi uma burrice maior do que em seguida subir na roda da morte para que a própria acusada tivesse a chance de calá-lo para sempre.

Tudo bem que ele se voluntaria para que Jimmy não seja espetado em seu lugar, mas não é como se ele não tivesse outras formas de conversar com seus colegas Freaks, e com a própria Elsa, para evitar esse desencadeamento de eventos. O homem-foca pediu pra sair.
Se bem que ele permanece vivo até o final do episódio, resta esperar.

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– Péssima de mira! –

Eu sei que já vimos Bette, Dot e Paul mortos no flashfoward do episódio passado, mas como tivemos aqui o segundo “morreu, não morreu” com Ma Petite já estamos no campo da incerteza. Afinal, estariam eles brincando com nossas expectativas?

Se anteriormente traçaram um esboço de uma relação entre Maggie e Jimmy, agora já é jogado na nossa cara um plano de fuga dos dois para ficarem juntos. Meio precipitado, mas é melhor economizar em uma história bem batida – o núcleo deles tá virando um mashup “Dança Com Lobos” e “Avatar” com o Freak Show de plano de fundo – e investir nos núcleos mais surtados.

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– Achou a vocação perfeita –

Só me incomoda a necessidade de American Horror Story repetir sempre as ideias bacanas que tem – de uma forma nada sutil. Foi assim com as cenas musicais e agora com esse jogo narrativo, nada muito que pese na qualidade da série, mas o medo de certos vícios crescerem com a temporada é real. Às vezes até maior que o medo que a série passa.

Observações:
– No fundo, Elsa é a mais freak de todos lá. O ego dessa pessoa é maior que o instrumento do Sr. Stanley! Aquele aniversário dela, com filinha para entregar presentes, semana de festas e comemorações… Que loucura cara!
– E ela assopra a velinha pedindo para ser amada! Mostrar o pensamento dela em off – e fechar o episódio com isso – foi tosco demais.
– Ma Petite é muito fofa, mas aposto que ela vai degolar a Elsa enquanto dorme.
– É impressão minha ou o Jimmy tá meio perdido e solto na trama? Sendo empurrado por forças diversas para lá e para cá…
-… Mas agora ele entrou no covil da maldade, veremos como ele se sairá ali.
– Tal filho, tal mãe. Ethel também não faz diferença até agora, mas é a Kathy Bates… E sua ameaça direcionada a Elsa no final foi tensa. Nova aposta: Ethel e Ma Petite se juntam para matar Elsa. Tá aí um season finale digno.


Pedro Matteu

Além de séries, apaixonado por cinema, HQ's, Stephen King e livros de dragõesinhos.

Jaguariúna/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Grey's Anatomy

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