Chegamos nesse segundo episódio de Roanoke e a impressão de que esse sexto ano é a redenção de American Horror Story fica cada vez mais evidente. Seja pelo novo formato ou pela reformulação do roteiro, a história fica cada vez mais instigante e abre diversas portas para teorias e conexões com as temporadas anteriores, ou até mesmo com futuras.
A trama, que durante o episódio pareceu se desenvolver de forma mais lenta do que no anterior, consegue finalmente encaminhar todos os personagens para onde queria: o sobrenatural. Se antes ainda restavam dúvidas das coisas que aconteciam na casa, agora eles finalmente têm certeza de que, seja o que for, algo fora do normal está acontecendo.
A sequência da perseguição na floresta e o sacrifício humano aparentam ser, até o momento, uma forma dos espíritos dos aldeões expulsarem as pessoas daquela casa. E apesar de terem sido ótimas cenas, o roteiro peca pela falta de informações. Se Shelby teve a oportunidade de pesquisar no Google sobre as duas enfermeiras – as quais falarei sobre mais tarde – porque não pesquisou sobre a região em que mora?
Mas não só de sustos e sangue vive um roteiro, e o trabalho para desenvolver o psicológico dos personagens continua satisfatório. O foco dessa semana foi em Lee e sua relação com a filha e com o ex-marido que ainda não tem total confiança nela, o que piora ainda mais com as coisas que Flora diz. É claro, crianças e amigos imaginários nunca resultam em coisa boa, e ignorar esse fato pode ter sido um erro fatal nesse episódio. Se, teoricamente, existem pessoas tentando invadir a casa e machucá-los, será que o certo é realmente deixar uma criança sozinha, juntando ao fato que a mesma gosta de sair por aí e se esconder? Ignorar isso pode ter custado a vida da pobre garotinha e, quem sabe no próximo episódio, uma briga judicial, já que sequestro e desaparecimento normalmente não resultam em finais felizes.
E se as coisas com Lee não andam bem, com Shelby e Matt tudo só tende a piorar. A visão das enfermeiras por Matt só mostrou mais uma vez o imensurável perigo em que se encontram e, se eles realmente foram enfrentar o que esteja assombrando aquela casa, o cuidado que eles precisam ter com sua própria vida deve ser grande, mas o que vemos não chega nem perto disso. Além dos espíritos das enfermeiras que assombram o interior da casa, ainda temos os inimigos que espreitam no exterior, pela floresta. Os inimigos estão em todo canto, e cuidado é essencial nessa etapa do campeonato.
E por falar nas enfermeiras, vemos mais uma referência a Murder House. A casa que, na primeira temporada, fora palco de vários assassinatos, que resultou com que os espíritos dos mesmos ficassem presos a ela, aparentemente está se repetindo aqui; uma fórmula que dificilmente falha. E levando em conta o final da referida temporada, será que eles realmente vão conseguir acabar com tudo isso que está acontecendo? Fugir, até o momento, parece ser a melhor opção para eles.
E ainda nesse episódio, uma teoria que tomou força ao longo da semana foi quebrada de vez. Ela não foi mencionada na review anterior pelo simples fato de ainda ser cedo para deduzir tal coisa. Mas, logo no início, já vemos a mesma sendo refutada. O motivo? Bom, a teoria dizia que Sarah Paulson e Cuba Gooding Jr. eram os verdadeiros Shelby e Matt, sendo Lily Rabe e André Holland apenas atores de um documentário futuro de Billie Dean Howard. Entretanto, a teoria foi quebrada a partir do momento que, na sequência de perseguição da floresta, apareceu a frase “Dramatic Re-Enactment” (Reconstituição Dramática), o que sugere que os protagonistas ficarão bem.
E sendo um formato que as vezes causa confusão no público em geral, uma pergunta fica a espreita dessa temporada: será que aguentaremos ver a história sendo contada dessa maneira até o final? Ainda é cedo para deduzir tal coisa, mas é fácil perceber que em algum momento as pessoas vão ficar com preguiça da forma que os fatos são apresentados. E se, no futuro, forem trocar, será que vão conseguir fazer de uma forma que não cause estranhamento? Apesar de ser um formato interessante, ele tem um limite de uso e, aparentemente, Roanoke está chegando perto dele.
Mas, como todos já percebemos, essa temporada está nos devolvendo a sensação que as primeiras causaram, e é por isso que meu voto de confiança no Ryan Murphy ainda continua. As teorias estão aumentando cada vez mais: será que os narradores estão falando a verdade? Será que tudo não passa de uma mentira e a verdadeira história ainda será contada? Seja como for, American Horror Story parece estar com força total e nós só temos a agradecer por isso.
Observações:
–O que foi aquela aparição da Lady Gaga?
–Será que as enfermeiras vão conseguir completar a palavra? Até agora não me lembro de ninguém com um nome que inicie com “R”.
–Ryan Murphy, falando sério agora, onde está a abertura?
–Produção esquece Evan Peters em churrasco.
–Flora com a boneca negra só nos mostra ainda mais que representatividade importa sim!
–Denis O’Hare, como sempre, fica ótimo em qualquer papel.
–Cada vez mais confiante que aqueles caipiras só querem ajudar.
–Existe uma teoria de que Shelby, na verdade, é uma bruxa. Quem tiver interesse, recomendo pesquisar sobre, pois é bem interessante.
–Queria que essa temporada explorasse o horror como em Asylum, mas pelo visto vão apelar um pouco mais pelos sustos gratuitos.
–Eu já teria ido embora ao primeiro barulho. Ou eles têm coragem ou falta inteligência.
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