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American Idol – 15×15 / 15×16 Top 10 Revealed And Perform

Por: em 29 de fevereiro de 2016

American Idol – 15×15 / 15×16 Top 10 Revealed And Perform

Por: em

Com o começo dos lives, a derradeira temporada do American Idol começa a derrapar. Com uma edição corrida – e muito pautada nos sucessos do passado -, nem o nível dos acts, bem mais alto que o das últimas edições, é capaz de salvar os episódios. Só Kelly Clarkson.

Top 14

Esse primeiro episódio foi uma bagunça. Sou totalmente contra aprovações expressas em qualquer reality, porque são oportunidades a menos do artista se apresentar e se conectar com o público, ainda que signifique que ele já está alguns passos na frente na corrida pelo título. E as performances que aconteceram foram corridas demais, com o pacotinho estrofe + refrão definitivamente não dando conta de garantir um bom primeiro “live”.

Sobre os fast passes, fiquei surpreso. La’Porsha e Dalton eram passagens garantidas, mas achava que Mackenzie também ia levar essa vaga, e não Trent – mas a performance de Mackenzie foi muito boa, então foi até melhor. Entre as garotas, Olivia poderia facilmente ter sido substituída por Jenn, mas as últimas duas performances favorecem Olivia sem discussão.

Então, ficamos com performances dos “momentos” favoritos de cada um dos 10 restantes na temporada, vida que segue. Achei um tanto desperdiçado o plot do ‘momento favorito’, porque esse tema seria muito mais aproveitável lá no top 4, e com todos os candidatos cantando, mas enfim.

Manny Torres – Master Blaster

Reclamei disso na primeira vez que Manny cantou essa música, e vou reclamar de novo: essa música não favorece os vocais dele. A voz fica no limite do irritante, e acaba sendo uma performance esquecível, corroborando o death spot que a produção deu pro boy. Saudades do Manny temperado que era extremamente necessário para a competição.

Gianna Isabella – I Put A Spell On You

Ao contrário da primeira apresentação dessa canção, Gianna não forçou uma sexualidade não presente. Claro, houve uma performance diferenciada, mas tudo com naturalidade. Ainda assim, a imaturidade dela emana pela voz – vide as dificuldades de sustentação na região mais aguda – e a sensação que fica é de que a gata está fazendo hora extra na competição.

Thomas Stringfellow – Story Of My Life

Mesmo que mais contidos, os gemidos irritantes de Thomas estão aí, firmes e fortes, e finalmente a bancada parece ter percebido. Mesmo assim, foi uma boa performance dentro do possível. Pela primeira vez deu conta de um palco sem violão, e fez um bom flerte com a câmera (ainda que com a Geral, enquanto o close pegava o rosto de lado), que é o que ele precisa para, finalmente, conquistar as garotinhas através da América.

Tristan McIntosh – What Hurts The Most

Infinitamente melhor que a primeira, essa apresentação de Tristan põe uma interrogação na minha cabeça. Sem nenhum apoio do plot da mãe, o primeiro contato de Tristan com o voto do público foi bom, com direito a vocais muito coerentes – e quase impecáveis – e uma maturidade de palco que desbanca Gianna e Jeneve com facilidade. Tristan tem tudo a ver com o público mais conservador, mas tem forte competição nesse sentido – ainda que sua vitória fosse um retrocesso menos dolorido que uma vitória de Jeneve.

Avalon Young – Yo (Excuse Me Miss)

Algo de errado não deu certo nessa performance. Ainda que Avalon caia fácil no nosso gosto com essa atitude despreocupada – e a escolha da música favoreceu muito nesse sentido -, os vocais foram muito fracos, mais fracos do que na primeira apresentação. Talvez consiga um bônus e siga na competição por mais tempo por causa do estilo e da performance, mas há muito a ser feito.

Jenn Blosil – True Colors

Melhor performance de Jenn sem pensar duas vezes. Vontade de apagar as memórias de semana passada e levar só essa performance em conta e coloca-la direto no top 10. Verdade seja dita: Jenn não é de gosto fácil para a maior parte do público, e precisa conquistar sua passagem para fora do nicho, mas com performances como essa, vocalmente impecáveis, esse caminho vai ser muito mais fácil do que imagino.

Lee Jean – Make It Rain

Assim como Avalon, Lee teve dificuldades na sua apresentação. Os vocais foram pouco fluidos e com pouco sustentação na região aguda, e com Thomas e Mackenzie – os principais dividores dos votos de Lee – inovando e fazendo performances boas, ele pode estar numa cilada com essa apresentação.

Sonika Vaid – I Surrender

Essa performance me faz sorrir, mas também me preocupa. Lógico, os vocais foram muito bons (certamente melhores que os de Gianna e Tristan), principalmente na estrofe mais grave, que vinha sendo a dificuldade de Sonika até aqui. Mas me assusta porque pode sugerir que Sonika está se transformando naquela act que se rende – pun intended – aos diva anthems toda semana e fica com performances vocalmente boas mas pouco interessantes como um todo (o que, não se preocupem, não foi o caso dessa).

Jeneve Rose Mitchell – Ring Of Fire

Com certeza me enquadro na turma que não entende Jeneve, de acordo com Harry. Para mim, a performance foi pouco interessante vocal e visualmente, porque ela teve muita dificuldade pelo tom grave da canção e acabou miando a letra – de um jeito desconfortável, não de um jeito Johnny Cash. Ainda assim, a escolha da música toca o coração do público conservador, que pode segurá-la por mais algum tempo.

Mackenzie Bourg – Roses

Pimp spot mais do que merecido. Até justo Mackenzie não ter sido aprovado pelos jurados direto, porque nos dá o deleite de assistir essa apresentação. Vocais perfeitos, performance perfeita – equilibrando plateia e câmera magistralmente – e uma letra excepcional. Se Mackenzie não estiver no top 10, quem é que vai estar?

Top 10

Apresentação do Top 10, também conhecida como The Kelly Clarkson Show. Aliás, que mulher! Mais carisma que o resto da bancada somado, descontraída, pontual, convincente. Por mim ficava o resto da temporada sentadinha ali que ia ser maravilhoso. E lógico, com Kelly Clarkson dando o ar de sua graça no estúdio, ficamos com um programa extremamente nostálgico e com uma edição baseada nas glórias do passado (vide VT de abertura que simplesmente ignorou os últimos 4 vencedores).

Para começar o programa – ainda sem o brilho da Idol original -, notícias tristes: a América não se apaixonou por Jenn. Simplesmente a eliminação mais dolorida até aqui, principalmente porque saber que perdemos Jenn para performances mais ou menos (Gianna, Lee, Tristan, Avalon,…) dói demais da conta. Além dela, saem Manny – que já tem a desvantagem de ser latino e ainda faz uma performance sem graça, previsível -, Thomas e Jeneve. Essas duas últimas eliminações me deixam bastante intrigados. Thomas, ainda que baseasse suas performances em gemidos insuportáveis, poderia ter tido mais apoio das famosas menininhas (mas a gente sabe que elas não veem Idol faz muito tempo), e Lee, que tem menos apelo (e um tantinho menos de talento) conseguiu a vaga e Thomas não. Já a eliminação de Jeneve me choca simplesmente porque o country fica quase sem representantes no top 10. O Idol nunca fui um programa deliberadamente country como certas temporadas de certos concorrentes, mas me surpreendi com um top 10 com um único act country, ainda mais numa temporada com tantas audições do gênero.

Só um adendo: aconteceu alguma coisa com o calendário do Idol e já adianto que a culpa é da Fox. A princípio, a imprensa americana noticiou que aconteceria o seguinte: nos episódios dessa semana, os 14 iriam se apresentar (divididos de alguma maneira desconhecida) e 8 seriam enviados pelo público para o top 10. Os outros 6 competiriam por 2 wildcards, a serem concedidos pela bancada (com ou sem Kelly?) ao vivo. Mas, aparentemente a coisa mudou de figura – talvez pela presença de Kelly, que merece uma apresentação de top 10, e não de wildcard – e a participação dos jurados nos lives vai ser pura decoração e comentário (já que não tem Judges’ Save esse ano).

Com a chegada de Kelly, começaram as apresentações, e com elas o começo da marcha nupcial do casamento entre La’Porsha Renae e o contrato com a Big Machine. Shall we?

Olivia Rox – Unconditionally

Se desconsiderarmos o nível das apresentações seguintes, essa foi uma boa performance. A suavidade na estrofe foi muito bonita, diferente da típica emissão ovo-na-garganta que Olivia teve nas apresentações anteriores. No refrão, o ovo voltou, mas a plateia já tinha sido conquistada e a performance vendida, e a glory note do penúltimo refrão deu uma glamourizada no conjunto da obra. Tenho meus probleminhas com Olivia, e o fato de ela ainda não ter sido avaliada pelo público e receber um death spot logo de cara me preocupa, mas acho que a eliminação dela não acontece tão cedo.

Gianna Isabella – Listen

Ah, não! Por favor tragam Alexandra Burke para salvar meu dia! É aquilo: você não canta Listen num reality show a não ser que você CANTE Listen. E Gianna, mé, cantou. Os vocais foram decentes, mas o tremor na voz dela deixou as limitações evidentes, e a cada segundo ela ficava mais nervosa, claramente pensando cada movimento que ela faria a seguir. E ficou superficial, sem emoção – faltou força, no rosto e na voz.

Lee Jean – Skinny Love

Descobri meu problema com Lee: ele não é crível. Ele não consegue convencer a emoção da letra da música com a performance, e por enquanto ele só tem escolhido canções que exigem isso, no mínimo. Essa apresentação foi melhor que a do episódio anterior, mas o arranjo uptempo tornou a performance extremamente genérica, numa canção que pede tudo menos “genérico” – até porque a cota de performance de Skinny Love em reality show já estourou faz um tempo. Em geral, Lee ainda não funciona, mas aparentemente a produção quer que ele dê certo (e quem sou eu para dizer o contrário?).

Avalon Young – Stitches

Quando eu ouvi Stitches pela primeira vez, minha cabeça poluída com anos de live shows pensou “essa música ficaria ótima num reality”. E sabe por que? Porque ela é simples. Tem um alcance extenso, exige convencimento emocional, mas é fácil de degustar. Por isso que essa performance de Avalon me incomodou: muito exagero, melismas onde não precisava, um arranjo um tanto incoerente, sem contar na perda do aspecto “descolado” de Avalon, que agora foi glamourizada pela produção sem a MENOR necessidade. Para mim, Avalon não teve uma semana muito boa, mas deve seguir na competição porque, aparentemente, já conquistou fãs América afora.

Dalton Rapattoni – Hey There Delilah

Dalton é muito esperto: achou o tom de performance que convence, e investe nisso como se não houvesse amanhã (até porque, honestamente, pode ser que não haja). Esse estilo punk-flerta-com-o-glam-rock se encaixa em Dalton como uma luva, e a performance enérgica é tudo que o estilo exige para performances marcantes. Mesmo com a emissão um pouco mais poluída que a de Rebel Yell, o controle desse menino é uma coisa excepcional, e aquele último refrão… Dalton é o boy a ser batido na competição.

Tristan MacIntosh – Nothin’ Like You

Tristan é fã de Jessica Sanchez, deveria pegar uns conselhos com ela. Uma música com um alcance mínimo e a gata fica ofegante pela performance toda, quase desafinando em todos os refrões. E a imaturidade continua sendo a palavra de ordem. #VoltaJenn.

Mackenzie Bourg – I See Fire

Please stop Ed Sheeran 2k16. Não sei o que acontece, mas quando garotos cantam faixas de Ed Sheeran em realities, há uma forte tendência de não dar certo, e, bom, não deu. Pelo menos não tanto quanto costumava dar. Mackenzie ainda é frontrunner? É. Ainda muito convincente nas performances? Com certeza – com aquele flerte com a câmera, como não seria? -. Mas essa performance, esse arranjo… vou fingir que não aconteceu.

La’Porsha Renae – Diamonds

Será que temos uma nova Candice Glover? Será que estamos vivendo uma nova era de black divas? O mundo é de La’Porsha Renae e nós só vivemos nele? Mas é certeza. Com a benção da one and only Kelly Clarkson, La’Porsha fez uma apresentação que seria a melhor do episódio nas últimas 3 finais do Idol. Vocais impecáveis – e eu percebi que ela estava segurando alguns notões para não exagerar -, performance incrível, standing ovation. Se essa mulher não ganhar, quem é que vai? Me diz???!!???

Sonika Vaid – Bring Me To Life

De onde que saiu isso?? Sonika Vaid!! Não esperava que Sonika tivesse tudo isso dentro dela não. A emissão foi linda – a estrofe foi impecável também – e o refrão, ainda que tenha tido um probleminha pontual numa nota mais aguda, foi excepcional. Mas o ponto é que, pela primeira vez, Sonika foi além de um rostinho bonito com uma voz grandiosa (o que já é mais do que Tristan e Gianna, diga-se de passagem), mas foi convincente. Bebendo da mesma fonte que Dalton, fez uma performance dramática, coerente com a faixa ‘gótica suave’, digna de quem está lutando por um lugar ao sol. Sonikinha vai dar trabalho.

Trent Harmon – Like I Can

Assim como Thomas se apoiava nos gemidos, Trent agora só se apresenta com careta. De maneira comedida, pode ser um bom recurso, mas do começo até o fim da apresentação, não dá. De qualquer modo, achei a aprovação expressa de Trent precipitada. Seria essencial uma primeira avaliação dele pelo público antes de, por exemplo, ganhar um pimp spot. Foi ok, o falsete certamente causa uma boa impressão, mas está ofuscadíssimo pelas performances de Sonika e La’Porsha, além de não ter o mesmo apelo de Dalton. Tá ali no meio do bolo.

E vamos fazer um momento de apreciação para o quanto essa mulher é incrível. Ninguém NINGUÉM será como Kelly Clarkson. Icônica.

Depois de Kelly Clarkson, fica até difícil pensar nos acts da temporada, mas vamos ao ranking do top 10 até aqui:

La’Porsha Renae
Dalton Rapattoni
Sonika Vaid
Mackenzie Bourg
Olivia Rox
Trent Harmon
Avalon Young
Gianna Isabella
Lee Jean
Tristan McIntosh

Pelo menos um dos eliminados da semana que vem deve estar entre Avalon, Gianna, Lee e Tristan, que tiveram as apresentações mais fracas da semana. Olivia e Trent fizeram uma performance mediana, e como tiveram fast pass, não se destacaram tanto. La’Porsha é o act a ser batido, mas a passagem sólida de Dalton e Mackenzie e a súbita explosão de Sonika podem surpreender (mas provavelmente não vão).


Mic Drop 1: Keith Urban esquece língua em churrasco e não se pronuncia por todo o episódio; confira.

Mic Drop 2: Se a Fox não se meter de novo, semana que vem só tem 1 episódio, com o anúncio dos dois eliminados no começo, seguido da performance do top 8.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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