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American Idol – 15×17 Top 8 Perform

Por: em 7 de março de 2016

American Idol – 15×17 Top 8 Perform

Por: em

Meu coração está começando a ficar apertado. Por mais que a temporada não esteja tão estelar como poderia, é triste ver o que já foi o maior reality do mundo se despedir. De um jeito ou de outro, esse episódio só veio para provar o quanto a fórmula do Idol está gasta, e é melhor que esse encerramento seja feito com a pompa e com o brilho que um programa com uma história desse tamanho merece.

Parece que, finalmente, a temporada engrenou. Esse foi o primeiro episódio de todos que – com exceção da apresentação de Kelly – me lembrou os tempos áureos desse programa (e por tempos áureos eu já digo os tempos não tão áureos assim, lá pra 9ª temporada, porque nos tempos áureos DE VERDADE eu era só uma criança inocente). Os VT’s foram todos coerentes e relevantes para o programa, os jurados estavam pontuais, claros como nunca – e bastante assertivos, principalmente Harry.

Só que a assertividade do painel evidencia um problema: o ‘talento’ dos acts. Quando eu digo que o episódio me lembrou os tempos áureos do programa, é termos de televisão, não de música. Na maioria das apresentações, os jurados fizeram apontamentos de coisinhas que, bem, poderiam ter sido resolvidas antes – ou com um elenco melhor, ou com práticas específicas para o elenco que temos. Mesmo assim, foi um bom programa, com boas performances – nenhuma delas espetacular, mas a esperança de um grande MOMENTO ainda não morreu -. Muito disso graças ao tema, canções que venceram o Grammy , que fez os acts escolherem músicas com um pouco mais de apelo,  além de permitir que a edição se gabasse de ser o único reality que formou artistas vencedores do maior prêmio da indústria musical.

Com o probleminha do único episódio semanal – que no fim das contas é até bom porque cansa menos a nossa beleza -, a produção decide fazer como o usual e deixar o Bottom 3 para se apresentar no final, com a performance do aprovado valer também para a votação do público e não só para o painel. Deu certo, como sempre, mas é aquele climinha ruim de fim de festa que engaja pouco o público e quase que garante a eliminação daquela pessoa na semana seguinte.

Mas, vamos às performances?

Top 8

Dalton Rapattoni – Radioactive

Méh… ok. Abrindo os trabalhos do episódio temos Dalton e sua primeira performance menos que boa desde o começo dos lives. Vocalmente, foi bem inconsistente, principalmente porque o grave dele não é tão bom assim, e a performance só foi engatar lá no último refrão, que combinou a região mais aguda da canção com uma explosão de energia na atitude dele. Talvez esse último trecho convença o público, mas – como disse Keith – faltou a eletricidade das performances anteriores, que garantiria a ele uma segurança na competição (porque os vocais por eles mesmos não garantem).

Lee Jean – Use Somebody

Ai, América. Vocês vão ficar arrastando esse menino até quando? Pelo menos Lee fez alguma coisa diferente essa semana. Saiu daquela mimetização de Ed Sheeran e foi para uma abordagem um pouquinho mais agressiva, e até que deu certo. Apoiado por uma boa base e uma canção dentro da zona de conforto da voz dele, o principal trunfo da apresentação foi a emissão. Cada palavra foi dita plenamente e com clareza, e já está mais do que provado que as pessoas levam isso em consideração na hora de votar, mesmo que imperceptivelmente. De qualquer modo, continuo achando Lee um pequeno atraso, mas agora tenho a sensação de que a América adotou o rapaz e vai levá-lo mais longe do que eu previra.

Sonika Vaid – Since U Been Gone

Uma performance agridoce. Doce porque, desde o VT, Sonika veio com a proposta de fazer uma passagem pelo programa por meio dessa abordagem alter ego-ish angry girl, que funcionou muito bem semana passada e pode diferenciá-la das outras garotas (de Avalon, para ser mais preciso). Amarga porque tal abordagem exige uma força, uma atitude, uma chama, que estava presente semana passada mas que dessa vez ficou em falta. A grande vantagem de Since U Been Gone – e o porquê de ela funcionar tão bem em realities – é que a música tem em si uma ascensão, um crescente, que geralmente introduz uma performance icônica. Sonika teve um bom começo, mas assim que chegou no ponto alto, deu uma escorregada. Já na transição para o refrão insanamente agudo, a performance dela não entregou a atitude necessária, e a manutenção da apresentação a partir daí foi mediana. Não foi um desastre e não acredito que Sonika terá problemas semana que vem, mas é importante pontuar a sutil disparidade entre a teoria e a prática.

MacKenzie Bourg – I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me)

MacKenzie previu, no VT, que esse seria seu ‘wow moment’ – típico discurso de final de temporada que não funciona muito bem aqui. Bem, não foi. Foi só mais uma boa performance, consistente, cativante – ‘wow’ não foi. Não foi porque, ao invés de pegar uma faixa da ‘melhor performer feminina da história’ e usar a favor dele, fazendo algo de fato surpreendente, MacKenzie fez o que já fez umas 10 vezes: transformou a faixa numa canção romântica e amorosinha. Não que seja ruim, mas assim como Sonika, a disparidade entre a teoria e a prática pode não motivar o público a se engajar com ele. Mas ele é bonitinho e jogou a carta da vó doente, então é bem provável que ele passe ileso.

La’Porsha Renae – Halo

Não tem brincadeira com essa mulher não. A saga black diva continua firme e forte – cota Beyoncé já foi preenchida – e a nota estendida só no gogó, acapella mesmo, vai ganhar um monte de coraçõezinhos americanos direto para a contagem dos votos de La’Porsha. Mesmo com o telão e o vestido breguinhas, a rainha negra in the making fez uma performance pontual, bonita mesmo, de encher os olhos, e: sem. sair. do. lugar. Vocais como sempre convincentes, favorecido por um arranjo reality-ish (que já foi usado antes, não se enganem) de uma música que se encaixou em La’Porsha como uma luva. Só uma leve observação: seria muito interessante se La’Porsha saísse um pouco da saga black diva e tentasse algo um pouco diferente, mesmo que na mesma dinâmica – mais ou menos o que ela fez com Creep na audição. Não que seja urgente (o público não tem nenhum problema com os diva anthems, desde que bem performados), mas pode dar um novo fôlego no caminho da diva direto para o título.

Trent Harmon – When A Man Loves A Woman

Trent se deu bem. Pegou uma música que, originalmente, já apresenta os vibratos e melismas exagerados que ele ama tanto, e ainda teve bom coaching em relação às caretas Foi uma performance adequada, convincente, com uma emissão quase perfeita e um belo dum falsete. Para mim, foi a surpresinha da noite, e sai daqui como frontrunner – numa noite em que MacKenzie e Dalton não foram tão bem, isso pode fazer toda a diferença.

Tristan McIntosh – Go Rest High On That Mountain

Ai, América. Quando eu vi as 4 restantes, dei até um pulinho de felicidade. Pensei “ah, Olivia passa e fica Avalon, Gianna e Tristan”. Mas eu deveria esperar menos da nação que está no caminho de eleger Donald Trump como Presidente da República. Mesmo com aquela performance pífia, Tristan conseguiu a aprovação do público. Pelo menos, a performance dessa semana foi melhor. Os agudos cheio de vibrato, típicos do country clássico, funcionaram bem para ela, como sempre. Ainda é um act desinteressante, mas volta com um pouquinho mais de força para a competição nessa semana.

Bottom Three

Avalon Young – Earned It (Fifty Shades Of Grey)

Avalon fez o que precisava (e podia) fazer para sair dessa enrascada que se meteu. Largou de vez o estilinho tomboy – o que eu acho um erro – e se jogou numa faixa do Grammy desse ano, ainda quentíssima. Acho o agudo dela muito chato, irritante, principalmente quando ela estende muito, e talvez esse timbre incômodo + a ausência de personalidade + a falta de destaque nas fases gravadas tenha prejudicado a gata no top 10, e a performance de hoje não fez muito para evitar que o Bottom se repita. A atitude dela, por outro lado, convenceu bastante, e a bancada gostou demais. Vamos ver o que o futuro reserva para Avalon.

Olivia Rox – Trouble

Olivia teve problemas. A performance foi fraca, com pouco energia, numa música que exige mais palco do que voz. E é na voz que ela ganha, com falsetes fáceis, glory notes homéricas e um timbre bastante singular – que foi o que garantiu o fast pass dela na semana passada. Mas parece ter um futuro bastante curto na temporada, injustamente.

Gianna Isabella – If I Ain’t Got You

Gianna não escuta: os diva anthems não funcionam para ela. Ainda que essa apresentação tenha sido melhor colocada que a de Listen, Gianna teve bastante dificuldade, de novo, porque escolhe músicas muito além da capacidade dela, e as limitações ficam muito evidenciadas. A evolução dela tem sido clara, mas nessa temporada que os cortes são rápidos e efetivos, não há tempo para evoluções. Stephany e Jessica, mais prontas, teriam dado conta dessa música muito melhor que Gigi, aliás. Culpa de Jennifer Lopez.

Antes de falar dos resultados, sempre bom comentar as performances dos convidados porque elas também fazem parte do episódio, né.


Demi Lovato não é nenhuma Kelly Clarkson, mas é uma vocalista excepcional. A performance de Confident foi muito divertida, adoro essas interações com os acts – Sonika e La’Porsha arrasaram demais! – e Stone Cold é uma das faixas mais honestas do pop dos últimos anos, em termos de voz. Lógico que essa gritaria toda não agrada todo mundo (daria certo se Demi fosse uma candidata no Idol, com certeza), mas aqui traz honestidade e coroa uma performance muito boa.

Admito que Harry me decepcionou um pouco. Já tinha visto ele ao vivo algumas vezes, mas essa performance foi bastante fraca. Continuo amando o rocky jazz que ele faz de qualquer modo, mas não foi bom não.

Resultados

Previsível. Pelo nível das performances de hoje e pelos comentários da bancada, Avalon sairia ilesa do Bottom 3 sem dúvida. Uma pena perder Olivia tão cedo, mas as circunstâncias da competição levaram a isso – e não é como se ela fosse ganhar a competição.

Assim, o ranking do top 8 fica o seguinte:

La’Porsha Renae
Trent Harmon
Sonika Vaid
MacKenzie Bourg
Dalton Rapattoni
Tristan McIntosh
Lee Jean
Avalon Young

Trent sobe bastante pelo perfil de vencedor de reality da performance dessa semana. Dalton e Sonika caem por terem puxado o freio, e MacKenzie se mantém na mesma. Tristan sai da lanterna, já que foi aprovada pelo público na primeira oportunidade, e Avalon cai por não ter sido. Ainda que a América tenha adotado Lee, acho que esse amor passa logo, por isso ele permanece na penúltima posição.


Mic Drop 1: Scott Borchetta atuou melhor no merchan da Ford que metade do elenco das comédias da Fox.

Mic Drop 2: Ryan Seacrest ajudando La’Porsha com o vestido mais um lindo momento desse host maravilhoso.

Mic Drop 3: Jennifer é protagonista de Shades Of Blue, Harry vai ganhar um programa vespertino na Fox, Ryan é repórter no E! e Keith Urban é um ótimo instrumentista #TheShadeOfItAll

Mic Drop 4: Ryan: “e esse é o seu top 8, América! Um deles vai ser o grande vencedor da temporada, quem será?”. Câmera em La’Porsha.

 


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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