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Ann Dowd fala sobre possível passado de Tia Lydia

Por: em 24 de agosto de 2017

Ann Dowd fala sobre possível passado de Tia Lydia

Por: em

Ann Dowd, que vive uma excelente fase da carreira após receber uma dupla indicação ao Emmy (por The Leftovers e The Handmaid’s Tale), falou sobre o que ela acredita que seja o passado de Tia Lydia, e como ela imagina que seja a vida nas colônias, que não vimos na primeira temporada da distopia.

Reprodução/HULU

Como personagem feminina no poder, tia Lydia ocupa um espaço único no mundo de The Handmaid’s Tale. Como você vê essa posição da personagem?

É claro que minhas crenças não se alinham com as dela, no entanto, eu admiro a sua ética de trabalho. Acho que ela provavelmente era filha única e não recebeu muita atenção. Quando alguém tem uma maneira tão rígida de pensar e acreditar, você se pergunta: como ela chegou a esse lugar? Lydia engravidou aos 18, teve um aborto e nunca conseguiu se perdoar? Nunca contou a ninguém?

Eu acho que ela está completamente entregue à parte religiosa dela. Se, de fato, ela fez algo que sentiu que nunca poderia ser perdoada, esse apego à Bíblia e a um estilo de vida muito conservador pode ter sido primordial para ela. Eu acho que Bruce Miller mencionou que ela era uma professora em sua vida anterior – você não consegue imaginá-la em uma escola de meninas, ou em uma escola pública, observando a promiscuidade, a linguagem, o desrespeito da autoridade, o desrespeito pela Bíblia? Ou imaginar que ela era zombada pelos alunos o tempo todo?

Enquanto o mundo desmoronava, tenho certeza de que os Comandantes de Gilead tiveram reuniões para planejar o golpe, e ela devia estar lá dizendo “Eu vou me comprometer”. Ela estava preparada para esse trabalho, nasceu para fazê-lo. Lydia tem essa força, e acho que ela está levando profundamente a sério, então o destino dessas meninas está nas mãos dela.

Reprodução/HULU

Ela é uma ferramenta do sistema que oprime essas mulheres, mas também as protege de um destino pior?

Se elas forem enviadas para as colônias, é o fim. Elas ficam nas trincheiras, onde a poluição está completamente fora de controle. Penso na Coréia do Norte, esse tipo de vida onde você está na lama. Onde quer que você esteja, é extenuante e você não vai sobreviver.

Ela é uma mulher que pensa: “Meninas, acordem. Este mundo desmoronou por um motivo, e agora vocês tem a chance de repensar suas vidas, serem úteis para o mundo, e honrar a Deus. Vocês são as criaturas mais afortunadas nesta terra. Vocês ainda podem ter filhos. Esse é o maior presente que Deus já deu a uma mulher. Olhe para a sua oportunidade aqui. Você é a mais afortunada dentre nós, e vamos fazer isso juntas. Parece que sou seu inimigo, mas eu não sou seu inimigo”, completou.


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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