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Arrow – 4×20 Genesis

Por: em 6 de maio de 2016

Arrow – 4×20 Genesis

Por: em

Cara, atingimos um novo nível de piração com Arrow.

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Talvez eu seja uma das únicas pessoas que tenha gostado desse episódio de fato, mas tudo que foi acontecendo me levou a acreditar muito em um desfecho interessante para o quarto ano. Enquanto muitos não gostam da adição da magia ao ambiente da série – até pelo Arqueiro ser um herói sem super-poderes -, esse elemento vem trazendo momentos bem interessantes para os personagens, principalmente para Oliver. A chegada de Fortuna, uma xamã indicada por John Constantine (que podia fazer uma outra aparição, né?), serviu para nos esclarecer a maneira de bater de frente com a insuperável magia de Damien. Tudo tem um contraponto no universo, uma maneira que a natureza encontra de equilibrar as coisas – não é a primeira vez que ouvimos essa máxima sendo abordada no Arrowverse. Enquanto Damien focar suas energias na morte e na escuridão, a única maneira de combatê-lo será com a luz e a esperança.

Por mais piegas que possa soar, essa questão vem de encontro com um grande mote da temporada, trabalhado desde o primeiro episódio desse quarto ano: o Arqueiro Verde como um símbolo de esperança para Star City. Apesar de parecer uma solução fácil, encontrar essa luz interior pode ser um desafio grande para alguém como Oliver, que viveu tantas desgraças na vida quanto foi possível. Sua esperança está nos seus amigos, nas pessoas que não o deixaram desistir de tudo que vinha lutando até aqui. Um dos grandes momentos do episódio foi Oliver revisitando todas as desgraças da sua vida – e foram muitas -, entendendo por fim que para conseguir derrotar aquele que mais precisa ser parado, precisará primeiro estar em paz consigo mesmo e com todas as decisões que teve de tomar durante a sua trajetória. A cor verde que carrega em seu uniforme nunca foi tão importante quanto agora e, possivelmente pela primeira vez, não tenhamos uma batalha física, mas muito mais voltada para o campo psicológico/intelectual (mas queremos ver Damien tomando umas porradas sim).

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O Antigo Testamento, o livro de Gênesis. Deus queria reconstruir o mundo, então o exterminou. Demorei a acreditar que a série realmente pularia de cara em uma trama com pano de fundo bíblico, mas isso realmente aconteceu. Há muito tentamos desvendar quais os reais planos de Damien para Star City, agora bastante claros. Gênesis começou. A exterminação completa de um mundo deplorável – pelo menos aos olhos da COLMEIA. E enquanto Deus conseguiu sua limpeza através de uma enchente, Darkh utilizará do poder contido dentro do Rubicon, usando força nuclear para atingir seus objetivos (se eu falei alguma bobagem quanto aos preceitos católicos, me perdoem – segui exatamente o que falaram no episódio).

E por mais que parecesse aleatório o desenvolvimento da trama de Thea, as coisas fizeram sentido quando os planos de Damien foram esclarecidos. Com o extermínio a caminho, era preciso preservar uma parte da população, aqueles que seriam responsáveis pela manutenção da mesma no futuro. A redoma que vemos a irmã de Oliver presa representa a arca em que Noé salvou as espécies. Ela e Alex foram escolhidos a dedo por Ruvé, essa nojenta que não para de me fazer ter raiva, para povoar o novo mundo – ainda não sabemos muito bem o porquê, algo que deve ser esclarecido em breve. Ao que deu a entender também, aquele lugar está em um dos Nexos do mundo – uma espécie de dimensão paralela (?), intocável aos humanos e acessadas por aqueles com poderes especiais (Star City, Hub City e Lian Yu são alguns desses lugares).

Outro ponto interessante ainda nessa trama foi a brecha que ela deixou para o retorno do pai de Felicity. Quando Lyla cita que acessar Rubicon necessitaria um tipo de conhecimento específico, só me veio ele na cabeça – o que tem tudo para ser uma retomada interessante de um desenvolvimento mal executado no meio da temporada. Isso traz Felicity mais para perto da linha de ação da série, já que dificilmente tolerará isso acontecendo, sem que faça nada – por sinal, gostei muito de desenvolverem a linha narrativa de Oliver junto com ela essa semana, minimizando um pouco o drama da separação dos dois.

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No outro lado do episódio, vimos Andy provar que nunca valeu um pingo da água que bebe. O personagem é tão desprezível que foi capaz de jogar na cara do irmão a morte de uma amiga que mal tinha acontecido. Naquele momento, eu quis que Diggle acabasse com a vida dele, o que acabou acontecendo só mais tarde, quando o segurança perde completamente a esperança que Andy possa se recuperar realmente da influência de Darhk. John cruzou uma linha perigosa para qualquer pessoa e as implicações disso devem ser refletidas no futuro breve da série. Matar qualquer pessoa já é traumático, quando adicionamos ao fato ser alguém da família, temos a certeza de alguns traumas psicológicos a caminho. Aqui, foi muito bem trabalhada a relação de confiança entre Diggle e Lyla, uma das mais bonitas da série. Gosto demais dos dois como casal e acho que eles acrescentam um ar “familiar” que já não existe mais em Arrow – mesmo que seja uma família nada convencional.

Com mais três episódios no seu caminho, está difícil prever quais serão os próximos passos dessa quarta temporada. Confesso estar animado (e talvez eu seja iludido), mas esses lances bíblicos contrastados com tramas contemporâneas sempre me atraem demais. Além disso, acredito muito na magia como um elemento temporário. Não veremos o Arqueiro estendendo as mãos e focando energias sempre – então vamos tentar entender como a maneira de acabar com o vilão que a série mesmo criou. Enfim, eu tô feliz, mas sei que tem muita gente triste, mas é isso que temos para hoje.

Algumas flechadas necessárias: 

  • Hub City aparecendo mais uma vez dentro do Arrowverse. Nas HQ’s, a cidade fictícia é o lar de Questão, um xamã importante para o desenvolvimento de questões impactantes no universo DC – ao que tudo indica, a personagem que vimos foi inspirada na versão feminina dele;
  • Milo Armitage já apareceu algumas vezes também, nunca relacionado com nada muito bom;
  • Andy, já vai tarde, sua praga!
  • Mano, pirei nas redomas envolvendo a cidade que Thea está – total Under the Dome!
  • Viram que o vilão da 5ª temporada está sendo escolhido? 

 


O clima acelerado continua na próxima semana com “Monument Point”. Confira o vídeo promocional:

E agora queridos, usem o espaço para falar tudo que estão pensando!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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