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Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

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Arrow – 5×08 Invasion! (Crossover Pt. 3)

Por: em 2 de dezembro de 2016

Arrow – 5×08 Invasion! (Crossover Pt. 3)

Por: em

Mudando completamente a linha narrativa adotada na primeira parte do grande crossover desenvolvido pela CW no universo DC, Arrow chega a marca de 100 episódios com muita história para contar, bons personagens e um episódio que dificilmente será esquecido pelos seus fãs mais assíduos.

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Talvez minha opinião seja um pouco controversa quanto a “Invasion! (2)”. Eu amei esse episódio, principalmente por tudo que ele representa para a série, mas acho que o deslocamento da trama foi muito brusco e, em alguns momentos, forçado. Claramente foi um erro deixar que o centésimo episódio estivesse no meio de um grande evento entre as quatro séries da DC, mas foi um erro que nos possibilitou revisitar personagens mais que amados durante essas cinco temporadas da série do Arqueiro. O episódio retoma a narrativa exatamente da onde parou em The Flash: Oliver, Thea, Sara, Diggle e Ray são abduzidos e jogados em uma espécie de alucinação coletiva, onde parte do passado que conhecemos nunca aconteceu.

E é estranho ver como essa brincadeira parece tão dolorosa agora, principalmente pela memória de Laurel. Ver a personagem feliz e realizada, faz a gente perceber o quanto seu caminho foi cortado. Rever Moira também não foi fácil. Mesmo sabendo que ela nunca foi o modelo maternal de perfeição, lembrar a maneira trágica como sua vida foi tirada também não é bom. E o episódio brincou com isso durante toda a sua duração, trazendo flashes desde o piloto até agora, apostando na nostalgia que a marca de 100 episódios precisa. Os detalhes me chamaram muita atenção e, era só piscar, para perder alguma forte referência que a série fazia a si mesma. O próprio episódio já começa com um take de Oliver correndo em meio ao mato, primeira cena que vemos no piloto da série. A partir disso, foi uma chuva só de easter eggs para a gente se deliciar.

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Sara comentou que se fosse uma assassina profissional, mataria o cunhado por ter perdido seu jantar de ensaio. Oliver esfaqueando o olho de Deathstroke, Laurel com um colar de Canário e por aí vai. Os vilões de cada temporada também foram relembrados e colocados a frente de uma batalha espetacular (a coreografia de todo o crossover vem sendo bastante incrível e impressiona por uma qualidade bem acima da regular das séries). O único que ficou de fora foi Ra’s Al Ghul, mas quem quer mesmo relembrar a terrível terceira temporada, não é mesmo? Uma das ausências mais sentidas pelos fãs foi Tommy, que num rompante brilhante do roteiro, foi citado como um médico que está de plantão em Chicago – para quem não sabe, o ator não foi liberado pela NBC para gravar o episódio por estar comprometido com as gravações de Chicago Med, onde vive cirurgião, que é um dos protagonistas.

Particularmente, senti falta também de Roy. Colton Haynes está afastado do trabalho por séries crises de estresse que teve nos últimos anos, mas acabou se fazendo presente através das memórias de Oliver, que vieram o acalmar e mostrar que o caminho que está trilhando junto com seu alter-ego de Arqueiro Verde é honesto. Ele precisa aceitar o fato de que não é simples salvar uma cidade e que, nem sempre, conseguirá obter bons resultados nisso. Talvez esse seja um dos maiores legados do episódio como um todo: mostrar com tranquilidade para Oliver de que ele precisa primeiro aceitar as suas limitações, para então tentar chegar a algum lugar com tudo que pretende para si e para sua cidade. Achei que eles se livraram muito rápido do controle mental dos Dominadores? Talvez. mas a gente releva porque nem tudo pode ser perfeito nessa vida.

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Ao passo que era desenvolvida essa realidade paralela, pudemos acompanhar de perto como o time do Arqueiro agia sem o seu líder, onde cada uma das personalidades fica ainda mais ressaltada. E, vejam só, Curtis pouco me incomodou nesse episódio. Ele estava exatamente no lugar onde precisava estar, trabalhando perto de Felicity e Cisco e tendo sentido para o desenvolvimento da trama. O que me incomoda é a ausência de Artemis não ter sido sentida ou citada em nenhum momento. Como assim a menina some, está lá como Prometheus e vocês estão tudo de boas sem perceber? Vamos ter um pouquinho mais de senso, não é mesmo? Essa foi sem dúvida nenhuma uma das partes que me incomodou e acho uma pena esse errinho bobo fazer com que o episódio perca pontos.

Um dos meus momentos favoritos foi quando Oliver se toca de que nada do que está vivendo é real, precisando convencer Thea do mesmo. Achei bem emocionante aquela nova despedida que os dois tiveram dos pais e também de Laurel. É como se um ponto final tivesse sido colocado em tudo que ficou para trás e uma nova história começasse a ser escrita a partir de agora. Para falar a verdade, é exatamente isso que penso. O marco de 100 episódios modifica qualquer série e denota uma certa maturidade no que fazer de bom ou ruim. O quinto ano de Arrow vem demonstrando que, mais do que tudo, estar ligado as origens é o que funciona por aqui, por isso não podemos mais deixar isso de lado.

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Cara, 100 episódios. São praticamente 100 reviews por aqui, falando dessa série que eu gosto muito e sempre vou defender. Então essa review tem que ser especial, tem que trazer algo mais que os comentários do crossover. Se liguem só nesse texto de agradecimento do Stephen a todos que estiveram/participaram do caminho para a série ser um sucesso:

Facebook… Eu mal posso acreditar que nosso centésimo episódio está indo ao ar nessa noite. Por conta da rede onde nós estamos e as longas sombras causadas por The Vampire Diaries e Sobrenatural, as pessoas podem estar inclinadas a achar que 100 episódios são fáceis de atingir. Não são. Você tem que ser incrivelmente sortudo. Mais importante, você tem que se rodear por um um elenco e equipe, executivos, canal e chefes de estúdio singularmente talentosos. Nós somos. Nós realmente, realmente somos. Nós também temos a oportunidade incrivelmente única e – possivelmente – sem precedentes de celebrar esse episódio com três outras séries que tem ajudado a povoar esse universo televisivo com algo mágico. Um crossover de quatro noites! Aliens?!?! Que especial.

Sobre o que pertence ao episódio dessa noite, tem três pessoas que eu realmente preciso mencionar. Katie Cassidy voltando para interpretar um papel integral no nosso episódio, enquanto filmava um filme em Boston, é um atestado de sua ética com o trabalho e sua integridade tanto como pessoa, como profissional. Ela está magnífica nessa noite e foi muito divertido voltar trabalhar com ela. Jamey Sheridan jogou a si mesmo nessa experiência, porque ser familiar com um personagem que você não interpretava em quatro anos, em um espaço onde todos são tão familiares não é uma tarefa simples. Ele fez parecer fácil. E Susanna Thompson… quando nós perdemos Moira Queen, a série perdeu um pouco de sua alma. Sendo direto, esse episódio teria sido incompleto e, talvez, impossível de se executar sem o calor que ela traz para cada minuto que ela gasta no set. Que gesto gentil da Susanna retornar.

Os fãs, de todo o mundo, mais velhos ou jovens… se você descobriu o Arqueiro Verde em 1940 ou se descobriu a série em algum momento entre 10 de Outubro de 2012 e essa noite, obrigado. Essa experiência tem fundamentalmente alterado as vidas de mais pessoas que vocês podem imaginar. Que jornada. E como o portador de um personagem tão amado e o representante de uma história tão rica, eu tenho sempre tentado dar meu melhor para manter vocês entretidos. E eu vou continuar fazendo isso.

Aqui para mais 100 episódios”.

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Assim como menino Amell, quero agradecer pela parceria que temos durante 100 episódios. Apesar dos momentos polêmicos, temos aqui um espaço muito legal de discussão de ideias, onde vocês me fazem enxergar coisas que jamais perceberia sozinho. Aí, tô todo nostálgico. Enfim, 100 episódios. O que será que nos reserva o futuro, não é mesmo?

Deixo vocês nas mãos da menina Carol, que trará a última parte desse crossover junto com Legends of Tomorrow. E nós nos vemos na próxima semana, quando encerramos a primeira parte desse excelente quinto ano. Até mais!

Ahh, muito importante: Apaixonados por Séries estará na CCXP 2016 e você pode acompanhar um pouco do que está rolando em nossas redes – todas são @apxporseries. Se quiser acompanhar os meus surtos particulares (imaginem eu vendo os uniformes do Arqueiro, Flash e Supergirl de perto), só dar um follow nas minhas redes que estão logo aqui embaixo. Beijo para quem é de beijo, abraço para quem é de abraço, fui!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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