Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Arrow – 5×13 Spectre of the Gun

Por: em 18 de fevereiro de 2017

Arrow – 5×13 Spectre of the Gun

Por: em

Meu fechamento é você, quinta temporada!

Enquanto o clima de carnaval já começa a tomar conta das nossas vidas, temos a chance de aproveitar um episódio excelente como este de Arrow. Bem diferente do seu antecessor, “Spectre of the Gun” se preocupou em levantar uma polêmica muito grande nos EUA (e em qualquer lugar do mundo), enquanto pontuava melhor a história de um dos melhores personagens que o quinto ano nos trouxe: René, o Cão Raivoso.

Desde sua chegada, René vem sendo o grande destaque dentre os recrutas. Com uma personalidade difícil de lidar, foi dele que partiram os principais questionamentos ao modus operandi de Oliver, principalmente quanto ao uso das armas de fogo na hora das batalhas de rua. Apesar de parecer uma dúvida óbvia para um time de justiceiros, o background de tudo isso começa no passado do próprio personagem, que teve que lidar com perdas difíceis para tomar um determinado caminho na sua vida. Fui completamente surpreendido com tudo que vi. Quando começaram os comentários sobre esse episódio, eu jurava que veríamos sua trajetória nas forças militares atrelado a algum trauma pós-batalha. Só que a história de René é muito mais que isso.

Seu comportamento é justificado na perda de pessoas tão importante e que mantinham ele no eixo. Sua mulher, com problemas de drogas, acabou sendo o estopim para toda uma sequência de desgraças que culminou na sua própria morte e no afastamento entre pai e filha (jamais, jamais mesmo, imaginei ele com uma filha). Foi bem triste ver a conformação do personagem com o fato de não ser uma boa influência, o que eu realmente não acredito. Apesar das suas explosões, o senso ético de René é um dos mais aflorados na equipe do Arqueiro, o que é uma das partes mais importantes em ser pai, não é mesmo? A inclusão de Curtis nessa trama pode ser boa ou não. Ainda tenho minhas milhões de ressalvas com o personagem (que foi para as ruas mais uma vez), mas gosto quando ele cuida das pessoas – coisa que acaba sendo deixada de lado na equipe. O problema é que ele, quase sempre, é um pouco intrometido demais, o que acaba colocando as mesmas pessoas que ele queria proteger, em risco.

Um outro medo que tenho é o que a volta da filha de René pode representar para o seu futuro no time. Não quero que terminemos o ano com um saldo de somente Curtis permanecendo (que tirem ele e deixem o Cão!), mas não duvido nada que com esta “redenção”, o caminho do personagem tome esta direção. A inclusão do atirador como assistente de Quentin foi genial. A química dos dois é excelente e acredito que seja também uma maneira de trazer ele para mais perto de Thea, com quem já flerta desde o começo da temporada – que bom ter nossa Thea, afiadíssima, de volta. Era necessária essa inserção maior do personagem nas tramas “fora das ruas”, dando chance para que seja um pouco mais explorado e tenha relevância em outros momentos.

Todo o lance do passado de René foi contado, não por acaso, ao mesmo tempo em que se debatia o porte de armas em Star City. Uma trama profunda e que dificilmente veríamos em uma série da CW. Claro que a discussão não foi a fundo no tema, esse nunca foi o objetivo. Mas é interessante ver que temas relevantes como este são trazidos a tona em uma série como Arrow. E cara, é impossível não se discutir o porte de armas em uma cidade como aquela (talvez só Gotham seja pior mesmo) onde uma desgraça acontece a cada esquina. De tudo que vimos, o que fica de mais importante é que a vida vem em primeiro lugar, por mais clichê que isso soe. E também que nem sempre Oliver Queen precisa de sua roupa especial para salvar a cidade.

Foi demais acompanhar a trajetória de Oliver até a prefeitura, o que vinha sendo extremamente mal aproveitado até então. Seu cargo público não passava de um álibi para a maioria das suas ações como Arqueiro ou formas de conseguir informações privilegiadas, agora que Laurel e Quentin estavam fora de cena. Neste episódio foi diferente. Finalmente vimos ele agir como prefeito e tomar decisões como o seu cargo exige. E teria alguém melhor do que Oliver Queen para discutir o valor da vida, sendo que ele já viu tantas se esvaindo? Claro que não. Espero que o roteiro valorize um pouco mais esse lado daqui para frente. Repare que vimos Oliver como Arqueiro umas 2x no episódio todo, o que é completamente fora do comum. Sua cena no hospital com o atirador é uma das minhas preferidas e realmente outro dos muitos momentos memoráveis do episódio.

Apesar da ênfase menor, Dinah também teve seus momentos. Desta vez, a dinâmica entre ela e Diggle foi testada, mais uma vez funcionando muito bem. A nova Canário, que ainda não assumiu o manto (o que aposto acontecer na semana que vem em um episódio voltado para as Aves de Rapina), é uma adição incrível a série. Gosto muito da maneira que ela traz uma personagem traumatizada, mas ao mesmo tempo forte, o que vemos em cada cena que partilhou com o segurança. Depois de passar anos procurando vingança, seu recomeço parece complicado – e realmente é. Mas essa interação, essa busca por pessoas que se importem com o mesmo que ela, é o que fará a diferença. Bem legal colocarem ela de volta na polícia, já que é um ponto de apoio que o Arqueiro Verde perdeu nos últimos tempos.

No bonde das coisas que precisamos comentar, mas ainda não sabemos o que falar temos Felicity se enfiando cada vez mais em uma iniciativa que não sabe os precedentes e que não sabe para onde vai – eu tô é bem curioso para saber onde ela vai chegar com tudo isso, porque a personagem tem sérios problemas de consciência quando acaba indo longe demais – e Adrian com seu Vigilante, mais uma vez questionando os métodos do Arqueiro e se contrapondo na linha de ação – não vejo a hora desses dois descobrirem as identidades um do outro, talvez um dos melhores momentos da temporada que ainda está por vir.

Como já adiantei, semana que vem teremos as Aves de Rapina e um episódio que promete bastante ação. Dá uma espiada no vídeo promocional e comenta o que achou desse décimo terceiro episódio comigo!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×