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Arrow – 5×16 Checkmate/5×17 Kapiushon

Por: em 25 de março de 2017

Arrow – 5×16 Checkmate/5×17 Kapiushon

Por: em

Eu não tô acreditando que quando eu fico uma semana sem internet, a gente tem os melhores episódios de Arrow.

Há muito que venho apontando esta como uma das melhores temporadas da série, mas os céticos teimam em dizer que ela jamais irá se recuperar da derrapada do terceiro ano. Acredito que depois de dois episódios como estes, podemos aceitar que esta é uma afirmação mais do que errada, absurda. Claro que muitos tropeços ainda podem surgir e a reta final ser lamentável mas, analisando o que temos em mãos, não há como negar que o roteiro de Arrow teve um salto de qualidade tremenda e parece saber exatamente para onde caminha.

Desde a revelação da verdadeira identidade de Prometheus, fiquei um pouco ansioso para saber como a trama seria desenrolada, já que poderia ser um pouco piegas demais a maneira que Oliver Queen descobriria o nome do seu nêmesis. Pois é, não foi. Adrian Chase bate no ponto de estar dez passos a frente do seu inimigo e ele realmente está. Tudo que fora planejado, calculadamente, deu mais do que certo, quebrou Oliver em um dos seus pontos mais fracos: confiar em pessoas. Adrian, ou seja lá qual for seu nome real, estava do seu lado o tempo todo, manipulando informações, ganhando sua confiança, só para depois poder usar tudo isso contra o “amigo”. Cara, que virada foi essa.

A aposta da série em um jogo psicológico, muito mais do que corporal, pelo menos em grande parte destes dois episódios, foi um acerto e tanto. Aqui, é preciso que paremos para falar da entrega de Stephen Amell. O cara que ainda é muito desacreditado por sua atuação, segurou – e muito bem – dois episódios só dele. Apesar de termos alguns outros personagens aparecendo hora ou outra, era Oliver o centro de tudo. Sua interação com Josh Segarra foi absurda. Tinha horas que eu acreditava real no ódio existente nos olhos de cada um deles, fazendo a cena ainda mais crível para a gente. Se alguém ainda tinha dúvida, Segarra já entra para o hall de melhores vilões, ao lado de Slade Wilson. O episódio 16 é quase que todo baseado no fato de que Adrian sabe o que está fazendo e Oliver não tem absolutamente nada para fazer contra isso – o que foi me dando um nervoso incrível, porque eu não aguentava mais ver a fuça de Adrian com aquele sorriso cínico.

Foi bem importante também a aliança de Talia com Adrian para que algumas coisas fizessem um pouco mais de sentido. Oliver nunca soube o sobrenome de sua mestre, o que justifica a pouca associação que fez entre as duas histórias. Mais do que isso, apesar de supor que seu inimigo tinha sido treinado por Talia, ele nunca teve esta certeza de fato, tirando o tal do movimento que só ela poderia ensinar. Ainda não sei se gosto da maneira que ela foi introduzida nos tempos atuais da série, mas que foi um baita gancho, isso não podemos negar. Acredito que sua participação não deva se limitar somente ao que vimos, indo um pouco mais além nesta parceria com Adrian.

Depois que entramos no episódio 17, vivenciamos um dos piores momentos de Oliver. A tortura que passou nas mãos do seu inimigo foram cenas fortes e que dificilmente esqueceremos. Ali, Oliver teve a chance de revisitar os fantasmas do seu passado, a culpa que carrega, o medo de estragar a vida de quem está perto dele. Tudo isso em seis dias de cárcere, finalizados em um dos momentos mais emblemáticos da trajetória do Arqueiro: Oliver mata porque gosta. Essa afirmação vem em um momento que a série busca reencontrar seu espírito original e não poderia fazer mais sentido. Aprendemos em flashbacks anteriores – e nestes também – que a roupa de Arqueiro surge para que Oliver possa suprimir algumas de suas vontades, fazendo possível para ele mesmo conviver com elas. Anatoly o avisa de que isso poderia ser útil, mas não uma solução permanente, sendo exatamente isso que vemos no presente. Oliver está quebrado pela verdade que tanto tempo escondeu de si mesmo e de todos que ama.

Como que o personagem caminhará agora é difícil de saber. Sua exaustão nos últimos minutos é compreensiva. Ele passou por um estresse muito grande e ninguém sai disso querendo continuar lutando. Desistir é mais fácil e provavelmente ele se bata com essa ideia por algum tempo. Mas nós sabemos que mesmo que tenha vontade de matar, Oliver – e o Arqueiro Verde – construíram um caminho onde não precisam mais disso. Não há como negar essa evolução e, hora ou outra, ela virá a tona.

Lá nos flashbacks, vimos o desenvolvimento de toda a guerra entre Bratva e Kovar, que agora parece pouco interessante perto do que tínhamos na linha de tempo atual. O que chamou atenção foi a introdução de Malcolm Merlyn como um dos fornecedores de Kovar, o que pode ser bem importante em algum momento futuro, e a nomeação de Oliver como um dos capitães da Bratva depois de tudo que faz para salvar seus irmãos. Agora se você me perguntar se eu entendi como que Kovar acorda no final do episódio depois de morrer, eu vou dizer que não e chutar que tenha algo a ver com o Poço de Lázaro – mas não afirmo nada, porque realmente não tenho a menor das ideias. O que devemos ver agora é uma sequência de fatos que culminem na volta de Oliver para Lian Yu, já que os flashbacks se encerram no final desta temporada com o resgate do milionário.

Paralelamente, vimos o envolvimento de Felicity com a organização Helix, que parece bem problemática – e bota uma ênfase legal neste bem. Claramente ela não poderá usufruir das informações gratuitamente, o que faz com que ela se envolva em coisas que não são necessariamente boas. Desconfio que a organização possa ser uma fachada para algo muito ruim, mas acho que ainda é muito cedo para pensar qualquer coisa do tipo. Devemos ver como isso se desenvolve nos próximos episódios, mas é confiável dizer que vem uma trama interessante para a personagem por aí.

Ah, acho que vale também comentar os cortes de edição destes dois episódios, mas principalmente do segundo. A luta de Kovar entrelaçada com a confissão de Oliver foi um dos melhores momentos da série.

Algumas flechadas necessárias:

  • Evelyn, se você soubesse o quanto eu te odeio, tu não aparecia tão cedo nessa série de novo.
  • Eu não sabia que Amell era capaz de entregar umas cenas dessas não. Tõ de cara.
  • Segarra, não sai deste elenco, por favor. Tu me deixa nervoso, mas quero que continue.
  • Curtis não me irritou nestes episódios, obrigado!
  • Que cenas de luta, meus amigos.
  • Enquanto Arrow segue num clima pesadíssimo – que a gente ama -, Flash e Supergirl se juntaram para cantar – e foi lindo.

 


Dá um confere no vídeo promocional da semana que vem e a gente se encontra para falar de novo deste temporadão da porra que Arrow vem fazendo! (não tô sabendo lidar com a promo)


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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