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Arrow: A flechada certeira da CW nessa Fall Season

Por: em 19 de dezembro de 2012

Arrow: A flechada certeira da CW nessa Fall Season

Por: em

My name is Oliver Queen. For five years, I was stranded on an island with only one goal – survive. Now, I will fulfill father’s dying wish to use the list of names he left me  to bring down those who are poisoning my city. To do this, I must become someone else. I must become something else.

Esse discurso já soa tão familiar para vocês, quanto soa para mim? Depois de cerca de dois meses de sua estreia, Arrow se tornou uma obrigação na minha semana, sendo que o discurso que vocês viram acima é algo que eu já sei de cor (e que com certeza muitos outros fãs já devem saber). Totalmente desacreditada, a série estreou no dia 10 de outubro e desde então vem angariando fãs em tudo que é canto. Mas então porque tão desacreditada? Não podia ser mais óbvia a intenção da The CW com a série. Um dos seus maiores sucessos (ou pelo menos uma das séries que já tinha uma fan base estabelecida), que era Smallville, tinha acabado e o público com certeza estaria sedento por uma outra história de super-heróis. Foi assim que surgiu a ideia, que virou piloto e acabou sendo levada ao ar. E deu certo, incrivelmente certo.

Oliver Queen, interpretado por Stephen Amell, faz o tipo garanhão rico, que nunca precisou se preocupar com nada e, de uma hora para outra, viu toda essa mordomia ser arrancada dele sem dó, nem piedade. Depois de um trágico acidente de barco (que percebemos não ter sido tão trágico assim, mas muito bem planejado), a tripulação toda, da qual Oliver e seu pai fazem parte, se concentra em um pequeno bote salva-vidas. E ai começa toda a tragédia na vida de Oliver. Seu pai faz algumas confissões a ele, planta a semente da desconfiança, se mata em sua frente e ele acaba em uma ilha, praticamente deserta (não estamos revisitando Lost, relaxem). É nessa ilha que nosso garoto se transforma em herói, segundo os ensinamento de um habilidoso arqueiro que lida com a rotina da sobrevivência a anos. É na ilha também que Oliver é levado aos seus limites, não somente quanto a sobrevivência, mas também a lealdade com aquele que o salvou, sendo absurdamente torturado, mas mantendo seu segredo a sete chaves. E dai que nasce toda a dualidade do personagem que podemos observar na série.

A reclusão que passara por cinco anos na ilha fez com que Oliver se fechasse para o mundo, como se não pudesse lidar com nada mais disso – seja sua família, seu antigo amor ou seu melhor amigo. Aparentemente, ele está muito bem. Mas os fantasmas de todos aqueles anos lutando para se manter vivo vão fazer com que o personagem desmorone em algum momento e esse será um dos breakpoints mais interessantes que a série pode vir a explorar. Sua força está naqueles que ama e isso se torna mais visível a cada episódio. Qualquer coisa que atinja diretamente um dos seus próximos, o deixa completamente transtornado. Agora imaginem como será para Oliver descobrir que um dos seus principais inimigos é sua própria mãe? Ta aí, outra das tramas que será muito bacana de ver em tela. O conflito de interesses dos dois logo virá a tona e, por mais que Moira queria proteger o filho dos ataques da Companhia, isso será inevitável.

Mas Oliver não está sozinho na proteção de Starling City. Diggle é seu fiel escudeiro. O personagem que começou como seu segurança, que acabava sempre levando um olé de Oliver, tornou-se um perfeito aliado para a missão do nosso arqueiro na cidade. E ele é mais que isso, é quase como que a consciência do nosso super-herói. Depois de tudo que passou, Oliver se tornou muito independente, sem ter em quem confiar ou se espelhar, e Diggle vem exatamente para ser esse balanço, para colocar as coisas no lugar e orientar nosso garoto pelo melhor caminho possível. A relação dos dois não poderia ser melhor. Sempre com cenas muito bacanas, a química entre os atores vem funcionando da maneira que deveria para passar uma amizade sólida e serena entre os personagens. Mas uma história de super-herói não é uma boa história se não tivermos uma mocinha – e ai que entra nossa bela Katie Cassidy no papel de Laurel.

Laurel é aquela garota independente, que luta pelo que acredita e faz qualquer coisa por aqueles que ama. E um dia uma dessas pessoas foi Oliver. Mas tudo se estragou quando ele levou a irmã de Laurel para o tal barco onde aconteceu o terrível acidente. E nesse meio tempo, nesse tempo em que Oliver não estava por perto, muita coisa aconteceu, principalmente entre Laurel e Tommy, melhor amigo de Oliver. Já fazia tantos anos, eles nem imaginavam ser possível ver Oliver de novo e acabou que eles se aproximaram por um milhão de circunstâncias, terminando como tudo mundo sabe. Só que esse triângulo foi construído de uma maneira tão cuidadosa, dando para os personagens cenas tão legais, que hoje, passados nove episódios, eu não seria capaz de dizer se tenho uma torcida em especial.

Tommy quebrou com qualquer imagem que poderia ter. Ele começa como um garanhão igual ou pior que Oliver, mas seu ‘amor’ por Laurel vai o transformando em alguém que gostamos, alguém que nos preocupamos. E ele é engraçado, perdido, sem noção alguma da vida. E como ele funciona bem com Laurel. Mas ai temos Oliver, que é o nosso herói, que é quem está abdicando de um amor devido a milhões de motivos para protegê-la e não há como decidir. Tudo funciona muito bem e é mérito total dos roteiristas que a série rode tão perfeitamente como está rodando. Logo teremos mais de Tommy e sua falta de dinheiro repentina, bem como a estranha relação entre os três agora que, aparentemente, Laurel e Tommy estão em uma relação estável.  Outro personagem relacionado a Laurel é seu pai, o detetive Lance, que tem uma birra absurda por Oliver e (por coincidência) pelo arqueiro. Uma das tramas que mais espero ser explorada é o passado de Lance e o desenvolvimento do seu alcoolismo devido ao fim do seu casamento.

O engraçado é que, por mais que tente resistir e fazer de tudo para pegar o arqueiro, no fundo Lance sabe que ele não está lá para fazer mal para ninguém, tanto que muitas vezes acaba o protegendo e até seguindo seus conselhos. Acredito que em algum ponto da trama Lance descubra a real identidade do arqueiro e isso dificulte ainda mais a relação que tem com Oliver, mas seria um plot super legal de ser desenvolvido. E como já falei antes, nem da família Oliver consegue escapar. Moira é um dos grandes nomes por trás das grandes movimentações da trama, o que acabara acarretando no embate direto entre mãe e filho, talvez um dos mais esperados breakpoints que teremos dentre todos. Para quem tava com saudades do elenco de The OC, temos a volta de Kaitlin Cooper, ou melhor, Willa Holland, agora no papel de Thea Queen, irmã de Oliver. A personagem não é muito diferente do que já a vimos interpretando, mas também tem um lado bem mais emotivo que deve passar a ser mais explorado com o tempo. A relação dela com o irmão é uma das coisas mais interessantes que a série já mostrou e precisa ganhar mais espaço.

Só que nem só de conhecidos é feita a série. Nosso maior vilão ou aquele que vem assumindo esse papel com maestria é Malcolm, pai de Tommy e alguém que está diretamente ligado a Companhia. Depois da revelação no winter finale de que ele era o Dark Archer, acredito que teremos muito mais a esperar de batalhas entre ele e Oliver, o que trará muito mais ação para a série. Claro, são nove episódios e seria impossível mostrar tudo isso de uma vez, mas a mensagem que fica é exatamente a da qualidade dramática que a série vem apresentando durante esse seu breve começo, aliada a bons personagens, uma trilha sonora e cenários perfeitos. Apesar de ser uma série de um gênero batido, Arrow mostra outras facetas e cativa o seu público facilmente, consagrando-se já como uma das melhores estreias do ano.

Dê uma chance para essa flecha acertar você.

E nós do Apaixonados por Séries vamos parar de dar bobeira. A partir de janeiro, você poderá acompanhar as reviews da série comigo e com o Alexandre. Então, agora que que já falei demais, conta você o que tá achando da série nos nosso comentários! Até breve!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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