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As maiores injustiças do Emmy

Por: em 5 de julho de 2011

As maiores injustiças do Emmy

Por: em

Os indicados ao 63º Primetime Emmy serão anunciados no próximo dia 14 pelos atores Melissa McCarthy (Mike & Molly) e Joshua Jackson (Fringe). Porém, o Emmy não é uma premiação que  surpreende e choca em suas indicações. Em parte isso é bom, pois assim não teremos Piper Perabo entre as melhores atrizes de drama (sim, isso aconteceu no Globo de Ouro desse ano). Por outro lado, produções e atores que deveriam ser reconhecidos ficam assistindo nomes repetidos porque os votantes da academia assim preferem.

Esse post tem como objetivo dar espaço para os renegados no Emmy. Séries que nunca foram indicadas e atores que foram esquecidos por algumas produções. Importante: só entram nessa lista atores e séries que nunca foram indicados nas categorias maiores (séries e atores principais e coadjuvantes). Então por mais que você ache que Grey’s Anatomy e principalmente Sandra Oh e Chandra Wilson sejam injustiçadas na premiação, elas pelo menos foram indicadas, ou seja, foram reconhecidas.

Também não entrarão séries muito novas. Community, por exemplo. Todos sabemos que ela deveria ter sido reconhecida ano passado quando Modern Family e Glee também foram, mas no Emmy desse ano será apenas a 2ª chance da série. Ainda é cedo e tem pelo menos mais um ano pela frente. Além de tudo isso seremos realistas. Por mais que The Vampire Diaries seja uma série melhor do que muitas por aí, as chances dela ser indicada ao Emmy são nulas.

Sendo assim reunimos algumas séries e atores que já deveriam ter figurado entre os seis lugares vagos nas categorias do Emmy. Alguns não têm mais chance pela série que comentamos aqui, mas ainda podem concorrer.

Fringe – por João Miguel

O drama sci-fi mais sólido, inteligente e querido da atualidade, exemplo no quesito boa ficção científica na televisão, uma das produções mais ousadas da TV aberta… e nunca passou nem perto do Emmy. Fringe começou oscilante, sem mostrar a que veio, mas foi crescendo a cada episódio, conciliando a estrutura de ‘caso da semana’ com a grande história que vem desenvolvendo sempre de maneira empolgante e bem dosada, sem deixar os fãs com aquela incômoda sensação de que estão sendo enrolados e sem entregar mais do que o necessário a cada passo. Os fidelíssimos fãs da produção, que venceram a Fox no grito, garantindo para a série uma quarta temporada, não entendem o que acontece com os votantes da premiação, que parecem não assistir televisão. Diante de decisões como a de ignorar completamente a segunda temporada da série, que foi, por muitos episódios, perfeita (especialmente em seu final), fica difícil de entender o método avaliativo da Academia.

Justiça parcialmente feita: Em compensação, Fringe é frequentemente ovacionada em premiações “menores” que o todo poderoso Emmy. WGA, TCA, Teen Choice Awards, Satellite Awards, Critics’ Choice Television Awards, People’s Choice Awards, Ewwy Awards e ASC Awards são algumas das premiações que reconheceram o mérito da série, que inclusive liderou as vitórias do Saturn Awards, premiação especializada em obras de ficção científica.

Chances no Emmy 2011: A terceira temporada foi a que mais mergulhou no gênero sci-fi, que é geralmente esnobado pelo Emmy, mas foi também a mais aclamada pelo público. Talvez em sua última temporada, a exemplo de LOST, a série tenha mais chances de ser reconhecida.

Friday Night Lights – por Caio Mello

Quem pensa que FNL é apenas uma série sobre futebol americano não poderia estar mais errado. Quando a série estreou em 2006, logo ficamos sabendo que ela tinha o esporte como pano de fundo para um drama de primeira qualidade. Friday Night Lights explora a vida dos moradores de Dillon, uma cidade apaixonada por futebol americano. Com isso a série pode ir a fundo nos dramas pessoais e mostrar a realidade dos bastidores de um verdadeiro negócio, pois era o esporte que movimentava a cidade de Dillon. A 1ª temporada passou despercebida pelo Emmy, assim como a bem mediana 2ª e a impecável 3ª. Todos estavam cansados de predizer que FNL iria ser indicada. Ela já havia mostrado o quão excelente era. A movimentação de câmera e os cenários eram convidativos ao extremo. Eu duvido que algum fã não quis fazer parte da família Taylor e poder ter Coach Eric e Tami como pais pelo menos por um dia. Quando ninguém mais acreditava, Kyle Chandler e Connie Britton foram indicados ao Emmy ano passado como melhores atores de drama. Merecido é pouco. Chandler fazia um verdadeiro líder, enquanto Britton era perfeita demais para parecer que estava interpretando. Apesar da chance que os atores tiveram, a série nunca foi indicada.

Justiça parcialmente feita: O Writers Guild of America e o Television Critics Association, apesar de não serem premiações populares, são escolhidas por críticos experientes e que sabem o que é bom. Ambos indicaram Friday Night Lights 4 vezes como melhor drama.

Chances no Emmy 2011: São melhores do que nunca. Primeiro devido as indicações de Kyle Chandler e Connie Britton no ano passado. Segundo porque os votantes gostam de homenagear séries em sua última temporada, e essa será a última chance de FNL no Emmy. Porém, é difícil reconhecerem uma série que nunca deram uma chance antes.

Battlestar Galactica – por Alexandre Borges

O que se viu em tela durante os 4 anos em que Battlestar Galactica ficou no ar foi uma série quase impecável. Ron Moore (showrunner) e equipe conseguiram o mérito de usar um dos mais conhecidos conceitos da ficção científica (homem e criação em guerra) de uma forma ainda não vista e contar uma história épica de sobrevivência, onde tudo podia acontecer e ninguém era mocinho ou vilão. Battlestar Galactica fugiu do clássico e confortável caminho do maniqueísmo e jogou seus personagens no limite, mostrando o lado moral e amoral que existe em todos. Conseguiu ainda construir uma mitologia sólida, envolvendo deuses, colônias, cylons, humanos, anjos… Tudo sustentado pela luta por sobrevivência, busca por um novo lar e dificuldades da vida em naves espaciais. A série ainda era corajosa ao ponto de dar um giro completo em sua trama e mudá-la se assim fosse necessário. Os cliffhangers eram cruéis e de se explodir cabeças. E por mais que seus elementos sejam sci-fi de raiz, sua história poderia ser contada em qualquer cenário. Diante de tantos méritos, fica impossível chegar a qualquer conclusão sobre a completa ignorância que foi estabelecida a ela pelos votantes da academia do Emmy.

The Big Bang Theory – por Caio Mello

Tudo bem, TBBT pode não ser a melhor comédia em exibição atualmente, tendo decaído bastante se comparado a seu começo. Mas o fato dela ter se tornado um tanto quanto preguiçosa, não exclui o que já fez e continua fazendo de bom. Em suas duas primeiras temporadas, The Big Bang Theory conquistou o mundo, se tornando a comédia mais comentada e adorada pelo simples fator nerd. Claro que não foi a primeira a utilizar o conceito de personagens inteligentes e não talentosos no tato social, mas o fez com maestria. Juntaram 4 ótimos personagens interpretados por atores muito bons (não importa se ele leva a série nas costas, Jim Parsons é um ator excelente) e os conectaram com uma vizinha linda e impossível de não se apaixonar. Eles foram além, Kaley Cuoco não faz o estereótipo loira burra o tempo todo, ela evoluiu sua Penny junto com a série. A 3ª temporada da série decaiu bastante, focando no romance de Leonard e Penny e caindo na mesmice episódio após episódio. Mas essa 4ª temporada trouxe novidades e um ar fresco com as inteligentes adições de Mayim Bialik e Melissa Rauch. As participações especiais fazem sentido com o decorrer da história e eles nunca largam o bastão de sobre o que a série é: nerds tentando viver o mais normalmente possível em um ambiente que para eles é hostil. Mas mesmo agraciada pela crítica e pelo público em suas primeiras temporadas, The Big Bang Theory nunca foi indicada como melhor comédia.

Justiça parcialmente feita: Duas indicações no TCA, uma no Satellite e uma no Globo de Ouro.

Chances no Emmy 2011: Mais altas do que já estiveram. Após a vitória de Jim Parsons no Emmy e no Globo de Ouro, (que junto indicou a série) a chance de TBBT é maior esse ano, e muitos especialistas apontam que a indicação é certa.

Parks and Recreation – por Tobias

A primeira temporada da Parks and Recreation foi questionável para muitos; eu, logo de cara, adorei. A segunda nos apresentou uma das maiores evoluções já vistas, elevando o status da comédia a “brilhante”, e mesmo assim o Emmy a ignorou. Agora, após exibir a terceira, fica a sensação de que a série ficará de fora mais uma vez. Seu estilo leve e descontraído conquista-nos a cada episódio, as histórias do Depto. de Parques e Recreação de Pawnee são hilárias e a produção ainda conta com atuações excepcionais de Amy Poehler (Leslie Knope) e Nick Offerman (Ron Swanson). Somente Amy já foi indicada, no ano passado, ao Emmy de melhor atriz. Uma pena a série ser quase esquecida. Talvez o maior dos problemas sejam as comparações com o mockumentary mais famoso da TV, The Office, já que ambas as séries são dos mesmos criadores. A série possui uma premissa interessante, afinal, os assuntos governamentais de um departamento que cuida do embelezamento da cidade, apesar de incomum, vão te surpreender.

Justiça parcialmente feita: Muito, mas muito parcialmente: para não dizermos que a série passa totalmente em branco, Parks and Recreation foi indicada, neste ano, ao Critics’ Choice Awards e ao TCA Awards (Television Critics Association – representando as sitcoms na categoria Programa do Ano). E, é claro, a mais que merecida indicação de Amy Poehler ao Emmy 2010.

Chances no Emmy 2011: A última temporada foi um pouco abaixo da anterior e a produção não deverá constar na lista das indicadas. Além de ter que enfrentar as “papa-EmmyThe Office e 30 Rock, e as badaladas Modern Family (vencedora do prêmio de melhor comédia em 2010) e Community, série considerada por muitos como a melhor em exibição na atualidade. Parks and Recreation tem cacife para bater todas elas, e como sonhar é de graça, quem sabe o júri não tenha uma inspiração sobrenatural e indique a série.

Katey Sagal (Sons of Anarchy) – por Caio Mello

Pra começo de conversa, Katey Sagal foi ignorada pelos votantes do Emmy durante 11 temporadas de Married… with Children, mas quando Sons of Anarchy começou e o público e a crítica especializada viram o que a atriz era capaz de fazer, todos imaginaram que sua chance enfim havia chegado. Que nada!! Preparando para estrear sua 4ª temporada, Sons of Anarchy continua sendo totalmente ignorada no Emmy no que se diz respeito as categorias principais. O fato é que em uma série recheada de machos motoqueiros, quem se destaca é a motorcycle mama Gemma Teller Morrow. Desde o episódio piloto, Sagal chama atenção como Gemma, uma mulher forte, decidida e que não leva desaforos para casa, sendo capaz de tudo (e tudo mesmo) para defender seus rebentos. Na 2ª temporada, a atriz foi além quando Gemma foi estuprada para incitar a raiva de SAMCRO. Com a decisão de se manter calada sobre o fato, a personagem exigiu demais de Katey Sagal, e ela correspondeu todas as expectativas, nos entregando uma atuação feroz e real.

Justiça parcialmente feita: Apesar de diversas indicações chocantes, o Globo de Ouro percebeu que Katey Sagal estava sendo injustiçada, e esse ano a atriz levou a estatueta de melhor atriz por uma série dramática.

Chances no Emmy 2011: Após a vitória no Globo de Ouro e as reclamações dos críticos, a atriz tem grandes chances de ser indicada esse ano. O problema é que a 3ª temporada de Sons of Anarchy não foi a melhor de Sagal e o Emmy não a reconheceu ano passado quando esteve perfeita.

Jennifer Carpenter (Dexter) – por Gabriela Carvalho

Confesso que não gostava da atuação de Jennifer Carpenter nas três primeiras temporadas de Dexter. A desbocada irmã caçula de Dexter, Debra Morgan, era exagerada, ingênua e possuía uma obsessão em encontrar namorados. Obviamente a atriz não comprometia o show, mas parecia não utilizar todo o potencial de sua personagem que, perceberíamos mais tarde, é enorme.

Entretanto, a partir da quarta temporada da série a atriz teve crescimento surpreendente. Acredito que o divisor de águas para Debra na série foi quando esta é baleada e presencia o assassinato de Lundy. Poderia ter sido apenas mais um fim de relacionamento trágico para Deb, praticamente um deja vu das mesmas consequências pós-Ice Truck Killer, mas o crescimento de Jennifer, e sua Debra, foram notórios. Críticos e fãs do seriado aclamaram uma indicação para o Emmy 2010, o que não ocorreu. Pode-se pensar que ser indicado para prêmio de tal importância, quando uma série faz temporada beirando a perfeição, como foi Dexter em sua caçada ao Trinity Killer, não tenha grandes méritos. Pois, se consideraria mais “fácil” realizar um ciclo com excelência na atuação quando atores e roteiristas estão trabalhando em alto nível. Todavia, seguiu-se o quinto ano do show, considerado um dos mais fracos até então, e Jennifer foi um dos maiores, se não o grande, destaque. Assisti Dexter com a convicção que a atriz estava em seu auge e, muitas vezes, a percebi levando a temporada praticamente sozinha. Acredito que, hoje, o plot que todos esperam na série é a descoberta de Deb de que seu irmão, e herói, é um serial killer. Seria maravilhoso para o show e abriria uma gama de possibilidades na atuação de Jennifer Carpenter.

Justiça parcialmente feita: A atriz foi indicada três vezes para o Screen Actors Guild Awards e cinco vezes para o Saturn Award, em que se consagrou vitoriosa em 2009.

Chances no Emmy 2011: É notória a exaltação da crítica especializada do trabalho de Jennifer Carpenter. Seu nome, acertadamente, será um dos cogitados para integrar a lista de melhor atriz coadjuvante, pela sua ótima atuação e evolução do personagem. Porém, como a atriz não foi indicada ano passado, mesmo com o supremo ano do show, há receios de que ela não figure entre as nominadas.

John Noble (Fringe) – por Rosangela

Desde sua primeira aparição em cena na série John Noble vem arrancando suspiros dos telespectadores e fãs da série, que vibram a cada descoberta, sofrem com cada drama e riem de cada “excentricidade” do personagem. Mas todo esse talento vem passando despercebido pelos críticos do Emmy há exatos três anos. Nem mesmo o estrondoso sucesso que a série vem fazendo junto à crítica e público (apesar dos fracos índices de audiência da temporada passada) parecem mudar a opinião do júri da premiação.

Justiça parcialmente feita: Noble foi indicado duas vezes ao prêmio de melhor ator coadjuvante no Saturn Awards, levando o prêmio esse ano. Além disso ele venceu a mesma categoria no 1º Critics’ Choice esse ano.

Chances no Emmy 2011: Depois de dividir o posto de protagonista com Anna Torv e Joshua Jackson nas temporadas anteriores, o personagem de John Noble roubou a cena em boa parte desta temporada, chamando não só a atenção para seus dramas pessoais como para a excelente atuação do ator. Porém, o grande problema é que apesar de excelente, a terceira temporada de Fringe foi subjugada por uma grande parcela da audiência norte-americana, a ponto de a série ter corrido o risco de ser cancelada, o que pode levar os críticos a não olharem tão de perto o talento deste ator excepcional.

Courteney Cox (Friends) – por Caio Mello

Jennifer Aniston (venceu uma vez, indicada outras 4); Lisa Kudrow (venceu uma vez, indicada outras 5); Matt LeBlanc (indicado 3 vezes); Matthew Perry (indicado uma vez); David Schwimmer (indicado uma vez). E Courteney Cox? Nada!! Cox foi a única do sexteto de Friends que nunca recebeu uma indicação ao Emmy. No começo do mês passado, o crítico Michael Ausiello conversou com Cox, Busy Philipps e Christa Miller, as três amigas de Cougar Town. O jornalista perguntou como ela se sente sobre ter sido renegada ao Emmy, e a atriz respondeu:

“Agora serei sincera. Quando a primeira pessoa em Friends foi indicada no Emmy, acho que foi David Schwimmer, você fica super feliz. Quando a segunda foi indicada, [ainda] super feliz. A única vez que eu disse “UOU!” foi em 2001 quando Jennifer Aniston e Lisa Kudrow foram ambas indicadas e eu não. Foi quando pensei: “eu tenho uma lição para aprender com isso.” Foi muito difícil não levar para o lado pessoal quando foram Lisa e Jennifer ao mesmo tempo. Um homem, uma mulher, tanto faz. Mas as duas garotas e eu não? Dói. Sou bastante sensível.”

Não se sinta só Courteney, isso dói nos fãs da série também. Com o papel de Monica Geller, uma personagem complicada, cheia de manias e detalhes, era exigido muito mais do talento de Cox do que Jennifer Aniston, por exemplo. Rachel era uma personagem comum perto dos outros cinco. Cox conseguiu surpreender a todos com seu timing perfeito para comédia, nos entregando uma personagem muito mais poderosa em questão de interpretação do que a de Aniston, e muito mais do que o de David Schwimmer, que não teve tanta evolução ao longo dos 10 anos de Friends.

Justiça parcialmente feita: Por Friends, em categorias individuais, uma indicação ao American Comedy Awards, fora os Teen Choice e Kid’s Choice Awards.

Chances no Emmy 2011: Por Friends, obviamente nenhuma. E por Cougar Town, também não. Apesar de ter sido indicada ao Globo de Ouro ano passado, Cox foi esquecida esse ano pela premiação. E com tantas atrizes do Showtime + Tina Fey e Amy Poehler, ela ficará a ver navios.

Mary McDonnell (Battlestar Galactica) – por Alexandre Borges

Falar de Battlestar e não falar de Mary McDonnell é pecado. Nas mãos de outra atriz, talvez Laura Roslin não tivesse um décimo da força que teve nas mãos de McDonnell. Desde a minissérie até sua derradeira cena no episódio final, Roslin é uma das melhores personagens a bordo da Galactica. Perdeu os pais, passou de funcionária da educação a presidente das colônias, sofreu golpe de estado, foi presa, enfrentou um câncer, curou-se e enfrentou-o novamente, foi até uma nave cylon…Tudo com uma atuação magistral de McDonnell. Cenas como seu depoimento no julgamento do Baltar ou toda a sequência na nave cylon são provas disso. Na relação com Bill Adama, seu lado sentimental ficava a mostra e em algumas cenas – e aqui eu cito novamente a arrebatadora cena final da personagem – era impossível conter as lágrimas. McDonnell fez uma composição impecável, dando a Roslin um ar ao mesmo tempo frágil quando se tratava de seus problemas e duro quando precisava ser a voz de esperança para um povo em busca de um novo lar. Uma atuação digna de figurar na lista do Emmy e que deve ter sido esquecida pelo bloqueio da academia com sci-fi. Besteira. Battlestar era ficção. Mas o drama de Roslin era bastante real.

Anna Gunn (Breaking Bad) – por Caio Mello

Provavelmente a pessoa mais desconhecida pelo público nesse post. E isso não poderia ser mais vergonhoso. Em Breaking Bad, Anna Gunn interpreta Skyler, a esposa de Walter White. Gunn, assim como a série e outros atores como Bryan Cranston, Aaron Paul e Dean Norris, só cresceu a cada temporada. A evolução de Skyler é uma das coisas mais bem feitas na série (e olha que isso é complicado, porque TUDO em Breaking Bad é bem feito). De esposa grávida e suspeitando das atitudes do marido, Skyler se transforma na 3ª temporada quando descobre a verdade e resolve se vingar de Walter, dormindo com seu chefe e esfregando na cara do ex-marido. Tudo melhora quando ela resolve entrar de parceira nos negócios ilegais de Walter para proteger sua família e não deixar os dois filhos na mão. Tudo isso é feito impecavelmente com a interpretação de Anna Gunn, que consegue ficar a par de Cranston e Paul no quesito de atuação. Em uma premiação de que ama Breaking Bad, todos tinham certeza que Anna Gunn estaria no Emmy depois de sua excelente 3ª temporada, mas isso não aconteceu.

Justiça parcialmente feita: Quase nada. Gunn só foi indicada a melhor atriz no Saturn Awards do ano passado.

Chances no Emmy 2011: Nenhuma, pois Breaking Bad não exibiu episódios durante o período de elegibilidade. Como tudo indica que a série e a personagem de Gunn estarão ainda melhores na 4ª temporada, pode ser que ano que vem a atriz tenha uma chance.

Nick Offerman (Parks and Recreation) – por Isabela Avalone

Após o fim da 3ª temporada de Parks and Recreation, é um absurdo que Nick Offerman ainda não tenha sido nem sequer indicado ao Emmy. Definitivamente, o diretor do Departamento de Parques e Recreação de Pawnee, teve seu melhor momento na recém acabada 3ª temporada da série. No episódio “Ron & Tammy: Part Two”, Ron Swanson foi incrível ao tentar se reconciliar com sua ex-esposa Tammy (interpretada por Megan Mullally, sua esposa de verdade). Outro momento memorável foi o “relacionamento” de Ron com o pônei Li’l Sebastian, em “Harvest Festival”. Enfim, Offerman se mostrou um ator criativo, comprometido e entusiasmado. Vamos torcer para que seu talento seja reconhecido!

Justiça parcialmente feita: Ele foi indicado pela categoria “Realização Individual em Comédia” no Television Critics’ Association Awards, mas quem venceu foi Jane Lynch de Glee. Já é um começo, mas a justiça ainda está longe de ser feita.

Chances no Emmy 2011: Agora que a série está começando a ser reconhecida pela crítica especializada, então ele ainda não tem muitas chances. Para piorar, outros atores da série como Aziz Ansari, Chris Pratt e Adam Scott também estão no páreo.

Chloë Sevigny (Big Love) – por Caio Mello

É triste, mas Big Love é uma série esquecida pela maioria dos fãs da série, assim como maioria de seus atores. Entre eles está a indicada ao Oscar Chloë Sevigny, uma atriz excelente que dá vida a personagem mais memorável da série. Os votantes de premiações sabem disso, mas continuam reconhecendo apenas a série em si. Big Love foi indicada ao Emmy em 2009 e em três Globos de Ouro. Na série, Sevigny interpretou a mórmon fundamentalista praticante do casamento pluralista, Nicki Grant, de longe, a esposa mais complexa. A atriz conseguiu, durante 5 temporadas, balancear o criticismo de Nicki contra tudo e todos que não lhe convinham, e as partes sentimentais de uma mulher afundada em problemas. Nicki fez de tudo, teve um affair, empurrou o próprio pai da escada, mas no fim das contas ela era apenas uma garota que foi forçada a casar com um homem mais velho, criando diversos bloqueios psicológicos. E apesar de todas as mudanças, Sevigny nunca deixou a peteca cair, sendo o destaque de cada temporada. Mas o Emmy nunca a reconheceu.

Justiça parcialmente feita: O Globo de Ouro é controverso, mas pelo menos reconhece Big Love. Além de três indicações para a série e três para o protagonista Bill Paxton, eles finalmente foram além de indicar: Chloë Sevigny levou para casa a estatueta de melhor atriz coadjuvante ano passado, vencendo até Jane Lynch.

Chances no Emmy 2011: São pequenas, mas existem. Será a última chance de Sevigny no Emmy, já que Big Love acabou, e isso é um fator interessante, mas ela terá que batalhar contra as atrizes de The Good Wife, Boardwalk Empire e até Grey’s Anatomy para ter um lugar. Além disso existem dois contras: ela não foi indicada por sua melhor temporada (3ª) e muitos acreditam Ginnifer Goodwin, a intérprete de sua irmã-esposa Margie, foi o destaque da temporada final.

Lauren Graham (Gilmore Girls) – por Bianca

Lorelai Gilmore pode ser uma unanimidade entre os devotos fãs de Gilmore Girls, mas a Academia e a crítica especializada parece não dar muita bola para a sua intérprete, Lauren Graham. A atriz praticamente debutou em Gilmore Girls – Lauren já tinha feito participações especiais em séries, mas em nenhum papel tão marcante que o personagem fosse ganhar um arco mais longo ou se tornasse fixo – e ganhou os olhos do público ao ver aquela mulher linda, viciada em café, falando super rápido várias referências pop enquanto cria a filha adolescente. Mesmo tendo recebido indicações de melhor atriz no começo da carreira, quando estreou em Parenthood como Sarah Braverman, a primeira impressão que muitos de nós tivemos é a de que Lauren estava fazendo mais do mesmo e esta não seria a primeira vez em que a atuação dela é questionada. Porém, ela vem crescendo a cada episódio, mostrando um lado mais sensível e maduro de Sarah e as comparações com Lorelai são parte do passado.

Justiça parcialmente feita: Lauren chegou a receber uma indicação de melhor atriz em série de drama no Globo de Ouro de 2002, mas não levou a estatueta. Ela também foi indicada em prêmios “menores” como o Satellite Awards e o Screen Actors Guild Awards, mas também saiu das premiações de mãos vazias. Os adolescentes, porém, recompensaram Lauren no prêmio da Fox dedicado a eles, o Teen Choice Award.

Chances no Emmy 2011: Considerando o retrospecto da atriz, é difícil pensar que Lauren receba uma indicação. Fica mais difícil ainda considerar sendo que nem ela e nem a sua série atual ficaram entre os finalistas indicados no Globo de Ouro de 2011.

Michelle Forbes (In Treatment, True Blood) – por Caio Mello

Tudo que colocam nas mãos de Michelle Forbes ela faz bem. Em In Treatment a atriz interpretou a esposa do terapeuta Paul, que sofria com o afastamento do marido enquanto ele ia se apaixonando por uma paciente. Como In Treatment focava sempre em dois, três, no máximo quatro personagens por episódio, tivemos consultas nas quais Forbes teve chance de brilhar…e brilhou!! Você sente a dor da personagem através da interpretação da atriz. Ela consegue emocionar, ser capaz de nos deixar abalados com seus problemas. Porém, nenhuma indicação de melhor atriz convidada veio com In Treatment. Então Michelle Forbes entrou em True Blood para quase levar nas costas a ótima 2ª temporada. A mênade Maryann tocou o terror em Bon Temps com seus bacanais, incitando os piores sentimentos dos moradores da cidade. Seja correndo atrás de Sookie com suas garras ou fazendo suflê de coração, Forbes deu show em todas as suas cenas. Mesmo assim, ficou fora do Emmy. Agora, fazendo uma mãe em luto, drama, que é a especialidade da atriz, Forbes levou todos os fãs de The Killing às lágrimas enquanto sofria pela falta de sua filha Rosie Larsen. Para quem não acredita no potencial da atriz, assista essas cenas de In Treatment e essas de True Blood.

Justiça sendo feita: Por True Blood a atriz foi indicada a um Saturn Award e pela recente The Killing, esteve na lista das melhores atrizes coadjuvantes do 1º Critics’ Choice Television Awards.

Chances no Emmy 2011: Meio mundo aposta que um dos 6 lugares de melhor atriz coadjuvante por um drama é certo para Michelle Forbes. Não por In Treatment, nem True Blood, obviamente, mas por The Killing e a interpretação crível de Mitch Larsen.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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