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Big Brother Brasil 16 – Estreia (Semana 0)

Por: em 20 de janeiro de 2016

Big Brother Brasil 16 – Estreia (Semana 0)

Por: em

É curioso pensar que o Big Brother Brasil chega a sua 16ª edição e com uma bela história para contar. O fato é que o formato já faz parte da cultura brasileira – sem entrar em méritos chatíssimos de “isso não é cultura!!!!”– e que adicionou figuras importantes ao cenário nacional. Ora, é só pensar que, entre aqueles que NÃO venceram o reality, temos uma atriz super hypada com uma carreira sólida, uma bem-sucedida apresentadora de programa de auditório, e, entre os que venceram, há um Deputado Federal!!!! Quantos realities pelo mundo afora podem se gabar disso?

Maaaas… não é história que faz televisão aberta. É audiência e, hm, qualidade. Duas coisas que a franquia de John de Mol no Brasil não tem conquistado muito ultimamente: com uma sequência de temporadas fracas, com personagens pouco interessantes e tramas enlatadas (salvo exceções), o público de casa fugiu do programa e a audiência foi ficando cada vez menor. É só compararmos: a média do BBB1, um verdadeiro evento na história da TV brasileira, foi de 40 pontos no IBOPE da Grande SP; o BBB15, que coroou um dos participantes mais sem sal de todos, teve esse número na casa dos 24. A função de Boninho e sua equipe era, então, de fazer uma edição que trouxesse o BBB de volta a uma sombra de seus tempos áureos – ou pelo menos, números melhores e um maior interesse e engajamento do público por aquela que já foi a casa mais vigiada do Brasil.

A solução encontrada foi razoavelmente interessante. Trabalhando com um conceito de generation gap, o primeiro episódio apresentou 3 participantes de cada uma das 4 gerações: Se Joga, Se Vira, Se Garante e Se Ama. Ficou claro que a seleção desse ano serviu para abrir o leque e fugir dos caracteres engessados que figuraram nas últimas edições. Essa questão das gerações foi bem aproveitada nas apresentações nesse primeiro episódio, mas acho que ela deveria parar por aqui. A ideia, como o primeiro VT bem enfatizou, é misturar essas pessoas, que carregam os repertórios culturais mais diversos; então que se misturem. Vamos deixar que os próprios participantes façam suas divisões.

Mais importante que a diversidade de idade é o fato de que os participantes já foram introduzidos, desde a divulgação na pré-temporada, como “pessoas comuns, que de comum não têm nada”. É essencial para que o BBB recupere seu brilho estampar figuras que sejam mais próximas da realidade do público, e expô-las intensamente na hiper-realidade que é o programa. Isso pode soar um pouco surreal – e acredite, é – mas o programa já provou que tem essa capacidade.

Vendo a estreia, dá para perceber que tem um certo exagero no discurso do Bial, mas muito dele é verdade. Por mais que a diversidade do elenco seja um pouco menos profunda do que a divulgação mostrou, ela é bem maior do que já foi.

BBB16 - Laercio

Seguindo a ordem do programa, comecemos com a geração Se Ama, e olha, é bom eles se amarem mesmo, porque eu não estou amando muito não. Tamiel tem a maior cara de quem vai fazer jus ao seu diploma de engenheiro agrônomo e ser uma verdadeira PLANTA na casa; no VT e no ao vivo foi totalmente apático e com uma cara gigantesca de quem não queria estar lá, aguardo uma reviravolta – se não já tem meu ódio garantido. Laércio é outro que tenho medo de me iludir: chegou metendo a banca, falando que gosta de treta, que tem fetiche com objetos cortantes (deus é +!!!), mas no ao vivo demonstrou 0% de desenvoltura; ainda assim, Laércio tem um certo perfil de vilão que pode ser muito bem desenvolvido numa trama futura, em especial se ela envolver casais. Dos três, a mais gostável definitivamente é Harumi. Esse perfil Yoko Ono meets Don Harper pode agradar bastante gente, ainda mais se ela se render ao impulso de se tornar a mãezona da casa e adotar uma das meninas, tratando como se fosse filha (prevejo Ana Paula ocupando esse posto). Se ela assumir a mãezona, pelo menos ela não parece ser tosca feito a Mariza, e vamos conversar que isso é um belo avanço.

BBB16 - Ana Paula

Na geração Se Garante (eu realmente não captei a ideia desse nome em particular), temos um trio bastante diferente entre si. Ana Paula já tá marcada na internet com a alcunha de “louca do Tinder”, e tem o típico perfil de barraqueira escandalosa que reclama quando acaba a bebida na festa e vai chorar no colo da mãezona porque tá sentindo falta da família; nada de novo sob o sol, mas é entretenimento garantido. Daniel é um outro forte competidor a planta da casa, e numa temporada com escassez de galãs, ele é frontrunner – junto com Renan – para garantir esse título; mas só esse mesmo. Não mostrou quase nada, e o que mostrou não quer dizer nada. Por um outro lado, isso não aconteceu nem um pouco com a última competidora do trio adulto.

Tem tanta coisa pra falar de Adélia que vai precisar de mais umas quatro reviews antes de eu terminar – e, pelo amor de Aline do BBB 13, não eliminem essa mulher antes disso. O VT já começou com “eu minto muito a idade”, não se fica mais brasileiro do que isso. Adélia é bem mais interessante do que possa parecer à primeira vista, porque essa mistura de Ludmilla com Annalise Keating mostra uma mulher que “lutou, correu atrás, e deu certo na vida apesar de tudo”, uma história de vida que muitos brasileiros se identificam ou gostariam de se identificar. E tudo isso com um recheio cômico totalmente pronto, que podemos resumir no look animal print meets renda que a gata usou na estreia. Se é personagem, se não é, eu não sei – apesar de achar que não -, mas dependendo de como Adélia levar a próxima semana, ela pode conquistar o amor da galera do sofá, porque o da galera do Twitter ela já tem.

BBB16 - Adélia

A geração Se Vira também me deixou com um pouco de dúvida. Os dois caras são chatos, mas tem potencial para serem mais do que isso – ou não (?). Renan já me tirou a paciência com essa história de “sofro preconceito porque sou bonito e porque tenho sotaque”. É o que eu digo, se não tem nada para falar, não fala – ou melhor, fala sim porque pode virar um barraco. Nesse caso, é só implicância minha mesmo. É o principal concorrente de Daniel na corrida do galã, com a vantagem de ser mais bonito (???) e ter um pouquinho mais de personalidade (¿¿??). Tem 100% cara de quem vai partir pro joguinho de casal, e Munik pode ser o principal alvo. Juliana e seus mega cílios de dançarina do Leonardo também me deixaram com o pé atrás: essa animação eterna pode ser um pé no saco dentro da casa, mas pode criar conflitos e divisões interessantes.

Meu problema com Juliana é que tudo me pareceu muito superficial, como se tivesse alguma coisa a impedindo de se soltar totalmente. Não sei, não sei, é só o primeiro dia. Para finalizar a terceira geração, temos o descendente direto de Adrilles, das profundezas do inferno da filosofia direto pro horário nobre: Alan, o Chato. Que ele é chato, que ele vai ter dificuldade de se enturmar, que ele fala um monte de besteira, a gente já entendeu. A questão é se ele vai parar por aqui e aceitar a condição de Adrilles upgraded ou se vai se tornar alguém mais ativo na trama da casa. A edição parece gostar da ideia de Alan como vilão, esperemos que algo surja daí.

BBB16 - Maria Cláudia

A geração Se Joga, que em teoria era a que eu devia me identificar, falhou na missão. Vamos ver se os jovens em geral conseguem simpatizar com eles mais do que eu, mas eu acho um tanto complicado; principalmente porque esses jovens são particularmente comuns, e não é bem isso que a gente quer ver na TV. Ronan já chegou metendo o Shakespeare, me perdi. Assim como Adélia, tem por trás essa história triste de abandono e dificuldade que já coloca ele direto como frontrunner do programa. Que ele não jogue a carta do coitadismo, que nem certos vencedores de certas edições do ano passado, e que ele seja genuíno sobre quem ele é, e TCHAN temos uma Cida do BBB4 prontinha pra ganhar. Não sei até que ponto ele vai se engajar na casa e nem como a edição pretende trata-lo, mas é inegável que ele é o principal competidor pelo prêmio nesse primeiro momento.

Munik é outra que me incomodou bastante porque não consegui desvendá-la. Não sei se essa personalidade de “burrinha iludida” é uma tentativa de reencarnar Sabrinas Satos da vida ou se é Munik mesmo, mas eu achei interessante. Sempre tem a chance de ela acabar enfiada em um casal, principalmente com Renan, o que não impede  que ela se destaque na competição, principalmente com a ajuda da edição, meio que uma Maria do BBB11 (<3), que de burrinha não tinha nada. Finalizando as apresentações dos brothers, temos a youtuber mais chata que eu já vi na minha vida (mentira), Maria Cláudia. Nos 20 minutos que o programa ficou ao vivo, ela gritou umas 4 vezes, e, confiem em mim, isso é ÓTIMO. A primeira vez que essa menina perder a paciência com alguém esse amor infinito vai pra bem loooonge, hahaha – ainda mais com a edição pintando ela como a “gordinha enfezada”. Uma coisa importante de pontuar é a escolha de uma vlogger para o elenco, em tempos que vlogs são quase substitutos da TV em termos de informação e entretenimento para os adolescentes. Foi uma sacada perspicaz pra trazer um público diferente, principalmente esses que organizam fã-clube e essa farofa toda. Só espero que ela realmente parta pro jogo e não seja só um alto falante ambulante que gosta que todo mundo saiba que ela se ama muito.

Em resumo, o elenco do BBB16 é sim diferente e mais “comum” do que o das edições anteriores. Maaaas, isso não faz com que os personagens fujam dos arquétipos estabelecidos nos 15 anos anos de história do programa. Ou talvez é só o nosso olhar que está viciado e essa edição seja de fato um ponto fora da curva.


Confessionário: Adorei a versão Jack Ü meets Omi da vinheta de abertura que tocou quando os brothers saíram dos contêineres. Ficou super divertida e combinou bastante com a identidade visual da edição.
Confessionário 2: Mesmo com a intensa divulgação pré-temporada, a prévia de audiência do primeiro episódio foi bem baixa: 23 pontos, a menor estreia da história do programa. Por outro lado, foi Assunto do Momento no Twitter durante toda a exibição e até um pouco depois.
Confessionário 3: “De original, somente a alma”. Alô galera dos memes, Adélia é uma máquina deles.
Confessionário 4: Boninho, vamo liberar umas aulinhas de retórica pro Renan, porque tá um pouco difícil entender o que ele fala.
Confessionário 5: “Um embate de almas”, “horizontalizar”, “as redes sociais são frias, gosto mais da penumbra” ¿¿¿¿¿¿ oi ???????
Confessionário 6: Maria Cláudia, minha filha, Cacau no BBB só tem uma e certamente não é você, bjos 1000.
Confessionário 7: “Peraí, cê falou que é lésbica????” All those clanessa feels…


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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