Depois de uma avalanche de reviews de uma vez para recuperar o tempo perdido (por mim e minha maratona insana das duas últimas semanas), chegamos ao quarto episódio da nova temporada de Beauty and the Beast, até então, inédito na TV americana (o episódio só vai ao ar pela CW na quinta-feira). Para uma série que vinha apostando muito mais em sua trama central do que em casos da semana, essa temporada pode significar uma inversão nessa estrutura, trazendo os casos da semana como modos auxiliares de contar a história conturbada do relacionamento de Vincent e Cat.
Se me permitem a insistência, acho engraçado o quanto essa temporada flerta com o clima do filme Sr. e Sra. Smith. O roteiro foi muito feliz em apostar na mistura das linhas narrativas, intercalando as declarações do casal para o terapeuta ao passo que íamos conhecendo melhor do que os tinha levado até ali, seja o caso (pretexto) ou sua relação (a verdade). O que vemos é que cada lado desse relacionamento precisa trabalhar bastante para conseguir fazer com que ele seja funcional. Os medos de Cat interferem diretamente na performance de Vincent como noivo, enquanto a grande incerteza na própria personalidade faz com que a fera se feche e compartilhe muito menos com aquela que deveria ser sua melhor amiga. Mas longe do diagnóstico de co-dependência, o mais bacana é que eles sempre percebem que funcionam muito melhor quando decidem pensar juntos do que quando estão brigando.
O caso dessa semana é o perfeito exemplo disso. Enquanto seguiam linhas investigativas diferentes, eles chegaram a praticamente lugar nenhum, até porque foi bastante inesperado ver a mulher da vítima armando tudo aquilo para o grande amor da sua vida (uma das poucas vezes que fui pego de surpresa pela série nesse sentido). Depois que rolou todo o lance do coração na geladeira seguido pelo casal na geladeira, os ânimos se alinharam e eles conseguiram resolver um grande problema. A cada semana que passa, minha curiosidade aumenta em relação ao grande responsável por tudo que vem acontecendo, afinal como é possível que alguém venha experimentando diferentes dosagens de soro em seres humanos sem que nenhuma consequência imediata aconteça? Acredito que estamos diante de alguém com muito poder, talvez até mais que o Departamento de Segurança Nacional, o que me faz pensar na confusão que isso pode criar, principalmente agora que Tess está no comando.
A mudança no comando da polícia muda completamente a cara daquele distrito. Tess sabe de tudo. Tem ciência das injustiças que acometeram a vida de Vincent e tantos outros inocentes, só que o fator “preciso dar meu melhor” pode influenciar diretamente suas decisões. Quando qualquer um de nós é colocado em uma nova posição, sentimos a necessidade de comprovar que realmente somos capazes de executar aquilo, que é a sensação que passa na cabeça da policial. Se envolver em uma trama tão complicada e com tantas ramificações poderia colocar em risco seu papel de líder, além de questionar decisões que tomou ao longo da sua carreira.
Por isso, aposto em embates entre Tessa e Cat acontecendo muito mais rápido do que imaginamos – o que pode se estender até para os meninos, dependendo da gravidade da situação. Só espero que se essa for a aposta que seja muito bem trabalhada, porque o relacionamento de amizade entre as duas é um dos eixos da série, que pode se ver muito prejudicada com uma briga sem muitos fundamentos.
JT também ganha frente com seu poder da cura, que é algo que realmente assusta. Após inúmeras tentativas para se provar errado, o professor teve de aceitar que sua nova condição implica em um poder curativo quase que instantâneo e que pode ser uma grande vantagem para o perigo iminente que corre. Mas a velha máxima vale aqui: todo bônus vem com um ônus. Se quem está experimentando o soro em humanos descobrir as propriedades que ele teve em JT, pode-se criar uma verdadeira caçada pelo sangue do professor, colocando em risco sério sua vida. Eu me preocupo bastante com o personagem, porque apesar de tudo, ele não tem um perfil de guerreiro como vemos nos demais principais.
E, vejam bem, isso foge dos esteriótipos. Quando vemos a personalidade de Tess, Cat e Vincent, sabemos que eles lutarão (literalmente) até o fim, enquanto JT é alguém dos bastidores. A melhor definição do personagem veio da boca da própria amada, afinal todo Batman precisa de um Robin, papel que JT executa magistralmente. Como comentado, o vídeo promocional do próximo episódio só é liberado após exibição da CW, ou seja, só na sexta feira. Tentarei manter esse post atualizado. Voltamos em breve e quero saber o que vocês estão achando da cobertura de Beauty and the Beast pela primeira vez aqui no Apaixonados por Séries!
P.S.: Trilha sonora impecável.
P.S.2: Cadê Heather? Não me contento só com citação.
