Um furacão na vida de Tess.
Você deve ter notado que a review desse episódio de Beauty and the Beast demorou um pouco mais para sair, mas isso tem um motivo especial: dedicamos os nossos esforços a cobrir a nova temporada de Orange is the New Black todinha em três dias – então, para não perder o brilho desse binge watching que fizemos, acabamos deixando os demais textos para sair depois que a maratona estivesse completa. Nessa semana muitas coisas acabaram acontecendo – pouco significativas para a trama central -, mas nenhum personagem foi tão impactado por tudo como Tess. Ela, que vem sendo um grande destaque nessa temporada, já dava sinais de saturação com todos os problemas no seu relacionamento com JT, que acabaram sendo potencializados por toda a movimentação na sua amizade com Cat.
Talvez seja um tanto difícil entender a maneira reativa que a policial lidou com a promoção da amiga, mas um olhar um pouco mais profundo torna as coisas mais claras: Tess está completamente contrariada. No final da última temporada, ela realmente acreditou que teria um pouco de paz com relação ao assunto bestas, quando o inverso aconteceu. O casamento de Vincent e Cat pareceu trazer o problema para um nível ainda maior, já que agora, oficialmente, eles fizeram promessas de se amar e de se protegerem – o que acaba a envolvendo, mesmo que passivamente. Além disso, a xerife não parece estar muito no seu cargo de chefia, sentindo muita falta da ação de rua, e Cat, de uma maneira branda, era um lembrete para ela do quanto já tinham batalhado e que ela merecia aquele posto. Só que sem a amiga, as coisas perdem um pouco do sentido. Ela perde uma de suas melhores detetives, mas também sua força de continuar lutando para se firmar e ganhar destaque na posição. A despedida das duas, mesmo que simbólica – já que elas continuam próximas – foi tocante demais. Sabemos que Tess não estava com inveja de Cat, nunca. Ela só estava com medo do que poderia ser sua vida agora, sozinha.
E sozinha completamente, se assim podemos dizer. Seu relacionamento com JT se desfez em cima da mentira que viemos comentando nos últimos textos. Está mais do que claro que o nerd não sabe muito bem o que quer da vida e essa confusão não é nada boa para a xerife, que precisa de um pouco mais de certeza na sua rotina. Acho bem estranha essa necessidade que JT desenvolveu de estar no centro de tudo. Soa quase como um alerta desesperado por atenção de alguém que sempre ficou a margem da sociedade. Ele pode muito mais que isso e realmente está desperdiçando um talento com algo muito superficial – afinal, quando Cat e Vincent não tiverem mais problemas para lidar (será que isso um dia vai acontecer?), ele fará exatamente o que dá vida dele?
Heather teve um dose leve de destaque, só para percebermos que, finalmente, ela está disposta a viver uma vida a parte da irmã – o que até demorou muito para acontecer. Se antes Kyle me dava a impressão de estar armando alguma coisa, hoje já passo a acreditar que vamos gostar muito do personagem para ele acabar se tornando uma das vítimas fatais até o final da temporada – porque esse negócio de gente nova entrando no final da série, deve ser para passar a perna nas nossas emoções. Gosto demais da química dos dois e acredito que tem tudo para dar liga, basta que o roteiro trabalhe bem o desenvolvimento desse relacionamento.
Agora, se temos uma certeza é: estamos mais longe do que nunca de entender o que está acontecendo na trama central. Já se foram três episódios e não temos a menor ideia de quem pode estar atrás de Vincent, muito menos as suas motivações. Todas as pistas acabaram levando a becos sem saída, o que é uma enorme perda de tempo. Nesse ponto, já não estamos preocupados com casos da semana, queremos ver como a história de cada personagem irá se fechar, o que, claramente, o roteiro devia dispender mais tempo em cima. Todo o lance do clube foi um artifício bom para introduzir o novo cargo de Cat e vermos ela dando umas porradas, mas só. Zero evolução no desenvolvimento da trama, o que nunca é muito bom.
O negócio é ter paciência. Chegamos até aqui, então não tem mais como desistir. Talvez a série seja isso mesmo: um monte de tramas soltas que acabam se encontrando lá na frente, mesmo que de forma apressada e descuidada. Ou talvez, semana que vem, a gente esteja aqui elogiando como tudo mudou drasticamente. Não sei, mas não vou apedrejar por enquanto. Confiram o vídeo promocional do próximo episódio e a gente se encontra em breve!
