Between é a nova série de ficção científica do canal canadense City, que estreou no último dia 21 de maio e já está disponível para o público brasileiro pela Netflix. Dirigida por Michael McGowan, a produção tem no elenco principal nomes como Jennette McCurdy (iCarly), Jesse Carere (Skins) e Jack Murray.
A série é ambientada em Pretty Lake, uma cidade colocada em quarentena depois que uma misteriosa epidemia se espalha, matando repentinamente qualquer pessoa adulta depois de transformar o sangue delas em uma espécie de xarope de Guaracamp. Ou algo muito parecido com isso.
O piloto deixa a desejar em tantos pontos que é difícil destacar algo de bom aqui. Começando pela premissa, que não tem nenhum elemento original, nada que diferencie Between de outros filmes, livros ou séries que falem sobre epidemias, ameaças à humanidade ou cidades que são isoladas (em muitos momentos, as cenas são quase idênticas às de Under the Dome). O mais próximo disso é a descoberta que a tal doença só ataca pessoas que tem a partir de 22 anos, mas este é um detalhe pequeno demais para prender a audiência ou fazer o público acreditar que algo diferente pode surgir ali.
A narrativa é bastante fragmentada. Há um núcleo na penitenciária, o de uma família rica meio do mal, o dos fazendeiros, o dos garotos rebeldes e o da adolescente grávida que flerta com o gênio da informática que estava prestes a ir para a universidade antes de a cidade entrar em quarentena. É claro que por ser um piloto, é normal que os núcleos não estejam ainda muito bem integrados, mas em geral faltou coesão.
Apesar de contar com um elenco de relativo potencial, as atuações não convencem. Talvez por falha da direção, talvez por causa do texto inverossímil demais. Da caracterização de personagens à organização das cenas, tudo soa meio falso, e esse tipo de problema é fatal para uma série de ficção, que precisa parecer de alguma forma real para que o público consiga embarcar na sua proposta.
O maior problema de todos, no entanto, é o desenvolvimento dos personagens. Como pessoas reagem diante de uma situação tão dramática? Como elas reagem ao verem seus entes queridos morrendo sem explicação, sendo impedidas de fugir dali e sem perspectiva de salvação? Em Between, elas simplesmente não se importam. Ninguém fica triste, ninguém se revolta, ninguém se apavora e ninguém liga para a morte. A serenidade com que os personagens andam sobre os cadáveres de seus amigos e parentes é inconcebível. A forma como eles lidam com a situação da cidade, ainda pior: uns libertam presidiários, outros roubam carros e apenas uma pessoa tem a ideia de tentar escapar.
É claro que isso não é uma sentença definitiva de que a série nunca fique boa, mas com certeza ela começou com o pé esquerdo. A primeira impressão pouco empolgante aliada à falta de originalidade do roteiro já são suficientes para espantar grande parte da audiência.
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