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Between

Por: em 23 de maio de 2015

Between

Por: em

Between é a nova série de ficção científica do canal canadense City, que estreou no último dia 21 de maio e já está disponível para o público brasileiro pela Netflix. Dirigida por Michael McGowan, a produção tem no elenco principal nomes como Jennette McCurdy (iCarly), Jesse Carere (Skins) e Jack Murray.

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A série é ambientada em Pretty Lake, uma cidade colocada em quarentena depois que uma misteriosa epidemia se espalha, matando repentinamente qualquer pessoa adulta depois de transformar o sangue delas em uma espécie de xarope de Guaracamp. Ou algo muito parecido com isso.

O piloto deixa a desejar em tantos pontos que é difícil destacar algo de bom aqui. Começando pela premissa, que não tem nenhum elemento original, nada que diferencie Between de outros filmes, livros ou séries que falem sobre epidemias, ameaças à humanidade ou cidades que são isoladas (em muitos momentos, as cenas são quase idênticas às de Under the Dome). O mais próximo disso é a descoberta que a tal doença só ataca pessoas que tem a partir de 22 anos, mas este é um detalhe pequeno demais para prender a audiência ou fazer o público acreditar que algo diferente pode surgir ali.

A narrativa é bastante fragmentada. Há um núcleo na penitenciária, o de uma família rica meio do mal, o dos fazendeiros, o dos garotos rebeldes e o da adolescente grávida que flerta com o gênio da informática que estava prestes a ir para a universidade antes de a cidade entrar em quarentena. É claro que por ser um piloto, é normal que os núcleos não estejam ainda muito bem integrados, mas em geral faltou coesão.

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Apesar de contar com um elenco de relativo potencial, as atuações não convencem. Talvez por falha da direção, talvez por causa do texto inverossímil demais. Da caracterização de personagens à organização das cenas, tudo soa meio falso, e esse tipo de problema é fatal para uma série de ficção, que precisa parecer de alguma forma real para que o público consiga embarcar na sua proposta.

O maior problema de todos, no entanto, é o desenvolvimento dos personagens. Como pessoas reagem diante de uma situação tão dramática? Como elas reagem ao verem seus entes queridos morrendo sem explicação, sendo impedidas de fugir dali e sem perspectiva de salvação? Em Between, elas simplesmente não se importam. Ninguém fica triste, ninguém se revolta, ninguém se apavora e ninguém liga para a morte. A serenidade com que os personagens andam sobre os cadáveres de seus amigos e parentes é inconcebível. A forma como eles lidam com a situação da cidade, ainda pior: uns libertam presidiários, outros roubam carros e apenas uma pessoa tem a ideia de tentar escapar.

É claro que isso não é uma sentença definitiva de que a série nunca fique boa, mas com certeza ela começou com o pé esquerdo. A primeira impressão pouco empolgante aliada à falta de originalidade do roteiro já são suficientes para espantar grande parte da audiência.

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E você, já assistiu? Concorda com as nossas Primeiras Impressões ou foi contagiado pela série e vai dar mais uma chance? Deixe seu comentário!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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