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Big Brother Brasil 16 – Semana 6

Por: em 2 de março de 2016

Big Brother Brasil 16 – Semana 6

Por: em

Daqui a mais ou menos 5 semanas, estaremos celebrando o 16º campeão do maior reality show da história desse país. Isso quer dizer que já passamos da metade dos 90 dias (aproximadamente) da temporada, e é incrível como o tempo não afeta em nada o ritmo vibrante da edição desse ano. Quase 2 meses depois da estreia, o engajamento e o interesse do público pelos acontecimentos da casa não esfriaram nem um pouco. Pelo contrário, nas últimas semanas (desde o retorno de Ana Paula, para ser mais exato), a tendência foi ascendente. Responsabilizo dois fatores pelo inegável sucesso da 16ª temporada, uma mais do que o outro: a) uma edição coerente com a realidade da casa, cativante e útil, ao contrário da abstração que tomou conta dos VTs e textos das temporadas anteriores; b) e principalmente, o elenco, que tem sido incrivelmente interessante e se metido em tramas convincentes o suficiente para tornar o jogo um outro participante da casa, não uma mera casualidade.

Um evento dessa semana que deixa isso claro foi a festa de sábado. Por algum motivo – fontes indicam bebida adulterada -, o álcool subiu na cabeça de (quase) todo mundo e o resto de ‘máscara’ que tinha para cair, caiu. Com exceção de Tamiel, que cumpriu bem seu papel de planta, todo mundo teve sua vez na edição da festa que, exibida no domingo, teve maior visibilidade do que o normal (quando a edição da festa, que acontece na sexta, passa no sábado). Renan se queimou ao procurar briga com Ana Paula, que se virou muito bem ao, bem, rebolar – e, como se lesse as reviews, se livrar da ideia de que é ela que começa as discussões gratuitamente. No outro canto, Ronan se desmantelava em lágrimas e duvidava da capacidade de ser forte na casa, o que não é exatamente uma qualidade que o público procura na hora de escolher em quem votar (pelo menos, não mais). Cacau também chorava (oh, really?) por algum motivo relacionado a Matheus que eu não me esforcei para entender, mas aqui há algo importante: a rixa que vem se criando entre Cacau e a ‘velha nojenta’ da Dona Gê pode ser decisiva em formações de paredão, agora que a competição afunila. Adélia fez o que faz de melhor (fofoca) e Matheus e Munik fizeram o que fazem de melhor (se divertiram). Em resumo: mesmo nos momentos mais ‘fúteis’ da semana, as festas, o jogo dá um jeito de ser o verdadeiro protagonista de uma temporada que já está marcada para a história da TV (ou pelo menos da internet).

BBB 16 - Ana Paula e Renan

Quem compete bastante com o jogo pelo protagonismo da temporada é Ana Paula. A maioria absoluta das conversas da casa gira em torno dela de alguma maneira: ou é ela quem fala ou é ela o assunto. A saga dos resquícios da Macholândia em tentar eliminá-la fica mais risível a cada semana, e a incapacidade de Renan, Adélia e dos falecidos Daniel, Juliana e Tamiel de perceberem o porquê de ela ser tão querida pelo público chega a incomodar – ainda que nem eu saiba com precisão esse porquê. O bom é que isso os motivou a continuar engajados no jogo, mesmo que o jogo deles seja repleto de incoerências e erros crassos.

O erro crasso da semana ficou com Tamiel (e seu discípulo Renan). O discurso de ‘abandonar o coração’ e seguir ‘critérios matemáticos’ parece rebelde, mas é basicamente o que Daniel e companhia têm feito desde o primeiro dia. Tais palavras, proferidas na tentativa de conquistar Cacau – que, mais uma vez alheia ao jogo sutil do domingo à noite, foi responsável pelo voto decisivo do paredão – poderiam ter elevado Tamiel a um status um pouco diferente do de “samambaia”, mas na verdade só o tornaram mais besta. Principalmente porque ele e Renan insistem em considerar Munik uma participante fraca, que vive à sombra de Ana Paula: “massa de manobra”. Bullcrap.

BBB 16 - Munik

Munik é uma jogadora excelente e não deixa a desejar em nada, inclusive tendo mais aceitação entre o público do que Ana Paula, cujo gênio não é tão universal quanto parece para quem vive no Twitter. Fez um ótimo trabalho como líder (well, Daniel saiu) e não se deixou levar pelas picuinhas da turma de lá porque sabe que não precisa. Aliás, Pequi e Ronan estão sempre pensando um passo à frente de Ana Paula, que de vez em quando poderia aproveitar as observações dos dois para não tomar atitudes precipitadas (não que ela esteja fazendo isso com muita frequência).

BBB 16 - Adélia

O que fica, com a eliminação de Tamiel, é uma dupla confusa e provavelmente com sangue nos olhos. Renan continua sendo um péssimo antagonista para Ana porque, aos olhos de boa parte do público, ele soa infantil e demagogo, ainda mais nessa semana, quando ele claramente foi fazer o que julgou tanto Ana por fazer: procurar briga. Aliás, em demagogia, essa dupla é rainha. As ameaças vazias de Adélia e o desespero dela com Ana não são nem um pouco interessantes, e ela mal consegue abrir a boca sem se queimar seriamente. Sem contar que, com a eliminação de Juliana, vive à sombra de Renan como se a resposta para a eliminação de Ana estivesse com ele e certamente não está. Saudades da Adélia divertida, a Adélia que brilhava. Triste.

BBB 16 - Facção Sabonete

E chegamos às três incógnitas da casa: Dona GG, Matheus e Cacau. Dona Geralda tem sido uma ótima leitora do jogo, fazendo comentários muito inteligentes, mas pouco tem participado dele – pelo menos não de maneira central. Isso pode favorece-la daqui a algumas semanas? Pode. Mas por ora ela só não é também uma planta porque é uma personagem expressiva e carismática, e por causa da ausência de papas na língua. Matheus continua esse leva-e-traz incessante, e minha cabeça funde com ele. Vota em Ronan, mas fecha com Ana Paula, mas combina voto com Tamiel, mas defende Munik no paredão… essa posição de em cima do muro pode estar com os dias contados: uma liderança na mão de Matheus seria uma bomba-relógio. Cacau fica cada dia mais irritante, e assim como Dona GG, não se envolve no jogo central, mas desenvolve uma própria trama paralela mil vezes menos interessante. Foi-se o tempo dos casais no BBB.

Desse jeito, o ranking da semana fica desse jeito:

Munik
Ana Paula
Dona Geralda
Matheus
Renan
Ronan
Adélia
Cacau

Únicas mudanças significativas são a queda de Matheus, pela urgência da decisão, e de Adélia, pela demagogia irritante. No fim das contas, de uma maneira ou de outra, TODOS estão envolvidos até o talo na dinâmica do jogo. Não tem como escapar. Sem boninhadas, sem marasmo, sem colônia de férias. O bom e velho Big Brother Brasil, de volta aos seus tempos de glória.


Confessionário 1: Aliás, que cena maravilhosa foi Ana dançando Show das Poderosas em Renan. Tá na história.

Confessionário 2: Eu esqueci TOTALMENTE da existência do Alan até ele aparecer em um VT essa semana.

Confessionário 3: Ana está irritadíssima com a lerdeza de Matheus e isso pode dar pano pra manga.

Confessionário 4: Inserção dos apresentadores do Vídeo Show na edição da terça foi mais um sinal dessa coerência da edição. Pontual, contextualizado, bem escrito. Tudo que Rodrigo Santanna e sua Carol Paixão não são.


Gustavo Soares

Estudante de Cinema, fanboy de televisão, apaixonado por realities musicais, novelões cheios de diálogos e planos sequência. Filho ilegítimo da família Carter-Knowles

São Paulo - SP

Série Favorita: Glee

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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