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Blindspot – 2×01 In Night So Ransomed Rogue

Por: em 16 de setembro de 2016

Blindspot – 2×01 In Night So Ransomed Rogue

Por: em

season premiere da segunda temporada de Blindspot tem uma missão difícil: nos atualizar de tudo o que aconteceu nos últimos três meses na vida de Jane e da equipe do FBI e ainda fornecer informações essenciais que sutentarão o segundo ano da série da NBC. Felizmente, In Night So Ransomed Rogue cumpre seu feito com maestria.

Os primeiros 5 minutos do episódio se dedicam a preencher as lacunas entre a season finale e o começo da temporada. Não há muita coisa para contar. A vida de Jane se resume a muita tortura nas mãos de agentes da CIA, que ela enfrenta lembrando do seu treinamento que a ensinava a manter a mente forte e procurar uma saída. E os dias de Weller, Zapata, Reade e Patterson são marcados com casos “normais” do FBI que não exigem ou despertam tanta emoção quanto os casos das tatuagens. Logo, o mais importante desse período é a situação psicológica em que esses personagens se encontram. Para Jane, são três meses tentando processar a morte de Mayfair e a de Oscar, além de remoer o fato que ela teve que trair sua equipe. Para o grupo, são três meses lindando com a falta de notícias sobre Jane, que foi levada pela CIA sem nenhuma explicação; e Mayfair, que eles ainda acreditam que poderia estar apenas “desaparecida”.

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Então, quando eles se encontram, a tensão é palvável e, é claro, que eles estão dispostos a liberar toda essa energia de forma física. A briga entre Waller e Jane é catártica. Os socos e chutes são a forma que os dois encontram para descarregar o ressentimento acumulado durante esse período. Mas o que mais me impressionou nas reações à volta de Jane foi Zapata atirando quando Jane tentanva convencer Weller a machucá-la. Não acredito que Zapata seja a voz da razão ou que está na posição de julgar Jane. A propósito, nem a própria Zapata deve acreditar nisso. Mas porque ela já esteve na posição de trair o seu time, de perder a confiança na liderança de Mayfair e de colocá-los em perigo, ela entende, se cobra e desconta em Jane todo seu arrependimento em relação ao seu próprio comportamento. Não imagino que vamos ver Zapata sendo tão descuidadosa com sua equipe novamente. A agente evoluiu, mudou e acredito que ela pode ser muito mais ativa essa temporada.

Mas como confiar em Jane depois de tantas mentiras e omissões? Como acreditar no que ela diz e principalmente, no que ela vai fazer depois da morte da Mayfair, que ela é, pelo menos, indiretamente responsável? Bom, essa é a pergunta que ressoa no episódio na mente de todos os membros do grupo do FBI. É evidente que eles não estão dispostos a esquecer ou simplesmente deixar para lá tudo que Jane fez, mas eles encontram uma razão em comum para continuar trabalhando com Jane: eles querem encontrar o grupo que vem jogando com eles com os casos e vingar a morte de Mayfair.

Aí que entra a figura de Nas Kamal (Archie Panjabi). Nas é a líder de uma divisão secreta da NSA, chamada de Zero Division, que começou a investigar ações terroristas em solo americano que inialmente não pareciam conectadas, mas que foram orquestrados pelo mesmo grupo que eles apelidaram de Sandstorm. A mulher tatuada com o nome de Weller nas costas é mais uma obra e membro do grupo, então Nas ficou observando de longe o trabalho do FBI e agora que a coisa saiu do controle, ela resolveu intervir.

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Nas é uma tentativa de Blindspot de substituir Mayfair, mas todas as características presentes na personagem de Marianne Jean-Baptiste não são resgatadas ou trabalhadas de outra forma. A série entende e respeita que a ausência de Mayfair deve ser sentida não apenas pelas pessoas que trabalham com ela todos os dias, mas pelo seu público que também conviveu com a personagem durante 23 episódios. Nas é uma líder, mas totalmente diferente de Mayfair. A assertividade de uma é substituída por tranquilidade e honestidade de outra que são quase suspeitas. Porém, o que mais gostei em Nas é como a dinâmica do grupo ainda é estranha para ela. Em diversos momentos de In Night So Ransomed Rogue, Martin Gero, roteirista e diretor do episódio, escolhe concentrar a câmera nas reações da personagem e ela está observando com curiosidade. Nas pode até ter acompanhado a equipe de longe, mas existem regras e comportamentos que regem a relação de Jane, Weller, Zapata, Reade e Patterson que não estão explícitas mas que conhecemos muito bem.

Vamos pausar um pouco para falar sobre Orion? (Vamos! o/) No pendrive que Mayfair deixou, existem diversos documentos sobre um programa da NSA, mas alguns documentos continuam encriptados e o grupo decide pedir ajuda para Nas. Em uma das pastas, chamada M7G677, tem uma imagem de um buraco negro que ninguém consegue decifrar. Além disso, vemos uma foto de Jane com uniforme militar aparentemente morta.

Por fim, temos Jane sendo enviada para a cova dos leões para extrair respostas a perguntas que ela nem conhece. E bom, é claro que Blindspot não entregaria respostas fáceis. A primeira questão é: quem é Shepherd? Se eu fosse responder rapidamente diria: “a mãe de Jane”, mas isso não explica nada – até porque “maternal” é a última palavra que eu escolheria para descrevê-la. Shepherd (Michelle Hurd) cuidou de Jane, ou melhor Alice Kruger, depois que seus pais ativistas foram assassinados e ela e o irmão, também conhecido como Roman (ou o homem que decide matar policiais sem muito motivo e que pode realizar uma transfusão de sangue em alguns segundos no estilo Mad Max), foram enviados para um orfanato que transforma crianças inocentes em soldados mortais. Mas Jane Alice e Roman (Luke Mitchell) eram muito perigosos e especiais e Shepherd decidiu criá-los. Nesse processo, Jane Alice escolheu um outro nome para apagar o passado que ela queria esquecer: Remy.

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Com todas essas informações, Jane/Alice/Remy retorna ao FBI com a missão de continuar infliltrada para que Sandstorm continue com seus planos normalmente e consiga preparar a “Etapa 2”, que ainda não sabemos como funcionará mas que claramente involve um míssil gigante. Resumidamente, Jane é uma agente tripla que vai trabalhar com o FBI infiltrada em Sandstorm enquanto o grupo secreto acredita que ela continua trabalhando para eles. Um pouco confuso, mas é uma ideia excelente para aproveitar todo o talento de Jaimie Alexander.

In Night So Ransomed Rogue é muito mais do que se espera da estreia de uma temporada. O episódio é ágil e eletrizante e entrega respostas que eu nem sabia que queria. Mas mais importante, o episódio consegue restabelecer a relação entre seus personagens e apresenta muita bem os membros novos do grupo.

Outros comentários: 

– Anagrama: In Night So Ransomed Rogue = Nothing Is More Dangerous (Nada é mais perigoso.)

– Com tantas cenas de ação e informação, sobra pouco espaço para momentos cômicos, ou seja, pouco tempo para Patterson. Eu contei só duas piadas no episódio inteiro, o que não é um problema.

– Esqueceram de passar Vick VapoRub em Reade quando Jane conta sobre a morte de Mayfair.

– Parece tão óbvio que o contato de Shepherd é Pellington que estou torcendo para não ser ele.

– Momento mais emocionante do episódio: Weller: “Eu queria que você fosse Taylor. Mais do que qualquer coisa.” / Jane: “Porque eu queria ser Taylor. Mais do que qualquer coisa.”  

 

E você? Gostou do episódio? Ficou feliz com as revelações feitas por Blindspot? Deixe seu comentário e até a próxima semana!


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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