Blindspot está movendo rápido. Logo nos primeiros minutos de Heave Fiery Knot (antes mesmo da abertura do episódio), a série aborda a ligação de Jane com Orion, a relação de Kurt e seu pai, um novo caso da semana e a participação de Reade no caso do treinador de futebol. Parece muita coisa, mas a série tem que equilibrar as diferentes histórias e utilizá-las para sustentar o episódio.
Vamos começar com o caso tatuagem da semana, que das tramas apresentadas foi certamente a mais fraca. O caso é apresentado por Shepherd que explica para Jane que ele precisava ser solucionado com urgência. O coliseu tatuado no abdómen de Jane está ligado ao cartel Suarez que recebe armas do DEA por um programa chamado “gun waltzing” e naquele mesmo dia iria receber mísseis do órgão americano.
A investigação desenrola-se sem nenhum grande problema. Logo, Patterson descobre que todas os documentos da liberação dessas armas foram assinados por uma funcionária, Valentine Barker, que alega que não tem nenhum envolvimento com o cartel, mas que seu chefe e mentor, Robert Kingston, tem passado as armas para os criminosos. Na tentativa de prender Kingston, Valentine decide confrontar o chefe e acaba baleada. Mesmo com esse “acidente”, o FBI descobre o plano do cartel e o grupo consegue evitar que eles destruam um avião cheio de autoridades.
O caso em si não é um grande problema, mas o desfecho do plano com Jane desviando o míssil com o controle remoto me pareceu muito fantasioso até mesmo para Blindspot. Mas é óbvio que as armas do DEA, o cartel e o ferimento de Valentine só são usados para trazer à tona as tensões que os membros do FBI estavam tentando esconder e isso foi conquistado com sucesso.
A maior questão é como o grupo consegueria trabalhar com Jane, mas durante o episódio outros confrontos se revelam, como Patterson incomodada com a quantidade de informações que Nas consegue acessar no celular. O desconforto se acentua em uma discussão bem infantil durante a investigação do cartel. No entanto, os maiores conflitos da série ainda são aqueles que os personagens não estão revelando – como Nas afirmando que Jane pode confiar nela, mas literalmente no segundo seguinte, ouvindo sua sessão de terapia – ou aqueles que eles não estão preparados para revelar – como Weller não sabendo lidar com a morte de seu pai.
É importante que Blindspot não queira apenas explorar os embates entre seus personagens, mas também mostrar a profundidade de seus dramas e problemas. Kurt é um maior exemplo disso nesse episódio. O agente tenta entender porque o ódio pelo seu pai não o quer deixar, mas ainda tem que lidar com seus sentimentos por Jane enquanto luta para manter o grupo do FBI trabalhando junto. E quando você acha que isso seria o suficiente, Allison conta que está grávida de três meses e Kurt tem que decidir se ele quer ser parte da vida de seu filho(a).
O mesmo acontece com Reade no episódio. O personagem está tentando colaborar com o caso do treinador Jones, mas está tendo dificuldades em achar vítimas para depor. Então, Edgar visita um antigo colega de time que a promotora acaba descartando porque ele não seria uma testemunha certa, mas Freddy revela que Reade é uma das vítimas do treinador mesmo que o agente não tenha nenhuma memória sobre o caso. Essa é a história mais densa envolvendo Reade até agora e vai ser interessante ver como ele vai lidar com esse trauma de infância.
Mas a maior carga dramática de Blindspot continua sendo Jane e suas inúmeras identidades. Tudo sobre Jane é uma tentativa de reconstruir seu passado. Ela é único membro sobrevivente de Orion, que segundo Shepherd era um grupo da CIA dedicado a operações ilegais e as únicas provas de sua existência são Jane e um memorial em algum lugar afastado de Nova York. Jane tem lembranças de uma operação no Afeganistão em 2003, então essa história deve ser verdade, mas a moça ainda está tentando se recuperar da última versão sobre sua vida que Sandstorm pediu para ela incorporar. “Eu sinto falta de ser Taylor Shaw”, Jane revela para Kurt, porque pelo menos nessa versão ela tinha raízes em algum lugar sólido. Mas Jane não tem certeza de quem ela era, de quem ela é ou de quem quer ser. Ela tem dúvidas sobre as ações de Sanstorm, mas também não acredita que o governo americano pode ser confiado. Como prosseguir dessa forma?
Bom, Jane não tem a mínima ideia. Mas pelo menos Roman está preocupado com o bem estar da irmã, não é mesmo? Bom, ainda não sabemos se isso é bom ou ruim. Em grande parte do episódio, Roman tenta desafiar Shepherd porque ele acredita que Jane está sozinha. Mas a líder de Sandstorm não quer ativar seu contato no FBI ou deixar Roman cuidar da irmã. Então, ele decide encontrar a irmã e apagar sua consciência.
Heave Fiery Knot adiciona mais mistério e profundidade aos personagens. É evidente que a série está progredindo, a questão é se Blindspot vai conseguir equilibrar todas essas histórias e manter o ritmo no resto da temporada. Vamos torcer para isso acontecer!
Outros comentários:
– Anagrama: Heave Fiery Knot = They Invoke Fear (Eles invocam medo).
– Frase: Nada é mais perigoso. Eles invocam medo.
– Obrigada Blindspot por fazer o romance entre Patterson e Robert acontecer. Esse casal era o “respiro” que a série precisava.
– Shepherd disse que o plano de Sandstorm é “ajudar a América a se consertar”. Nada bom poderia sair dessa frase.
Gostou do episódio? Acha que Kurt vai ser um bom papai? Ou que Roman vai servir um chá para Jane depois daquela injeção? Me conte suas impressões do episódio e até a próxima review!
