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Blindspot – 2×11 Droll Autumn, Unmutual Lord

Por: em 18 de janeiro de 2017

Blindspot – 2×11 Droll Autumn, Unmutual Lord

Por: em

No primeiro episódio de Blindspot, o Dr. Robert propõe uma escolha simples: chá ou café? Jane, que acabou de ser encontrada nua dentro de uma mala na Times Square, não sabe qual bebida ela prefere, mas é estimulada a experimentar as duas e fazer sua escolha. Para o psicólogo, não importava se Jane lembrava ou não de quem ela era antes, mas que aos poucos, ela iria experimentar outras coisas, fazer diversas escolhas e se descobrir. A proposta é resgatada em Droll Autumn, Unmutual LordJane vai até cela de Roman e conta do experimento de Robert, mas dessa vez não há escolha. A agente do FBI entrega um copo de café e vários cubos de açúcar ao irmão porque era isso que ele gostava. Para Jane, Roman não precisa começar do zero como ela fez porque ela acredita que como já passou por todo esse processo de descoberta pode ajudar o irmão a enfrentar esse momento.

No entanto, já é possível perceber a frustração de Jane com a situação de Roman. Ela quer que o irmão tenha a mesma oportunidade que ela teve, que ele possa ter um recomeço. Mas é preciso lembrar que os contextos são totalmente diferentes. Roman não está sendo tratado como Jane foi e é difícil imaginar que ele terá em algum momento o mesmo tipo de liberdade (mesmo que com supervisão) que ela teve.

A única tentativa de ajudar o ex-integrante de Sandstorm nesse episódio veio de Nas que sugeriu uma sessão com uma psiquiatra que tem experiência com “indivíduos traumatizados”. A Dra. Sun auxilia Roman a recuperar sua memória e a lembrança que ele tinha do orfanato se amplia até o momento que ele sai da prisão e mata outro menino. Ela também faz outros exames e então, conclui que Roman não pode ser “consertado”. Ela acredita que o trauma que ele passou na África do Sul destruiu sua capacidade para sentir amor e empatia e a única solução seria interná-lo em um hospital psiquiátrico para o resto de sua vida.

É claro que Jane não aceitará essa opção, mas a parte mais interessante será descobrir como ela vai lidar com isso. Ela não pode simplesmente tirar Roman da prisão do FBI e fugir para o México e começar uma nova vida. E mesmo se essa ideia fosse plausível, ainda existe a possibilidade do irmão se lembrar que ela apagou sua memória e perder toda a confiança que ele tem nela. É uma situação extremamente complexa e é exatamente por isso que ela desperta interesse e destaque em um episódio morno como Droll Autumn, Unmutual Lord.

Infelizmente, nenhum outro plot entrega essa mesma profundidade. A outra história importante é o caso da tatuagem da semana, dessa vez de um terrorista que concorda em fornecer informações sobre um ataque que aconteceria naquele dia em Nova York se a CIA conseguir um transplante para seu filho que sofre de uma doença no coração. A premissa é um pouco interessante, mas o desfecho da trama é igual a outros episódios da série: a equipe tem que desativar uma bomba em pouco tempo e Patterson descobre uma forma para fazer isso.

A dramaticidade do caso da semana viria da relação entre o filho Stepulov, a filha do agente Keaton e da sensibilidade de Kurt, que também tem uma filha a caminho, com a situação. No entanto, é um risco apostar que um criminoso que não tem nem cinco minutos em cena e o agente que torturou sua protagonista conseguiriam despertar alguma emoção necessária para sustentar o plot.

Por fim, Patterson desvenda – com a ajuda de Roman e seu hábito de jogar Mancala com cubos de açúcar mesmo sem saber o que estava fazendo – que a tatuagem de leopardo aponta para o número do social security de Kat Jarrett. As duas informações que sabemos da moça é que: 1) ela faz parte de uma gangue chamada Viper Kings; e 2) ela conhece Roman. Mas como Kat se encaixa nos planos de Sandstorm ainda é um mistério.

Droll Autumn, Unmutual Lord mostra os problemas de manter um drama procedural apoiado em mistérios e revelações como Blindspot. É extremamente difícil ter casos semanais que despertem algum interesse e ainda desenvolver os conflitos de seus personagens, mas é esse o desafio que a série tem e já vimos casos mais interessantes. Mas o episódio não destroi o cenário consistente que Blindspot construiu até aqui. Sandstorm ainda tem muito para relevar e a equipe do FBI ainda tem muita coisa para desvendar para evitar a Fase 2.

Outros comentários: 

– Infelizmente, não sou tão esperta como Patterson para desvendar os anagramas, palíndromos e códigos dos títulos dos episódios. Então, vamos esperar por novas informações.

– No Weller-baby-drama dessa semana: vimos o papai perder a consulta médica de Allison, prometer que nunca repetiria esse erro e mostrar o quarto da filha para a mamãe, mas Allie contou que recebeu uma oferta de trabalho em Colorado. Algo me diz que perceberam que uma criança não se encaixaria bem na série e decidiram tirá-la do caminho.

– E no Zapata-Reade-drama dessa semana: Reade tenta lidar com o climão que ele criou, Zapata o convida para tomar umas cervejas, faz umas piadas sobre o beijo, deixa o amigo flertar com outra mulher e sai do bar com um olhar de arrependimento. Ah, eu não estava preparada para esse novelão.


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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