Não é fácil produzir uma série atualmente, na verdade, não é fácil escrever uma série quando os temas são tão debatidos, e com um serviço de streaming ativo e funcionando como uma avalanche no mundo da TV. Caso queira sobreviver nesse mundo, não adianta apresentar o mesmo de sempre, sem casos que sirvam de algo para o telespectador ou para quem é fã de alguma história, baseado em uma obra, por exemplo. O que eu quero dizer aqui é que, não adianta ser spin off de uma franquia de sucesso, se você não faz nada para se tornar o sucesso.
Chicago Justice veio com apenas uma missão, mas no final das contas, terminou seu legado antes mesmo de dizer para que veio. Desde o começo da cobertura das reviews eu questionei a abordagem da série e a forma como as coisas aconteciam por aqui. É curioso imaginar que a série, em momento nenhum, soube desenvolver os seus personagens e trabalhar a forma como eles se apresentariam para quem estava assistindo. Em 13 episódios, nada relacionado aos personagens principais foram trabalhados, e como se o formato procedural já não fosse irritante o suficiente, o máximo que tivemos foram falas isoladas e com pouca profundidade, demonstrando, assim, a falta de sentido na série.
Por mais bem sucedida que as outras séries da franquia sejam, a história com CJ foi bem diferente e o cancelamento veio quase como uma certeza velada. A ideia de se trabalhar uma 2ª temporada foi muito pouca debatida, o que já trouxe a duvida a respeito da série. Além disso, com a renovação das outras séries de Dick Wolf antes do pronunciamento de CJ, só ficou mais claro qual seria o destino de Peter e sua companhia.
Mas já que não estaremos aqui na fall season, vamo comentar sobre os episódios finais, alright? Pois bem. Pela primeira vez na série, Peter saiu perdedor em um caso e isso foi bem legal de ver. Ainda que a série não tenha preparado os personagens, o foco em Fool Me Twice foi a Negal, o que deu uma quebrada no formato: caso + peter + decisão do júri. Ainda que a história da Laura não tenha sido bem explorada, foi bom ter visto ela no centro do caso e a frente das decisões da parte policial de CJ.
O caso foi bem interessante e trouxe uma discussão acerca da honestidade e integridade dos policiais. Não é só aqui no Brasil que a corrupção existe e é questionada tanto pelos movimentos sociais quanto pela parte minoritária do Estado. Da mesma forma que aconteceu em Chicago, existem inúmeros casos de crimes envolvendo policiais e a sua falta de caráter. A impunidade é o caminho mais fácil nesses casos e quem se prejudica sempre é a vítima, o sistema é sempre cruel com as pessoas que tentam peitar o Estado e seus representantes, o que acaba por ter como desfecho a inocência do algoz.
Antes do anúncio do cancelamento, Tycoon foi ao ar com a esperança de que a renovação chegasse, e como isso não aconteceu, a série terminou com um ar de incompleta. Acontece que, ainda que essa sensação tenha sido a mais predominante, em razão do tipo de abordagem utilizada pelos roteiristas, não teria como a finale ser de outra forma, já que não tivemos nada além do que foi apresentado até agora. Nenhuma conexão entre os personagens aconteceu, o que talvez não faça mais diferença na series finale, já que tudo girou novamente em prol de um caso aleatório, mas com peculiaridades das antecessoras. Dessa vez a presença das outras Chicagos se fez necessária, em razão da grande explosão em um prédio cheio de irregularidades e processos, mas nem ela foi suficiente para segurar o cancelamento e impedir a primeira derrota de Dick Wolf nas telinhas. E agora que acabou, fica o questionamento com respeito a series finale: e o Antonio? Será que ele vai e fica em PD? Será que a Negal também vem no pacote?
De toda sorte, fica a reflexão sobre o mini crossover de hoje. Que as vezes o melhor a se fazer é parar. Ok, Dick Wolf?
Então é isso, pessoal! Nos vemos por aí, oka?? Beijooo!!