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Chicago Med

Por: em 20 de novembro de 2015

Chicago Med

Por: em

Eu não gosto de séries médicas. Nunca gostei.

Em 2008, quando finalmente a tv por assinatura chegou em minha casa, comecei a assistir séries (sdds Charmed, todo dia às 17h no Sony).  Acompanhava as reprises de House, sempre na parte da tarde na Universal. Dizem que essa era a época boa da série. Não sei, já que depois disso nunca mais voltei a assistir House. Grey’s Anatomy nunca me fisgou. Sempre lembro de ter assistido um episódio ainda no SBT sob a alcunha de “A Anatomia de Grey” onde uma vítima de estupro arrancava o saco escrotal de seu abusador. Outra grande produção (e seria quase um sacrilégio ignorar sua existência) é E. R. Não era simplesmente uma série médica. Era a série médica. Um grande pesquisador da televisão norte-americana, Jeremy Butler, em seu livro Television Style gasta horas descrevendo planos de E.R. e sua importância na evolução do estilo televisivo.

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Carregado de preconceitos lá fui eu assistir a tal Chicago Med, mais uma para a franquia de Chicago, que também não acompanho nada. O principal problema é que, se E.R. trazia inovações estéticas-estilísticas e House tinha uma coletânea de personagens carismáticos, extremamente complexos e convincentes (e o mesmo pode ser dito de Grey’s) Chicago Med ainda não mostrou nenhuma dessas categorias.

A premissa da série é mostrar a rotina de uma emergência médica sem esquecer da vida pessoal dos personagens do hospital. Um acidente acontece no metrô da cidade e muitos são os feridos. plot é interessante e eficiente para o piloto, afinal, todos os personagens precisam ser introduzidos e um acontecimento com grandes repercussões mobilizará a equipe toda de médicos e enfermeiros.

Os casos, exceto o de Jamie Delson, estão ali muito mais por causa de seus personagens principais do que pela dramaticidade da tragédia. Delson é um paciente recorrente ao hospital, graças a uma doença congênita nos pulmões e desenvolve um grande relacionamento com Dr. Daniel Charles. Na falta de uma figura paterna forte, o médico que viu Jamie crescer ocupa o lugar deixado por seu pai. Esse é, sem dúvidas, o arco mais importante do episódio e também o mais complexo, bem construído.

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Os protagonistas são sem sal. Tudo parece muito forçado. Dr. Will Halstead, um sabichão que provavelmente faz sucesso no hospital tem seu posto usurpado para chegada de um novo bonitão:  Dr. Connor Rhodes, saído de The Affair. A forçação de barra é tão forte que o próprio roteiro faz piada com isso: na cena onde ele próprio, sem camisa, costura pontos em seu braço, Dr. Daniel pergunta “Quem é o Rambo ali?”. Outros que dividem a telinha são Sharon Goodwinm a diretora que conduz a instituição com pulsos firmes; Dr. Sarah Reese, uma estudante de Medicina ainda insegura como médica além de Maggie e da enfermeira April, com uma dinâmica acolhedora e servindo de alívio cômico. 

Não recomendo Chicago Med. Posso parecer muito duro, mas essa é mais uma atração da qual a televisão não precisa. Agora se você gosta muito do gênero ou está com espaço livre na agenda para acompanhar, boa sorte. Felizmente não cumpro nenhum dos requisitos.


Daniel Matos

Ex-gordo, fã de televisão e da Palmirinha.

Belo Horizonte

Série Favorita: The Good Wife

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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