Se você esperava que esse fosse o episódio que salvaria a série e garantiria a sobrevida da CIU por, pelo menos, uma temporada inteira, sinto informar que não foi o que aconteceu. Mas eu ainda não perdi as esperanças. Ainda vejo uma luz no fim do túnel, mas os escritores tem que agir rápido.
Hayes decide que o segundo caso da CIU deve ser um caso de Conner, de modo a desacreditá-lo na mídia. Hayes é uma personagem extremamente forte e ao mesmo tempo com um toque de desgaste emocional, mas ainda não está claro exatamente qual é a motivação dela. Em momentos elas não passa de uma garota mimada querendo se livrar do trabalho, em outros é a advogada que realmente se importa em fazer justiça. Precisamos que nos mostrem qual é a vertente real de sua personalidade. Se todas as atitudes auto destrutivas não passam de mecanismos para lidar com sua psique danificada, precisamos ver mais sobre isso. A interpretação de Hayley Atwell é maravilhosa, como sempre, mas falta um pouco conteúdo à personagem.
O caso da semana é baseado em um caso real. No episódio é chamado de “Prospect 3 – Os 3 prováveis”, baseado no caso “Central Park 5”, porém com etnias invertidas. Eu gostei bastante que estejam usando casos reais, veremos se essa tendência continua. Também é importante a inversão das etnias entre esse episódio e o piloto. Mostra que o show será imparcial na busca pela justiça, não apenas buscando defender uma bandeira, o que, para o publico americano, é muito importante.
Por esse motivo, o episódio ficou com cara de “Pilot – Part 2”. As estórias são um pouco parecidas, além de ter uma solução, mais uma vez, muito fácil. Essa caso teria se passado 10 anos atrás e as evidências estavam bem fáceis de encontrar. Se não se esforçarem para nos convencer que o trabalho deles é, de fato, difícil e de estrema importância, fica complicado acreditar no que estamos assistindo. Assim como o piloto, esse foi escrito pelas criadoras. Como o próximo tem um escritor diferente, espero que a dinâmica mude um pouco.
O show também mostra um pouco de confusão em sua estrutura. Não chega ao nível do piloto, mas ainda há muita coisa a ser melhorada. Ainda não fica claro qual é o foco da investigação. Fala-se muito sobre como Hayes é uma advogada espetacular, mas esse não é um show sobre procedimentos legais, é um show investigativo – nem de longe na linha CSI. O público está confuso e, como não conseguem se sentir presos à trama paralela dos investigadores, estão desistindo de tentar entender o que está acontecendo.
O arco do relacionamento entre Hayes e sua mãe, Harper, está muito bom, mas, novamente, fica perdido, pois não sabemos o porquê do relacionamento delas estar desse jeito e não parece que isso será mostrado. O arco entre Hayes e Conner também é interessante, principalmente a tensão sexual entre eles, mas ainda assim, é tratada de uma maneira tão rasa, que não nos instiga a investir no casal. Eu, pessoalmente, gostaria de ver alguma coisa entre Hayes e Sam. A situação entre Sam e Lisa – a repórter que achei ter algum envolvimento com ele – mostra que ele não é apenas um rosto bonito, ele vai atrás do que quer, mas desiste fácil. Seria muito interessante se Sam resolvesse se envolver com Hayes de modo a miná-la da CIU e traí-la.
Também será necessário focar mais no passado dos outros integrantes da CIU. O pequeno confronto entre Maxine e Tess foi interessante, porém muito diluído durante a investigação, precisamos que mostrem mais deles, pois apenas os casos semanais não são suficientes para construir uma audiência (How To Get Away With Murder está aí para não me deixar mentir). Também quero que toquem mais na situação de Jackson Morrison, em primeiro lugar porque adoro o ator (Daniel Franzese) e acho que representação é extremamente importante, segundo, pois pode dar profundidade à dinâmica da família Morrison.
A audiência da série já sofreu bastante, com uma queda de quase 1 milhão de visualizações em 1 semana. Muitos sites internacionais já apostam que ela será cancelada antes do fim do ano. Conviction tem menos confiança do que a perdida Notorious, que teve uma queda bem parecida. Como falei na análise do piloto, Conviction está apertando muitos pontos fracos dos americanos, portanto, caso nada seja feito para arrumarem os erros presentes até o momento, teremos menos episódios de Conviction do que Agent Carter.
Em um aspecto positivo, a série é muito bonita. As montagens de Nova York entre os dias de investigação são muito bonitas. As cenas de reconstituição são muito bem montadas – com justaposição entre os investigadores e as vitimas. O figurino é impecável e a música é maravilhosa e moderna. Eu vou tentar colocar a trilha aqui sempre que possível, para que possamos dançar loucamente com Hayes e Jackson (aproveitando para nos divertirmos enquanto ainda podemos).
- Let It Roll – Ladyhawke
- Shine a Light – Banners
- Someone Who Can Dance – Icona Pop
Eu não quero dizer que foi um episódio ruim, muito pelo contrário, em vários momentos eu me peguei torcendo e em choque pelos plot twists, mas também não foi um episódio sólido. Foi apenas ok e, com a velocidade que séries são trocadas e sites de stream facilitando o acesso de todos, estórias medianas não tem lugar. Conviction é uma série cheia de boas ideias e ótimos atores, mas com uma finalização conturbada. Eles precisam decidir se essa é uma trama policial, legal ou política e focar nisso. Tenho grandes esperanças para o terceiro episódio, porém, caso não haja nenhuma melhora, já será o prego final desse caixão.
E você, o que achou? Ainda tem esperanças em uma recuperação? Ou já está buscando outra série para acompanhar no lugar dessa? Eu ainda não desisti. Então vem acompanhar comigo toda semana!
