Finalmente tivemos um episódio sólido de Conviction. Fiquei bem satisfeito com o que vi. Parece que os escritores foram assistir episódios de outras séries investigativas para aprender algumas coisa e começaram a usar o que realmente funciona, não se prendendo apenas à um conceito inicial que, claramente, não tinha futuro.
Hayes decide provar que a CIU não é uma divisão apenas para liberar inocentes, mas para fazer a justiça, sendo ela reafirmar sentenças corretas ou refutar sentenças em que o acusado deveria mesmo ficar na cadeia. Entra o caso de Rodney Landon (Mike Doyle, de Law & Order: SVU), professor anti-islamismo acusado de detonar uma bomba em uma mesquita no aniversário de 10 anos do 11 de Setembro. Toda a forma como a situação foi tratada foi muito respeitosa, com tempo inclusive para bronca nos preconceitos, que não querem nem conhecer antes de julgar aqueles que são diferentes. A cena de Hayes conversando com as esposas das vítimas foi muito tocante. Hayley Atwell novamente provando ser uma ótima atriz.
Toda a investigação foi muito bem conduzida. A reencenação do crime foi muito bem apresentada. Porém, a solução foi muito aleatória e súbita. Novamente, Hayes, dessa vez durante uma conversa com Conner Wallace, se lembra que seu pai era adorado por todos e tinha amantes, assim como uma das vítimas poderia ter e, portanto, a esposa seria a culpada. Entendo a explicação, mas acho que se ficarem apenas dependendo desses momentos de realização súbita de Hayes, a série ficará muito previsível. Devo admitir que a reviravolta foi muito boa, mas a descoberta foi anticlimática.
Nesse episódio eu senti um balanço bem melhor entre o lado rebelde de Hayes e seu lado sensível. Ela quer provar que não é a nova salvadora dos injustiçados, mas ao mesmo tempo se sente mal por suas ações serem responsáveis por possivelmente tirar um psicopata da cadeia. A dúvida em seguir com o caso a consome, mas no fim, a justiça deve prevalecer acima de sentimentos pessoais, mesmo que sua equipe se desmonte no processo.
Também gostei muito que Maxine teve um pouco mais de seu passado explorado. Ela tem muitos demônios pessoais para enfrentar e a CIU é a sua chance de redenção. Eu quero mais cenas de ação como a rápida reação ao suposto ataque. Merrin Dungey (de Once Upon a Time) passa verdade ao interpretar essa detetive durona e, ao mesmo tempo, com um histórico tão frágil. Toda a equipe foi bem trabalhada, com direito à Frank quase abandonando tudo e a inocente Tess chamando Hayes de bitch – e enchendo todos de orgulho.
O que faltava era romance e finalmente tivemos um início. Nos primeiros episódios fica implícita a tensão sexual entre Hayes e Wallace e agora sabemos que eles tem um passado além da política e da advocacia (O que aconteceu em Chicago? Eu preciso saber!), e quando eles finalmente se entregam ao desejo, as noticias do acordo entre eles explodem na mídia. Que final estupendo. É assim que uma série prende a atenção dos espectadores entre os episódios. Sim, são casos semanais, mas é necessário um interesse maior, não apenas nos personagens, mas na estória.
Agora, Hayes terá que lidar com o vazamento, lutar para manter seu emprego – agora que finalmente gosta dele, e conseguir que sua mãe saia dessa sem que sua carreira política seja manchada. Essas premissas são bem mais fortes do que a simples chantagem, mas achei que a descoberta foi muito repentina. Eu esperava que esse plot só fosse explorado ou ao fim da temporada ou pelo menos no mid-season. Mas essa mudança de foco pode nos mostrar uma outra Hayes, que o público goste mais, já que a rejeição à garota festeira estava alta, então, só posso esperar para ver se vai valer à pena.
E então entra Sam. Durante o episódio ele age de acordo com Hayes, essa até o elogia, e ao final, ele resolve seguir com seus sentimentos pessoais e inicia os acontecimentos que garantem que Rodney fique na cadeia. Será que foi Samquem vazou o acordo de Hayes e Wallace? Apenas ele tem a ganhar com isso e é Lisa quem está na linha de frente dessa cobertura. Eu acho que é muito óbvio que seja ele, porém, não se trata de How To Get Away With Murder, então ele é uma forte possibilidade.
Na tracklist da semana temos apenas a música da cena em que Hayes, toda arrumada para o baile, resolve buscar um caso para trabalhar. Porém, ainda não sabemos qual é a música da última cena do episódio, poderosíssima, por sinal (eu preciso dela para a minha lista de #MúsicasDaDepressão). Caso você saiba que música é aquela, por favor, me avise nos comentários. Assim que eu tiver essa informação eu atualizo o texto.
UPDATE:
A maravilhosa música da cena do beijo foi finalmente descoberta!
A audiência deu uma estabilizada, mas ainda não saiu da zona de preocupação. Porém, com a aparente nova direção da série, com leves mudanças de tom na personalidade de Hayes e a utilização de temas polêmicos da maneira como estão lidando, creio que Conviction pode estar à caminho de uma recuperação suficiente para garantir uma segunda temporada.
O que vocês acharam? Já estão convencidos a dar mais uma chance à Hayes? Ou esse foi o último que assistiram? Me contem tudo nos comentários.
