Sabe quando você vai dormir feliz com uma coisa mas acorda com a vida te dando um soco no estômago? É essa a sensação que sinto ao escrever essa review. Como está acontecendo toda semana, o episódio dessa segunda de Conviction me deixou bem satisfeito quando assisti, já estava preparado para escrever várias coisas super legais, mas acordei para notícias não tão animadoras. Vamos seguir com a análise do que aconteceu em The 1% Solution e depois discutimos tudo isso.
Começamos o episódio com Hayes lidando com as consequências de sua bombástica entrevista. Após ser expulsa de casa pelo irmão, ao invés de ir para um hotel, como a lógica manda, prefere ficar no escritório da CIU para se autopunir, conforme brilhantemente observado por Maxine. Hayes entende que a melhor forma de mostrar que seu passado não afetará seu trabalho é defendendo um caso de um desprivilegiado lutando contra a corrupção dos que tem privilégios, e escolhe o caso de Will Jarrett, acusado de matar Debra Porter, milionária que fazia parte de uma organização de ajuda a jovens carentes e o havia acolhido em sua família como filho. Devo confessar que inicialmente o caso da semana não me pareceu tão interessante de acompanhar quanto o da semana passada, mas foram os plot twits que chamaram atenção.
Eu adoro o cheiro de privilégios pela manhã.
Enquanto Hayes e Sam conversam com Will, Maxine conversa com a família da vítima, David Porter (Kelly AuCoin de The Americans) e seu filho Sean. Esse é o primeiro caso em que temos duas versões completamente opostas dos fatos. Muito bem feita a maneira como integraram toda a equipe durante a averiguação das provas. Mesmo com o pouco tempo de trabalho, fica claro que todos confiam e consideram a opinião dos colegas. Isso é muito importante, já que cada um vem de uma área distinta, pode dar uma visão diferente da mesma situação. O único que senti um pouco deslocado foi Sam, agora que o segredo de Hayes foi revelado. Precisam introduzir um arco para ele com urgência.
Paralelamente, Hayes tenta contato com o irmão todas as manhãs, pedindo desculpas pelo que fez e por não ter respeitado o trabalho dele. Também tenta conversar com Wallace, dando um caixa gigante de remédios de dor de cabeças de presente (vai, você tem que concordar que foi fofo) que ele joga no lixo na frente dela. Eu entendo que ambos estejam desapontados, principalmente Wallace, já que a entrevista pode ter colocado seu trabalho em perigo real. Quando Wallace diz que estava triste, mas que esperava isso dela, foi doloroso ouvir. Mesmo tendo acompanhado pouco, conseguimos perceber que Hayes cresceu nessas semanas, então esse ataque foi muito baixo. Quanto a Jackson, eu acho que o silêncio dele é o que mais dói em Hayes, pois ele é sua principal fonte de suporte. Mas ela precisa respeitar o tempo que ele precisa e deixar que ele venha até ela.
Frase da semana:
Uma caixa gigante de Ibuprofeno. Para a agonia que sou Eu.
Analisando as provas, encontram uma pegada de sangue que não foi utilizada na defesa por erro humano. Essa pegada é de um sapato extremamente raro e caro, que coincidentemente teve um exemplar comprado por David Porter. Quando você pensa que se trata de mais um caso de briga de casal, descobre que ele doou os sapatos para o jardineiro, que foge ao ser interrogado. Eu devo dizer que Maxine está mais maravilhosa a cada episódio. Eu não dei muita importância para ela no inicio, mas agora eu vejo que ela é tão protagonista quanto Hayes, cada uma em sua área de atuação. Eu quero um episódio ficado em Maxine, para que elas tenham que realmente se tornar amigas, não apenas colegas de trabalho.
Pela primeira vez Frankie fala sobre o caso de Rey com Tess, sem ser dizer qual é seu real envolvimento com ele. Tess acredita que não há chances de que a pena dele seja revista, mas acha que Frankie deve pedir ajuda para Hayes. Mas ela está ocupada tentando fazer contato com Jackson. Sozinha, ela vai atrás da última pessoa que pode buscar ajuda, sua mãe, Harper Morrison (Bess Armstrong). Devo confessar que eu esperava um super confronto entre elas, mas assim foi bem melhor. Muita gente reclamou que ela foi muito fria com Hayes nos episódios anteriores, apenas pensando em sua carreira como senadora. Mas aqui ela foi apenas mãe, não apenas dando conselhos de como deveria dar um tempo para que Jackson a perdoe, como para que ela tome coragem e perceba o que ela realmente sente por Wallace. Provavelmente nem Hayes esperava por essa, mas eu acho que foi uma conversa sincera e espero que não seja a última vez que vejamos Harper.
Filha, eu já perdi a eleição, agora você faz o favor de não me perder o macho também!
Convenientemente, a única prova que não tínhamos para a solução do caso, a arma do crime, é encontrada no carro do jardineiro. O timing para essa descoberta foi muito exato, portanto decidem confirmar se ninguém teria plantado a evidência de forma a incriminar o Jardineiro. Bingo. Sean aparece nas câmeras de segurança colocando a faca. A reunião entre os Porter e a CIU é muito tensa, com David praticamente jogando na cara de Hayes que nada acontecerá com Sean, pois ele tem dinheiro, assim como a família dela, e ainda acusa Will de ter obrigado Sean a plantar a arma do crime.
Quando Hayes e Frankie vão conversar com Will, ele está desolado por saber dessa acusação, mas admite tudo. É Frankie quem decifra a charada, Will e Sean são namorados, Will estava protegendo Sean, mas ao ser acusado pelo pai do namorado e não ser defendido, desiste de tudo. Finalmente temos a cena da reencenação que eu gosto tanto. Sean não é o assassino, nem Will, mas ambos! E a única forma de provar o envolvimento de Sean é com um vídeo feito por Will deles planejando o crime após uma noite de sexo. É por isso que é importante saber sempre onde estão os aparelhos eletrônicos quando estamos com nossos parceiros, pois nunca se sabe o que esta sendo gravado e onde será guardado, ainda mais nos dias de hoje com acesso à nuvens de dados.
O bom desse episódio foi mostrar que a CIU não serve apenas para retificar sentenças erradas, mas manter as corretas e, nesse caso, ainda estender para culpados que ainda não haviam sido punidos. Detalhe, o crime não foi cometido pela família não aceitar a homossexualidade do casal, mas pela diferença de classes entre eles, tanto financeira quanto racial. Mantenham isso em mente para a nossa discussão sobre a audiência. Quando Frankie vai falar com Hayes sobre Rye, ele não tem certeza se o caso deve ser revisto ou não. Eu também senti que Rey estava muito estranho na última visita deles, como se ele apenas o estivesse usando para sair da cadeia, mas Hayes, agora muita mais compreensiva, deixa Frankie decidir se deve rever o caso ou não.
Jackson finalmente entre em contato através de vídeo-chat e praticamente faz Hayes implorar pelo seu perdão. Cena engraçada e fofinha. O amor deles é muito lindo e eu quero que esses dois estejam juntos para sempre. Depois Hayes vai conversar com Wallace e tenta expressar seus sentimentos, quando descobre que ele contratou Naomi Golden para representá-lo em sua defesa. Trata-se apenas da ex-namorada.. de ambos! Claramente escolhida por ele como forma de punição para Hayes. Devo dizer o quanto eu fiquei feliz em saber que estou fazendo review de não apenas 1, mas 2 séries com protagonistas bissexuais poderosas? Que momento para estar vivo. Mas é claro que alegria dura pouco.
Tivemos uma queda brusca de audiência nesse episódio, com 1 milhão de expectadores a menos, o que levou a ABC decidir não estender a série para uma temporada completa. Serão produzidos os 13 episódios encomendados inicialmente, ainda com possibilidade de renovação para uma segunda temporada, mas historicamente improvável. E ainda há a possibilidade de mudarem o horário de exibição dos episódios restantes, estando garantido apenas o horário do dia 14 de novembro. Eu já falei alguma vezes sobre os problema que levaram Conviction a não decolar, mas o que realmente atrapalhou The 1% Solution foi o fato de ir ao ar na noite anterior à eleição mais polarizada da história dos Estados Unidos, tendo como alguns dos pontos principais homossexualidade e questões raciais, além, claro, dos ecos dos Morrison com os Clinton. Merrin Dungey, que interpreta Maxine, e que vem a ser irmã da presidente da ABC, disse no Instagram que Conviction ainda não está cancelada. Eu acho que, se derem à série a chance de descansar a imagem, afastar desse momento político e mudar o rumo da estória apenas para a parte investigativa, uma segunda temporada faria muito mais sucesso.
Nós só queremos mais uma chance! Não desistam de nós!
Essa semana, para embalar nossas investigações criminosas, planos de assassinatos e gravações clandestinas, temos:
Eu ainda não desisti de Conviction e acho que a série ainda pode nos surpreender, apenas olhe na promo do próximo episódio para ver do que estou falando. Como diz a cantora Dido, “eu vou afundar com esse barco e não vou levantar minhas mãos e me render” (quem lembra dessa música?). Eu vou até o fim e vou me divertir com a Hayes, e você, vem com a gente?
O que achou desse episódio de Conviction? Vai continuar assistindo? Valeu a pena? Perda de tempo? Conta o que achou nos comentários.
