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Desventuras em Série – 1×08 Serralheria Baixo-Astral (2) (Season Finale)

Por: em 15 de janeiro de 2017

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Queria me chamar de trouxa,

logo eu Sr. Poe…

Encerramos a primeira temporada de Desventuras em Série com um dos seus melhores episódios. Dando sequência aos fatos que vimos no sétimo episódio, tivemos a chance de explorar um pouco mais do passado dos Baudelaire, entendendo que parte de tudo que foi dissipado sobre eles era, na verdade, uma grande mentira. Todas as rasuras nos livros já indicavam isso, mas a certeza veio só nos minutos finais, quando finalmente entendemos que eles foram não os causadores, mas os salvadores de uma comunidade. Toda a calúnia não passava de um trato com a dra. Orwel, que praticava da hipnose em todos os trabalhadores, que não passavam de maquinário para a serralheira. É legal essa pitada de crítica que rola dentro de uma trama “infantil” – e, mais uma vez, vemos que são os pequenos a enxergar primeiro todos os problemas.

A hipnose em Klaus persiste por vários momentos do episódio, gerando inclusive alguns momentos dramáticos. Foi bem estranho ver o positivismo de Phil ao perder uma perna, por exemplo. Mas este é o cerne da personagem – quando fomos apresentados a ele, o narrador sempre presente nos fala que ele é o tipo de pessoa que sempre procura o lado bom das coisas e o que tem de ruim nisso, não é mesmo? Detalhes a parte, o que toma forma é uma trama muito relacionada a problemas no passado, coisa que já despontava aos pontos durante os episódios que antecederam o final. Ao que tudo indica, Olaf tem um passado conturbado com os personagens do qual só devemos tomar conhecimento lá na segunda temporada, quando o internato for explorado mais de perto (que cenário mórbido – remetendo diretamente a um cemitério -, mas ao mesmo tempo sensacional).

Para quem não sabe, as crianças do final do episódio que também esperam pelo chamado no internato têm tudo para ser os Quagmire. Estes personagens são importantes porque, assim como os Baudelaire, eles também perderam os pais durante um incêndio (os pais deles eram os personagens de Arnett e Cobie que acreditávamos poder ter alguma relação com Violet e seus irmãos). Essa novidade aumenta um pouco nossas expectativas para um segundo ano, já que juntos eles podem descobrir mais sobre a sociedade secreta que circunda a trama, mas que ainda pouco sabemos sobre.

Durante os oito episódios, Desventuras impressionou. A cenografia da série é um dos seus pontos mais altos, chamando atenção nos detalhes e nas cores. O narrador-personagem é outro ponto de destaque, mas que causou um certo estranhamento em alguns espectadores. A gente não está acostumado com este tipo de narrativa, o que torna bem normal uma resistência inicial. Mas, ao analisarmos de perto, muito da história perderia sua graça sem ele por ali. Eu curti bastante suas aparições, sempre muito bem ponderadas e até colocando algumas coisas antes mesmo da gente ver de fato. É um brincadeira bem interessante. Seus momentos nos alertando para parar de ver também foram bem legais, vai?

Nos personagens, o destaque fica com Olaf mesmo – o que falar de Shirley ousadíssima na maquiagem e nos saltos? Neil encarnou perfeitamente o espírito de um vilão despudorado, mas com doses de humor interessante. Seu show é tão grande que muitas vezes acaba ofuscando os outros personagens da série. Claro que as crianças merecem nossos aplausos. Eles tornaram todos os momentos mais do que divertidos, inteligentes. Era sempre muito legal ver como só eles eram capazes de enxergar tudo cruamente, quando deveria acontecer exatamente o contrário. A sensação que fica é de retomar algo que sentíamos lá no passado. Mais do que uma série para fazer barulho (já que é sim uma das grandes estreias da Netflix), Desventuras veio para atiçar na gente aquela sensação de infância, do figurado, da memória afetiva de estar deitado no sofá numa manhã de férias vendo animações onde o vilão, paspalho, acabava levando a pior no final.

Sim, eu entendo que nem todo mundo deve ter gostado. Mas todo mundo gostar significaria um final feliz para esta série e sabemos que finais felizes nunca estiveram no caminho dos Baudelaires, né?

Ah, antes de terminar: que lindo aquele musical do final!

Encerramos por aqui a nossa maratona. Vamos ver quando a Netflix faz a gente se encontrar novamente – até a próxima.

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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