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Dia da Consciência Negra

Por: em 20 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra

Por: em

Algumas datas são mais lembradas por nós como mais um feriado e dia de lazer e descanso e o significado por detrás dele acaba se perdendo. Com o Dia da Consciência Negra, acontece algo bem parecido.

Para começar, o dia 20 de novembro não é um feriado nacional e somente sete Estados consideram-no como tal. Na minha opinião, isso é um grande absurdo, porque considero importantíssimo sempre discutir o papel das “minorias” na sociedade (e por “minorias” entenda-se qualquer um que seja diferente do homem branco de classe média/alta heterossexual).

É sobre isso que é o Dia da Consciência Negra: um dia inserido em uma semana de reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida para coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, o último líder do Quilombo dos Palmares.

Uma das metas de entidades do gênero é evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, da própria inferiorização, principalmente entre as crianças negras. Neste dia da Consciência Negra, o Apaixonados por Séries reuniu alguns (poucos, é verdade – se souberem de mais, não hesitem em dizer nos comentários) exemplos de homens e mulheres negros que se destacam no que fazem e assumem responsabilidades vitais, no mundo da ficção, para o bem-estar de uma nação ou de um pequeno grupo de pessoas.

A nossa equipe tentou encontrar algum personagem negro em séries brasileiras que se encaixem na descrição acima, mas infelizmente, não encontramos. Pela nossa ignorância em séries nacionais (não há como negar que assistimos mais produções de fora do que as daqui) e pela falta de exemplos palpáveis, o mais próximo que chegamos foi a da novela Xica da Silva, a “escrava que se fez rainha”, casou-se com um rico contratador de diamantes, apossou-se de escravos e alcançou status na sociedade da época.

Naomi Bennett (Private Practice) – por Bianca


Uma das melhores coisas nas séries da Shonda Rhimes é a diversidade dos seus personagens. Talvez por ela ser mulher, acaba colocando as personagens femininas com muito mais força e personalidade; e por ser negra, os negros tenham funções de destaque. É assim em Grey’s Anatomy e também em Private Practice. Naomi é uma médica especialista em fertilidade, a fundadora e diretora da Ocean Wellness, diretora da Pacific Wellcare e, muitas vezes, o pilar de sustentação psicológica dos outros personagens, principalmente da melhor amiga Addison. Não é fácil dirigir duas clínicas e ainda cuidar de todos os médicos. A médica também é (ou era, antes de ela surtar porque a filha de 15 anos engravidou) forte, durona, sensata e dá ótimos conselhos – mesmo que ela própria não os siga -, muitas vezes agindo como a “mãezona” do grupo.

David Palmer (24 horas) – por Camila


No primeiro dia que conhecemos Jack Bauer, David Palmer era o primeiro alvo dos terroristas. Um senador muito correto que estava em campanha para presidência dos Estados Unidos, um dos cargos mais importantes do planeta. Era um homem conhecido por seu caráter e honra, mas não era somente isso que incomodava os seus adversários. Ele era negro. Depois de todos os problemas que Palmer e Bauer enfrentaram neste dia, aprenderam a confiar um no outro acima de tudo, Palmer sempre deu o voto de confiança que Bauer precisava para cumprir suas ações. O marcante deste dia foi ele ter, apesar de todo o esforço contra, vencido a eleição e se tornado o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Leo Glynn (Oz) – por Rose


Dirigir uma prisão não é tarefa fácil, e quando trata-se da Penitenciária de Segurança Máxima Oswald o trabalho se torna ainda mais difícil. A frente desta complicada missão está Leo Glynn, tido como linha dura por boa parte dos prisioneiros mas que, apesar das caóticas situações do ambiente, consegue ter um bom trânsito com os diferentes grupos que convivem em Oz, por meio do diálogo com os principais líderes destas facções e da colaboração de membros importantes da equipe, como Tim MacManus e a irmã Peter Marie, responsável pelo aconselhamento psicológico dos detentos. Durante as seis temporadas da série, Leo mostrou sua força não apenas disciplinando o grupo, mas também ao enfrentar pressões do governo local para abandonar seu cargo de diretor, o que temporariamente aconteceu. No entanto, o personagem provou que não é com favores do governador que se controla uma cadeia como Oz e conseguiu voltar ao poder. Como deveria ser.

Dr. Richard Webber (Grey’s Anatomy) – por Camila


O chief do Seattle Hospital enfrenta problemas comuns à um hospital, que tem o melhor programa de residência cirúrgica dos Estados Unidos. Ou tinha, há algumas temporadas o hospital caiu para a 12ª posição. Mas um dia o Webber também foi um dos residentes do hospital, o primeiro residente negro e um dos melhores, mas nada disso facilitou o seu período de residência, onde sofreu muito preconceito. A sua vida sempre foi marcada por mulheres fortes, como a adorável Adele, e também a decidida Ellis Grey. Chefe da cirurgia, Richard não fica tanto tempo quanto gostaria dentro de uma sala de operações, mas comanda o hospital como ninguém, nem Derek conseguiu ser um chefe melhor que ele.

Elias Martinez (The Event) – por Rose


Elias Martinez, o presidente dos Estados Unidos em “The Event” não é apenas o homem mais poderoso do mundo por chefiar uma potência econômica global. Seu poder vai muito além. Disposto a desmascarar a conspiração que envolve a chegada de misteriosos visitantes mais de 60 anos atrás ele coloca sua segurança e a de sua familia em risco ao decidir revelar ao mundo a existência destes prisioneiros, desencadeando assim uma série de eventos. Porém, em The Event a arte imita a vida. Filho de refugiados cubanos, o personagem guarda fortes semelhanças com o atual presidente norte-americano, Barack Obama, não só por ser negro, mas também por sua alta popularidade e sua política inovadora, buscando a conciliação entre os povos.

Wilhelmina Slater (Ugly Betty) – por Bianca


Desde o começo de Ugly Betty, Wilhelmina tinha um objetivo bem claro: tirar a Meade Publications do controle de Daniel e se tornar a editora chefe, o posto mais alto que alguém pode alcançar em uma editora. Mesmo em uma posição mais baixa do que o Daniel na empresa, Willy sempre foi a pessoa que fazia a Mode funcionar. Para isso, Willy não economizou na munição: criativa como somente uma editora de criação pode ser, ela tentou alcançar seu objetivo de todas as formas (limpas e sujas), mas era questão de tempo até Daniel perceber que o seu lugar não era em uma editora. Apesar de ser a vilã da série, era impossível odiá-la; o timing cômico e o carisma da personagem (e a incompetência do Daniel) nos fizeram torcer desde o começo para que seus planos dessem certo.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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