Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Mulheres de séries - Edith Crowley, Mindy Lahiri, Peggy Olsen, Jessica Jones

Dia Internacional de empoderar uma Mulher

Por: em 8 de março de 2016

Dia Internacional de empoderar uma Mulher

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers pesados,

siga por sua conta e risco.

Nesse dia internacional da Mulher, queremos preencher um vazio que se assola em nós com exemplos de mulheres das séries que tomaram atitudes tão empoderadoras que estão aqui para nos lembrar do feminismo interseccional todos os dias, nos lembrar que além da gente, muitas outras mulheres precisam se expressar, não só as brancas e privilegiadas. A representatividade na TV ainda não é igualitária, mas buscamos a maior possível para o desenvolvimento desse post.

Sophia Burset – Orange is the New Black

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Sophia abraça a sua feminilidade e ajuda as companheiras de prisão a terem uma boa auto estima fazendo algo aparentemente bem simples: colocando maquiagem e arrumando o cabelo, a ficarem bonitas para elas mesmas. Sophia também é uma ótima amiga, conselheira e determinada. Uma das coisas que mais chama atenção e não é esquecida pelo roteiro são as dificuldades que uma mulher transexual passa para ser reconhecida como tal. Ela sofre discriminação e ataques transfóbicos, mas não abaixa a cabeça para seus agressores. O fato de Sophia estar em uma prisão feminina é um baita ato de transgressão: exatamente como deve ser, OITNB mostra que mulheres trans têm direito de estarem encarceradas junto de mulheres cisgêneras e não é o sexo biológico que determina o gênero de alguém, mas como ela se identifica socialmente – e isso precisa ser respeitado.

Por Bianca

Mindy Lahiri – The Mindy Project

Mindy

A médica Mindy está bem fora dos padrões de beleza americanos, assim como a série que ela protagoniza, e, ao longo das suas 4 temporadas, sempre nos brinda com momentos engraçados e outras vezes reflexivos. Nesta primeira parte da 4ª temporada, ela passa de doses de feminismo para baldes ao mostrar como podemos sofrer abuso psicológico de quem mais amamos. Com o nascimento do filho, ela se vê numa posição difícil ao querer trabalhar e o futuro marido querendo e pressionando para que ela fique em casa. Felizmente  Mindy se lembra (vemos em flashback) deste mesmo homem dando um conselho que todos deveriam seguir sempre: “Não deixe ninguém te falar o que fazer, nem mesmo eu.Ela percebe que não dá para ficar num relacionamento desse tipo.

Por Camila

Kimmy Schmidt – Unbreakable Kimmy Schmidt

Kimmy

O título da série já diz tudo: Unbreakable (inquebrável). Kimmy é uma personagem pra lá de inspiradora: ela não só sonha grande como também tem vários sonhos, sem se importar com os diversos obstáculos que possa encontrar em seu caminho. E se não bastasse isso, ela encoraja todos para que façam o mesmo – diferentemente de diversas mulheres “retratadas” na TV e cinema. Kimmy existe para mostrar que não importa quem você é ou qual é o rótulo que a sociedade te deu, todos temos segundas chances e podemos ir atrás do que queremos na vida!

Por Isadora

Peggy – Mad Men

Peggy

A jovem Peggy cresceu muito ao longo de Mad Men, de ter escutado na segunda temporada um conselho da empresaria Bobbie Barret sobre sua vida profissional: “Você não vai ter o escritório do canto até tratar o Don como o seu igual. E ninguém vai te dizer isso, mas você não pode ser um homem, nem tente. Seja uma mulher, é um negócio lucrativo quando bem feito.” Até conseguir segui-lo no final da série Peggy lutou muito para ter o seu valor profissional reconhecido, numa época tão machista. Na quarta temporada e já nova agencia, Peggy fecha um grande contrato, o primeiro desde Lucky Strike, mas tem o seu momento ironicamente ofuscado por Don, que anuncia o seu casamento com  Megan. Para um Don, até o seu casamento é mais importante do que sua colega fechar um grande contrato para sua empresa.

Por Camila

Jessica Pearson – Suits

jessica

Jéssica é mais que um exemplo de guerreira, é uma joia entre as top advogadas de New York. Uma mulher já teria muito trabalho e muita luta para ter o seu nome na porta de um dos maiores escritórios de advocacia, ela mesmo afirma algumas vezes na série: quantas mulheres negras estão na posição que ela está? Provavelmente mais nenhuma. E ela faz dessa luta a de muitas outras, sempre batalhando para se manter nesse lugar, sem se ver obrigada a assumir uma postura masculinizada. Não se engane, ela não é fofa e dócil como esperam. Ela é severa, direta, forte e muito segura. E sem nunca repetir um vestido. Nesse ponto Suits está de parabéns, duas das três mulheres do elenco principal são negras.

Por Camila

Leslie Knope – Parks and Recreation

Leslie

A personagem interpretada por Amy Poehler em Parks and Rec é tão significante e marcante para o feminismo que a própria palavra ”empoderamento” já me remete a mesma, deixando de lado a sua comicidade tão característica, Leslie é esforçada, dedicada e apaixonada pelo o que faz, ela sempre consegue o que quer, e no meio de tantos percalços volta e meia ainda é obrigada a lidar com pessoas e situações machistas e discriminatórias. Ao decorrer da trama Knope se casa, tem filhos, e dá continuidade a sua magistral carreira política, representando com louvor a cada vez mais comum mulher que além de se dedicar a família também se destaca (e muito) no seu campo de trabalho realizando feitos incríveis, provando como merece este status de exemplo a ser seguido por todas nós.

Por Ana Rebeca

Arizona Robbins – Grey’s Anatomy

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Uma das melhores características da Arizona é seu espírito livre. Ela chegou como um furacão em Grey’s Anatomy, com sua alegria borbulhante, uma grande competência e empatia para entender seus pequenos pacientes e seus tênis de rodinha. E, claro, sua atitude de não pedir desculpas por ser confiante, divertida e vadia, como ela mesma colocou em episódio recente. Ela é a lésbica das lésbicas e não tem a menor vergonha de expor seus rolos amorosos e sexuais, assim como as/os colegas heterossexuais fazem. Afinal, por que teria? Arizona está sempre nos lembrando do quanto é importante que mulheres de todas as orientações tenham uma vida sexual mais do que satisfatória e não se sintam pressionadas a fingirem uma castidade que não lhes pertence.

Por Bianca

Edith Crawley – Downton Abbey

Edith

Edith começou meio apagada na série, uma caricatura invejosa e rancorosa pela personalidade e pelas oportunidades que caíam no colo de sua irmã mais velha. Edith não era determinada e forte como Mary ou doce e empática como Sybil, mas não tinha como ser né, nada na vida da coitada dava certo, era digno de pena e tudo o que lhe restou foi o rancor, mas a história da mesma mudou nas últimas temporadas, coube a Edith trazer a tona temas polêmicos e ainda inaceitáveis no início da século XX, em primeiro momento a gravidez fora do casamento (completando a cota de sofrimento: o pai da criança desaparecido), e posteriormente o desafio de dirigir uma editora, uma mulher a frente de uma empresa, isso era inconcebível da primeira metade do século passado! Com determinação ela conseguiu finalmente ser feliz, casada com um homem maravilhoso e podendo assumir a filha, com ousadia Edith foi bem sucedida e é digna de nossa admiração.

Por Ana Rebeca

Jessica – Jessica Jones

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Só pode ser algum “mal” de Jessica! Mas assim como as outras da lista, Jessica Jones não é uma personagem feminina “habitual” para indústria cinematográfica. Ela bebe quase que compulsivamente, ela é grosseira, ela se afasta das pessoas que são próximas, entre muitas outras coisas. Definitivamente é uma personagem complexa e cheia de problemas. Ela sofre de Estresse Pós-traumático depois de ter sua mente sequestrada pelo estuprador vilão Kilgrave e se obriga a salvar outra vítima (Hope) no decorrer da temporada. Essa é uma série que se destaca especialmente porque todas as personagens femininas tem algo a mostrar, elas não são somente um vaso-decorativo.

Por Virginia

Lorelai Gilmore – Gilmore Girls

lorelai

Ter que cuidar de uma criança aos dezesseis anos não é uma missão exatamente fácil, principalmente se você não contar com apoio da sua família, nem do pai da criança. Foi isso que aconteceu com Lorelai Gilmore. Quando ela engravidou, ela só teve uma certeza: queria cuidar da sua filha sem ter a obrigação de se casar. Desde muito cedo ela entendeu que paternidade não tinha nada a ver com casamento e não quis se deixar levar por mais essa imposição do patriarcado. E tudo deu certo. Lorelai se mudou para Stars Hollow sem um tostão no bolso e conheceu uma mulher independente e tão forte quanto ela, Mia, que a ajudou a dar os primeiros passos sozinha e a criar sua filha como uma mulher dona do seu próprio nariz – como ela mesma tinha orgulho de ser.

Por Cristal

Cristina Yang

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Cristina Yang sempre deixou muito claro pra todos o que queria da vida: sucesso profissional. Ela queria ser o maior nome da medicina da sua geração, uma estrela em ascensão, uma rockstar. E durante todos os seus dez anos de Grey’s Anatomy ela quase nunca perdeu o foco e, mesmo quando se apaixonou, sempre deixou claro: não queria ter filhos. O homem que mais a amou teve muita dificuldade de respeitar isso. Owen não entendia como ela poderia amá-lo e não querer ter um filho dos dois. Mas o quê que amor tem a ver com maternidade? Porque todas as mulheres precisam querer ser mães? Porque um casal não pode ser completo sem filhos? Yang questionou tudo isso e permaneceu firme na sua decisão de não ter filhos. Um alento para todas que não acreditam que a maternidade seja o destino natural das mulheres.

Por Cristal

Carrie Mathison – Homeland

Carrie

Existe um mito de que mulheres não servem para cargos de chefia ou profissões de alto risco porque são muito emotivas e passionais. Carrie Mathison é uma prova irrefutável de que isso é uma grande mentira. A agente da CIA sofre de transtorno bipolar e é como um nervo exposto: passional, impulsiva e intensa. E são justamente essas características que a tornam a melhor naquilo que faz. Sua inteligência emocional, raciocínio rápido, intuição apurada e empatia dão a ela versatilidade para recrutar, investigar, atuar em campo no meio de uma guerra ou liderar células da Agência em territórios hostis. Ela não precisa adotar uma postura ou características que a nossa sociedade lê como masculinas para ser uma profissional respeitada. São precisamente os traços considerados mais femininos –  e por isso desvalorizados – que a tornam tão competente.

Por Laís

Jane Villanueva – Jane the Virgin

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Quando ainda era muito nova, Jane fez uma promessa para sua avó e para si mesma: casaria virgem. E de braços dados com essa promessa ela viveu muitos anos, até engravidar… virgem. Em uma consulta de rotina ao ginecologista, Jane foi acidentalmente inseminada e acabou grávida de um sujeito que ela mal conhecia. Eles se apaixonaram, namoraram, se separaram e ela voltou pro seu antigo amor. Muita água rolou debaixo dessa ponte e Jane decidiu perder sua virgindade. Ou não. E o que faz de Jane uma mulher empoderada é justamente entender que cabe a ela decidir o que é melhor pra sua vida. Se ela quiser continuar virgem? Ótimo! Se ela quiser transar? Ótimo também! Jane não é obrigada a decidir o que quer só porque está namorando, ou porque a sociedade lhe cobra o que quer que seja. Ela é livre para escolher o caminho que quiser, seja ele qual for.

Por Cristal

Claire Underwood – House of Card

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Se existe uma mulher que define a palavra empoderamento, essa mulher é Claire Underwood. Mesmo casada com o presidente dos Estados Unidos, ela não se diminui e briga por seu lugar ao sol a todo instante: seja no casamento ou na política. Esperar nos bastidores e aplaudir o sucesso do marido enquanto o seu é deixado de lado não é uma opção pra Claire, e ela está disposta a lutar com unhas e dentes para garantir o que lhe é de direito. Claire entende que o seu destino é resultado dos seus esforços e de mais ninguém, e que cabe a ela tomar as rédeas de sua vida – mesmo que às vezes isso signifique passar por cima de quem ela ama.

Por Cristal

Diane Lockhart – The Good Wife

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Diane é uma mulher cheia de privilégios, e, ao longo das sete temporadas de The Good Wife, ela tem tomado consciência de muitos deles. Branca, bem nascida, rica, a vida pra Diane começou fácil. Ela fez uma excelente faculdade e, mesmo em uma época em que mulheres advogadas ainda não eram tão comuns no mercado, ela conseguiu prosperar e, com o tempo, se tornou sócia e passou a encabeçar o nome de uma grande firma de Chicago. Ainda assim, até hoje sente o machismo de seus colegas. Ela tem dificuldade para contratar mais mulheres e vira e mexe entra em conflito com isso: até que ponto vai o seu papel de feminista? Até que ponto ela deve forçar a contratação de mais mulheres? E, na hora de advogar, é certo defender alguém que vai contra tudo que ela acredita? Defender um grupo religioso que prega contra o aborto? Diane segue lutando para entender até onde deve ir seu engajamento e está sempre disposta a aprender. Afinal, como aprendemos recentemente com Fernanda Torres, todo mundo erra.

Por Cristal

Todo mundo erra, sim, mas todo mundo pode aprender e evoluir para um mundo realmente igualitário. Sigamos estes e outros exemplos por mais respeito no mundo e pelas mulheres no protagonismo de sua própria vida.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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