Eu acho que deve haver algum tipo de regra não escrito estipulando que toda série incrível tem que ter um episódio mais ou menos para contrabalancear e levantar a bola para os episódios restantes. Só isso explica a decepção que Very Erectus causou. Veja bem, não foi um episódio horrível, mas falhou em manter o nível de qualidade que Dirk Gently’s Holistic Detective Agency apresentava até agora. Esse é o segundo episódio que não foi escrito pelo criador da série, Max Landis, e a mudança de estilo fica bem óbvia. Lembrando que 11 de dezembro a Netflix vai liberar a série completa, portanto, se quiser esperar, deixe para ler essa review depois, ok?
A Senhora Grey está pronta para recebê-lo.
A maior diferença que notamos de cara é na gritante falta de momentos de humor. Tirando pouquíssimas falas do Sargento Friedkin (que não são exatamente divertidas, pendendo mais para constrangedoras), não houve nenhuma piada. Para uma série baseada em um livro de Douglas Adams, esse é um grave pecado.
Começamos acompanhando o dia seguinte ao assassinato de Sammy pelas mãos de Gordon e ele parece ter voltado a ser o perdedor que era antes. Onde está aquele vilão frio que deixaria Negan no chinelo? Eu entendo que não há tempo de ficarem em seu personagem agora, principalmente depois de um episódio inteiro para ele, mas parece que o momento do assassinato não aconteceu. De todas as coisas de Lux Dujour que ele joga fora, decide manter apenas o casaco de peles, o mesmo que vemos o Todd-de-olho-roxo usando no piloto. Suspeito.
Todd e Dirk vão atrás das pistas deixadas pelo mapa de Patrick Spring, o que dá mais tempo para que eles conversem. É bom que o relacionamento deles possa se aprofundar, mas as eternas desconfianças de Todd já estão perdendo a graça. Praticamente todo episódio começa com Todd desconfiando e termina com ele entendendo tudo, apenas para o ciclo reiniciar na semana seguinte. Pelo menos fica plantada a dúvida sobre os poderes de Dirk, que parece ser psíquico. Pausa para a realização de que Todd recebe a mesma camisa regata que o Todd-de-olho-roxo usa de Dirk. Após muita discussão, começam a cavar e descobrem a primeira caixa, horas depois. São peças muito parecidas com a máquina steam punk no porão da mansão Spring. Vários pedaços são descobertos.
Uma das regras da moda Fashion é: se você não tem estilo, joga um casaco de peles e uma maquiagem ousada!
Na cidade, os detetives Estevez e Zimmerfield continuam com as investigações e, após descobrirem pistas chocantes contra Gordon, são despachados pelo chefe da delegacia. Alguém mais ficou com impressão de que esse cara não é normal? Mas são tantas frentes inimigas que fica difícil saber de onde são. Minha intuição me diz que ele também foi trocado. A maioria da galera da Homens da Máquina parece ter problemas mentais, mas temos alguns bem articulados, como o cara que estava no necrotério para despistar os detetives. Pelo menos eles pararam de desconfiar de Todd. Ótima atuação de Richard Schiff.
Mas o troféu Maior Decepção ficou para o núcleo Bart/Ken que serviu para acrescentar: nada! Fiquei tão triste que nem vai ganhar screencap dessa vez. Por outro lado, Amanda está cada vez mandando melhor, finalmente se aliando aos Rowdy 3. A conversa deles é bem reveladora. Eles se alimentam da energia das pessoas (como imaginávamos), mas não conhecem Dirk. Em mais um ataque de destruição de bens públicos (os Black Blocks devem estar felizes com a homenagem), Amanda começa a ter visões, mas é prontamente curada pelos Rowdy 3, recebendo a promessa de que ela não precisará se preocupar mais com isso. Como imaginava, os ataques de Pararibulitis parecem ser apenas excessos de energia, mas se continuarem sugando essa sobra, isso não apenas manterá Amanda bem, como vai ajudá-la a se livrar de sua prisão domiciliar auto infringida.
Hora do papá!
O núcleo militar volta com mais revelações (que, na verdade, já esperávamos). Os Rowdy 3 também faziam parte do Projeto Black Wings, sob o codinome Incubus. Mas a interação entre eles não é nada boa, com Amanda terminando como refém nos braços do Sargento Friedkin e os Rowdy 3 fugindo antes do Coronel Riggins conseguir fazer o contato que queria. Esse sargento sempre foi um péssimo sinal, mas está conseguindo apenas piorar todas as situações em que se envolve. Eu apenas não consigo entender se ele se faz de bobo ou se é verdadeiro.
Quando Todd e Dirk encontram todas as peças e começam a montar a maquina, para interromper a importante conversa sobre a camisa misteriosa, aparecem agentes da Homens da Máquina (o falso legista entre eles), apenas para serem comidos pela energia do tubarão presa dentro do gatinho que Dirk tinha trazido junto. Aqui aparecem várias perguntas. Teria Dirk trazido o gato de propósito ou foi apenas para ele não ficar sozinho? Como e quem fez a troca entre o gato e o tubarão? Em um primeiro momento achei que fosse pelo pessoal do Gordon, mas estou inclinado a acreditar que foi Patrick Spring quem fez isso. Mas o momento de quase morte serviu para Todd se abrir com Dirk e revelar que nunca teve Pararibulitis, apenas dizia que tinha para ganhar dinheiro fácil dos pais. Todd era uma péssima pessoa, mas Dirk está aberto a perdoá-lo. Talvez esse seja o único aspecto positivo do episódio, quem fica olhando para trás não consegue enxergar o que está à sua frente e eles tem um mistério para desvendar. Todd decide contar toda a verdade para Amanda assim que conseguirem solucionar o caso Spring.
Eu acho que eu vi um gatinho. E esse gatinho tinha um TUBARÃO dentro dele. Isso que eu chamo de fome felina!
Infelizmente, para a nossa dupla de detetives, a investigação termina em tragédia. Após entrarem no Centro de Transferência de Animais mesmo sem autorização, encontram todos os corpos trocados, apenas para serem atacados na saída. Adeus Detetive Zimmerfield (que pelo menos teve um bom episódio antes de partir), mas fico feliz de não terem poupado o homem branco para sacrificar o ator negro. O bom é que Farah estava acompanhando os 2 e acaba salvando Estevez. Isso parece com uma futura aliança se formando.
Para encerrar o episódio, Wilson, responsável pela operação militar, confronta o Sargento Friedkin, basicamente autorizando-o a descumprir as ordem de seu General e utilizar força bruta contra os alvos. Essa mulher é claramente do mal, mas ela pode simplesmente estar fazendo o seu trabalho. Ainda é cedo para definir, mas ainda não consegui tirar da cabeça que ela pode ser uma das Originais. Apenas o tempo nos dirá.
Tivemos apenas uma música hoje, em uma cena bem rápida e sem muito motivo de existir. E você percebe o quanto a música é boa e famosa quando não tem disponível nem no canal oficial da banda…
- Doing the Best – Oak Street Blues
Resumindo, foi um episódio fraco e com poucos momentos realmente importantes, mas nos deu algumas informações para não ser definido como totalmente inútil. Eu apenas espero que Max Landis volte para a função de escritor nos episódios restantes, ou a série tem grandes chances de piorar sua qualidade até se descaracterizar totalmente.
O que você achou desse episódio de Dirk Gently’s Holistic Detective Agency? Ficou feliz com a notícia de que a série foi renovada para uma nova temporada de 10 episódios? Me conta tudo nos comentários.
