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Drop Dead Diva – 6×13 It Had To Be You (Series Finale)

Por: em 27 de junho de 2014

Drop Dead Diva – 6×13 It Had To Be You (Series Finale)

Por: em

Como já tinha comentado na review anterior, pelo andamento das histórias, eu estava preparada para não achar a series finale tão boa ou fofa. Mas o que foi mostrado ultrapassou os meus pensamentos mais negativos.

Ah, Jane!

O meu sentimento foi o mesmo da minha amiga Keila: estão nos fazendo de bobo. Tivemos tramas mal escritas, argumentos sem sentido para fechar as pontas e desenvolvimentos apressados para caber em 40 minutos. Nem em uma série super fantasiosa o que foi mostrado colou.

Começando pelo desenvolvimento natural do 6×12: Jane e Ian. Mesmo depois de ser mostrado que a Jane entende os motivos pelos quais a Kim e o Owen estão preocupados com ela, ela insiste em dar explicações mal dadas para justificar suas atitudes. Não consigo aceitar que uma advogada tão brilhante quanto ela não seja capaz de explicar (ou enrolar) que ela não está sofrendo ou tem algum problema mental. Até a explicação da Stacy foi melhor e mais convincente: respeita a decisão da Jane, mostrando mais confiança na amiga do que qualquer outra pessoa. Mesmo que para ela seja fácil, já que sabe a verdade.

A falta de estabilidade da Jane, que tanto afirmou que não tinha (e não teria motivos mesmo, uma vez que o Grayson voltou), ficou evidente no caso dela da semana. Também evidenciou a falta de vontade dos roteiristas em darem um último caso que mostraria de novo o quão boa ela é e nos deixaria sentindo falta da personagem. Falar dos Sea Defenders (que nada mais são do que referência ao Sea Shepherd Conservation Society, do reality show Whale Wars) e como os navios japoneses matam baleias sem a menor dó era um bom assunto e tinha como defender lindamente (basta ver o que discutem no reality, por exemplo). Mas o roteiro nem isso fez; preferiu basear a argumentação da Jane na emoção, sem falas inspiradas, dando ao Owen espaço para sambar na cara dela. A Jane costuma pensar em alguns desdobramentos para os casos, não comete erros tão primários que até eu, que sou leiga no assunto, pensei antes.

Ficou parecendo uma enorme encheção de linguiça para ser uma metáfora para o Owen entender que, embora na vida profissional eles sejam máquinas de racionalidade, no lado pessoal nem sempre as coisas são assim. Uma pena que o desenvolvimento e a conclusão não seguiram uma boa linha de raciocínio. O roteiro não tinha que mostrar uma Jane desequilibrada e fora de si para que a gente entendesse isso; nem coerente é com a personagem. A atitude da Kim no episódio já foi o suficiente.

O casamento que não aconteceu

Tinha muitas outras formas de mostrar a Jane perdendo com bons argumentos e o Owen ajudando-a no fim. Se é que ela precisaria de ajuda, se estivesse com a cabeça no lugar. A gente já sabia, porque a história fez questão de nos enfiar goela abaixo, que a Jane teria de terminar com o Grayson, seja ele como ele mesmo ou como o Ian, poderiam ter encerrado de uma forma bem melhor. Acredito que, se tivessem adiantado alguns episódios a morte do Grayson, poderiam ter desenvolvido melhor esse “luto” da Jane e a relação dela com os sócios.

Poderiam também ter colocado neste episódio um dos sonhos malucos da Jane, que sempre foram ótimos. Ou ter a Brooke Elliott cantando junto do Ian.

A curta evolução do Ian nestes últimos episódios foi uma boa transição. Como a gente já tinha visto as dificuldades de morrer e voltar em um corpo estranho, não faria sentido colocar de novo em tela, ainda mais com a Jane ali do lado ajudando-o.

A Kim acabou sendo a personagem que mais mudou nessa reta final. De uma pessoa fria e focada na carreira, ela acabou criando uma amizade bonita com o Owen (e com o Grayson também), pode se mostrar vulnerável algumas vezes (seja com o pai voltando ou com a maternidade ou com a quebra de protocolo ao beijar o cliente) e ficou mais alegre, menos dura e mais sensível. O que ela fez pelo Hank no 6×12 foi emocionante.

Em relação à Stacy, vou confessar que eu nem lembrava mais que ela estava grávida e só queria ver o casamento. Mesmo com a barrigona dela sempre estampada, nem me passou pela cabeça que as crianças teriam de nascer neste episódio. Com ela, as coisas correram como o esperado e tiveram cenas engraçadinhas, como a bolsa estourando e ela achando que poderia casar e depois ter os bebês.

Adorei que trouxeram a Teri de volta e que deram alguma função para a personagem. A história dela com o Ian foi boba, mas não dava para esperar um grande arco dramático. Só não entendi o porquê da Jane ter permitido que a Teri continuasse com a turnê, sendo que elas não trabalham mais juntas.

Falando rapidinho do Paul, foi divertido ele se dedurando rindo de vídeos bestas. Como de costume, o anjo da guarda não foi de muita serventia, mas também não atrapalhou nada.

Como conclusão, este episódio não foi nada bom. A cena final, da Jane ao piano com o Ian, foi bonita e romântica, ao tom da série, mas só isso não basta. Uma pena que um seriado tão fofo e fantasioso teve um encerramento desses, que mais pareceu uma colcha de retalhos mal feita. Obrigada a todos que acompanharam até aqui e até mais!


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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