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Dupla Identidade – 1×07

Por: em 9 de novembro de 2014

Dupla Identidade – 1×07

Por: em

Em apenas sete episódios, Eduardo Borges conseguiu alcançar o posto de maior misógino da TV brasileira, superando até mesmo certos apresentadores de talk shows noturnos. O sadismo e o desprezo que Edu demonstra pelas mulheres é impressionante, e a série só perde pontos por não nomear este fato, o que já é comum se tratando da nossa mídia.

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Apesar de ainda estar na metade, a série já parece conduzir seus plots para um clímax – o que indica que podemos ver uma grande reviravolta nos próximos episódios. Por exemplo,  a aproximação de Edu e Tati, uma provável vítima. A adolescente certamente faria parte de um gran finale no número de Edu… porque sim! O que o psicopata está montando é teatral, dramático e tem um objetivo final (que certamente não envolve ser pego). Apesar de deslumbrada com os olhos azuis do “carinha”, a filha de Dias pode não ser tão vulnerável quanto parece, ela ainda pode surpreender.

É justamente a falta de vulnerabilidade que dá uma vantagem a Vera. A loira não tem o fator que mais atrai Edu , por isso ela desperta nele uma vontade de “jogar”, de pressionar seus limites, não de matá-la. Mas a psicóloga também tem um grande obstáculo: a falta de credibilidade que ela encontra em seu ambiente de trabalho, e muito provavelmente por ser mulher. Dificilmente alguém duvidaria da palavra de um homem policial que já trabalhou para o FBI como duvidam de Vera.

Ela jogou a isca espalhando a notícia do “perfil geográfico” do serial killer e Edu caiu facilmente. Ele está tão envolvido no jogo de provocação que tem com a psicóloga que sequer considerou a hipótese de ser uma armadilha. Ele de fato está em uma fase de euforia em que acredita poder fazer qualquer coisa, e é justamente seu ego que pode fazê-lo se entregar em algum momento.

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Na última review comentei que não fazia muito sentido ele manter um relacionamento amoroso se não assumia Ray para ninguém. Bem, essa questão parece bem esclarecida agora. A coisa que Edu mais ama é ter o controle sobre a vida das suas vítimas – como com Ana, a quem ele decidiu quando viveria e quando morreria – e não tem coisa mais fácil que controlar as emoções de Ray. A produtora de moda vai ao céu e ao inferno no exato momento que Edu decide o que ela deve sentir. Ela é como uma massinha de modelar, e isso diverte o serial killer.

Só que dessa vez ele parece ter cruzado um limite que não poderia ser cruzado, e o pior, deixando pistas que não poderia ter deixado. O acesso de loucura de Ray deveria terminar com seu carro quebrado (o que provavelmente faria Otto lhe dar um novo), mas a moça foi além e, em uma virada inesperada, expôs Edu para a única pessoa que acreditaria naquela história.

Edu se encaixa no perfil e confirma a teoria de Vera sobre o serial killer ser alguém de dentro da polícia. Não há motivos para ela não acreditar na versão de Ray. A dúvida é se vão acreditar nela e a dinâmica da série mudará completamente ou se o “fogo amigo” entre os dois vai continuar até que ela tenha provas concretas (o que não será nada fácil de conseguir). O fato é que acuar Edu coloca Tati, Ray e até mesmo Larissa em sérios riscos.

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Algumas observações:

– Gloria Perez adora fazer Debora Falabella chorar a alma fora. Durante o surto de Ray eu só lembrava da Mel, de O Clone. Fiquei até esperando tocar “My lover’s gone”.

– A Globo anda pedindo consultoria de algum especialista em Shibari, né? Aquelas suspensões impecáveis só podem ter vindo de um Mestre.

– Tô garrando ódio do Dias. Cara turrão, sabonete, infiel e do tipo que acha que pode resolver as coisas agarrando mulher pelo braço e beijando.

– Junior cansou de viver a arte, das coisas que a natureza dá em Paris e está voltando. Qual a necessidade disso?

-Será que veremos algo sobre o passado, a infância ou a família de Edu? Há algumas suspeitas de que possa envolver o Otto, mas como exatamente?

A série vem melhorado e dá pra dizer que este sétimo episódio teve o melhor roteiro até agora, sendo também coroado por uma atuação impecável de Debora Falabella, essa mulher incrível. Sem falar no melhor cliffhanger de todos. O que você acha que vai acontecer no próximo episódio? Comente com a gente!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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