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Elenco de Ugly Betty se reune no ATX Television Festival

Por: em 13 de junho de 2016

Elenco de Ugly Betty se reune no ATX Television Festival

Por: em

Ugly Betty

Saudades de Ugly Betty? Quase todo elenco da série se reuniu no ATX Television Festival no sábado em Austin, Texas, para reviver os bons momentos.

Estavam presentes Silvio Horta (criador da série), America Ferrera (Betty), Vanessa Williams (Wilhelmina), Eric Mabius (Daniel), Michael Urie (Marc), Tony Plana (Ignacio), Ana Ortiz (Hilda), Mark Indelicato (Justin), Rebecca Romijn (Alexis), Ashley Jensen (Christina) e Judith Light (Claire). Becki Newton (Amanda) não pôde ir por estar com pneumonia.

As diretoras-executivas do ATX Emily Gipson e Caitlin McFarland informaram que a reunião de Ugly Betty levou somente duas semanas para planejar. Todo o elenco respondeu dentro de 24 horas que queriam participar do painel.

America disse que a atriz e produtora Salma Hayek a chamou pessoalmente para interpretar Betty. “Não tinha ouvido nada sobre o show e ela chegou em mim e disse ‘Você é minha Ugly Betty’ e eu fiquei tipo ‘Não sei o que isso significa, mas eu vou fazer!’ e fiz a série”, revelou. Já Ana Ortiz teve de fazer testes, “junto com todas as atrizes latinas de Los Angeles e Nova York”.

Michael Urie contou que seu personagem deveria ser substituído em todos os episódios, com a Wilhelmina tendo um novo assistente todas as semanas porque ou eles se demitiriam ou foram demitidos ou assassinados. Porém, Horta disse que é um mito, com um fundo de verdade. “Eles nos deram um orçamento, então uma forma de colocar pessoas que não deveriam ser regulares era com participações especiais. Então dissemos que [o Marc] deveria ser uma participação”.

Horta disse que a inspiração da série foi sua própria vida. “Cresci com mãe solteira e uma irmã, que se chama Hilda. E escrevi muito de mim no Justin, então foi menos ‘Quero escrever sobre algo diferente do que está na TV’, mas ‘Quero escrever sobre minha vida e experiências’”, revelou.

Tony Plana fez America chorar ao contar sua história com a série. “Fiquei honrado, porque sabia que era um show latino, uma série em espanhol, e lendo o roteiro, senti muita responsabilidade de interpretar este personagem da forma correta e fui desafiado pelo fato de ser tanto uma comédia quanto um drama… ainda tenho o discurso que fiz para minhas duas filhas gravado porque amei aquela fala na cozinha, quando conto o que aconteceu com a mãe delas e, de novo, colocamos um rosto nos imigrantes de uma forma como nunca fizemos antes”, explicou.

Mark Indelicato disse que a melhor parte de interpretar o Justin foi estar passando pelo mesmo processo que o personagem, ao mesmo tempo. “Estava me descobrindo e minha orientação sexual junto com ele, então nos ajudamos e guiamos o caminho todo”.

Ana Ortiz e America Ferrera se orgulham de terem ajudado a criar Mark. “Fizemos um bom trabalho?”, perguntou Ortiz, compartilhando a história de como ele descobriu que Justin era gay. “Foi o primeiro dia que nós quatro estávamos juntos e tínhamos ido almoçar no Queens. America tinha 21 e estava falando ‘Gente, isso é tão divertido, vocês parecem a minha família! Ana, eu sinto que sou sua irmã mais nova! E Mark, você é tipo meu sobrinho gay!’ E ele parou e disse ‘Justin é gay?’”. “Estávamos tentando descobrir como lidar com isso, porque sentimos que você estava passando pelo menos processo que o personagem, então para mim, tinha um dilema ético”, disse Horta para Indelicato. “Não queria te forçar a ir a um lugar onde você não estava pronto. Sempre senti que você lidaria com tudo isso de uma forma incrivelmente madura”, completou.

Rebecca Romijn disse que estava interessada em interpretar uma personagem transgênera na série. “Não hesitei por um minuto. Achei maravilhoso. Nunca tinha feito antes. Eu a interpretei como uma mulher e meio que abri caminho para pessoas como Candis Cayne e Laverne Cox”. Horta disse que teve a ideia logo no começo, estava preocupado sobre como abordar o assunto para o canal, mas ter Romijn no papel ajudou a colocar as coisas em ordem.

Ainda no universo LGBT, Michael Urie se orgulha do momento em que seu personagem saiu do armário para a mãe, na primeira temporada. “Recebi uma mensagem no MySpace que dizia ‘Eu estava assistindo ao episódio com a minha mãe e, no fim, ela disse que se tivesse um filho gay, que ele não tivesse medo de dizer’. Todos recebemos mensagens do tipo. A série realmente tocou as pessoas e mostrou verdades. Nunca foi pelo caminho fácil”.

America contou que a história que mais marcou foi quando Betty e Marc estavam competindo para a mesma posição e ela ganhou. Marc disse que ela levou porque era latina e era verdade. “Foi uma das primeiras vezes que Marc disse algo que realmente machucou a Betty. Esse comentário ficou com ela, porque a fez sentir tão pequena”.

Vanessa Williams gostou muito de gravar uma cena em que Wilhelmina e Marc ficam perdidos no Queens. “Ela é muito rude com o taxista, ele os expulsa do carro e eles não têm dinheiro. Vimos algumas pessoas de rua ou moças da noite em um canto e estou usando um casaco de pele branca e muito arrumada”.

Horta conta que não tinha planos de tirar a palavra “ugly” (feia) do título. “Não sabia como seria o final, quando começamos. A maioria das pessoas que dizem que sabem como a série ia terminar, estão mentindo. É uma coisa orgânica. Quando fizemos o episódio de ‘makeover’, foi exagero. O ponto é, o que faz uma pessoa pensar quando ouve isso? A verdade é, vamos ver além disso – o título, o nome – então no fim, a palavra se desfaz porque nunca deveria estar ali”, resume.

Williams revelou que o elenco se uniu muito com o passar dos anos com jantares e almoços temáticos e assistiam ao episódio juntos antes de ir ao ar. “Era como uma companhia de teatro. Todo mundo estava ali, parte da equipe, investidos nas histórias dos outros, como a história estava indo e como você se encaixaria”, contou Judith Light. Horta queria fazer um episódio musical, mas não tinha orçamento para isso.

America falou sobre a dificuldade de ter famílias hispânicas na TV. “Como ouvimos Silvio falar, ele não estava tentando quebrar barreiras. Ele estava escrevendo sobre o que sabia. Acho que grande parte de nos vemos na tela é ter mais pessoas, experiências e vozes mais diversas, na sala de roteiristas, e criando e contando essas histórias. Nem sempre é a experiência mais autêntica ter uma sala cheia de gente que não faz parte de minorias escrevendo sobre minorias”, explica.

Michael Urie contou que a dinâmica entre Marc e Amanda era muito orgânica e igual à fora das câmeras. “Era uma dessas coisas de ‘ovo e galinha’. Nossa amizade se tornou os personagens e os personagens vieram da nossa amizade. Nos unimos e ainda somos próximos. Se não deu para perceber, todos nós ainda somos muito próximos. A coisa mais estranha para mim é que não parece que o tempo passou”.

Será que Betty e Daniel ficaram juntos? “Era um amor diferente, não era sobre essa garota feia entre aspas procurando um cara que dissesse que ela era boa o suficiente”, disse Ferrera. “A Betty mostrou para ele que ele era bom o suficiente. Sempre pensei que aquela última cena do Daniel voltando e agradecendo era porque…”, então a atriz percebe que Daniel nunca disse “adeus”. “Você não se despediu de mim! Você estava bravo porque eu tinha conseguido um emprego melhor. Por que você estava bravo?”, questionou. Mabius respondeu “porque as coisas estavam começando”.

Sobre a possibilidade de um revival da série ao estilo Gilmore Girls, America respondeu “O Hulu vai fazer um especial de duas horas, então vamos descobrir o que vai acontecer. Não é verdade, mas se você twittar – todo mundo aqui peguem seus celulares. Hashtag: #BettyReboot. Precisamos de uma hashtag e twittar e então vamos convencer o Hulu a fazer um especial de duas horas. A hashtag vai ser #HuluBringBackUglyBetty.”, brincou.

Assista abaixo ao painel completo:


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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