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Fear The Walking Dead – 1×03 The Dog

Por: em 16 de setembro de 2015

Fear The Walking Dead – 1×03 The Dog

Por: em

Depois de seu primeiro hiato, Fear The Walking Dead foi eficiente em construir mais um episódio pautado pela tensão e a série me agradou novamente. Começamos exatamente onde So Close, Yet so Far terminou, com Travis, sua ex-esposa e filho, encurralados em uma barbearia – no meio de um verdadeiro furacão social depois que a polícia matou “inocentes” pessoas, apesar delas não terem feito “nada”. Maddie está com Nick e Alicia (impacientemente) aguardando o marido, tentando criar uma atmosfera de tranquilidade dentro da sua residência.

FTWD The Dog 3

Confesso que fiquei encolhida durante quase todos os 40 minutos de exibição essa semana. A situação dentro e fora da loja dos Salazars foi de tirar o fôlego e, a partir do momento em que todos se colocam em fuga, pensei que as coisas fossem ficar muito piores. Foi interessante ver como Walkers já estavam atacando pessoas e tendo em vista a violência que se instalou no confronto do povo revoltado e a polícia, passaram despercebidos. Estava crente que algum dos nossos personagens principais iriam já rodar ali, mas não, a mama Salazar só teve o pé esmagado. Coisa pouca comparada a outras possíveis tragédias.

Outra coisa bem interessante foi a procura deles por um hospital e a quase instantânea constatação de que isso já é em vão. Em tese um local cheio de enfermos é o primeiro foco, mas ainda percebemos uma primeira hesitação das forças à atirarem nos infectados – tudo isso foi feito na frente de Travis e sua trupe, para tornar as coisas ainda mais controversas. A constatação de que outros hospitais estariam na mesma situação foi algo bom, provando que nossos personagens não têm problemas em assimilar as coias. 

FTWD The Dog 4

Enquanto espera o marido, Madison tenta tranquilizar os ânimos em sua bucólica casa, com direito até à uma partida de Banco Imobiliário. Mas é claro que o vizinho do último episódio apareceria e não seria por uma xícara de açúcar. Olha, como você com uma coisa daquelas rondando sua casa, deixa a porta aberta? Óbvio que quando você convenientemente saísse para procurar uma arma na casa ao lado, ele iria entrar e aguardar feliz pelos que estavam chegando. Bem previsível, mas as vezes os artifícios mais simples são eficientes em deixar a tensão lá em cima.

Para os clássicos fãs de zumbis, foi aqui que a diversão de The Dog começou. Travis chegou e tentou fazer o compreensivo com o vizinho, que tentava incansavelmente comer sua carne. Graças ao bom pai, o seu Salazar estava lá e meteu um belo de um tiro na cara do Walker, o que resultou em um dos exemplares mais nojentos de toda mitologia criada por Robert Kirkman até então. Mesmo com o rosto destroçado, ele continuou vindo e era capaz de o Travis ter convidado ele para tomar um chop se, mais uma vez, Daniel não tivesse intervido salvando sua vida. Ele parece estar mais preparado para a situação do que quase toda a nossa disfuncional família protagonista, tirando Nick (mesmo viciado, ele sabe que as coisas estão f*didas e Madison, que sabe que não dá para ter pena – ou você mata ou morre)

 

Alicia finalmente parece estar descobrindo o que está acontecendo. Ao retornar para buscar munição, ela tem um encontro com uma senhorinha nipônica, já zumbificada. Na fuga, resta clara que a convivência das duas famílias de Travis não vai dar muito certo. Chris tentou ajudar a meia irmã e acabou com uma suspeita de fratura no nariz. Susan, a velhinha zumbi, então fica lá na cerca, fazendo os já característicos grunhidos do seu povo, dando oportunidade para que todos possam contemplá-la e pensar no que está realmente acontecendo com o mundo em que eles vivem.

Se tem uma coisa que aprendemos em The Walking Dead é que no novo mundo não há espaço para os que nutrem alguma esperança de reversão da situação – pestanejam antes de agir. Em 5 temporadas da série principal, a desconstrução dos personagens foi uma das melhores coisas da história e essencial para a sobrevivência deles. Então Travis precisa tomar um susto logo, porque do jeito que ele é atualmente, não vai muito longe quando as coisas ficarem realmente ruins.

Talvez por ter crescido em um ambiente hostil, Daniel Salazar já tenha sacado que o comportamento dos Manawas não vai ser de muita ajuda, mas ele parece que está prestes a descobrir que sua certeza de que pode ajudar a esposa machucada Griselda é um tiro no escuro. Quem aí duvida que ela vai ser a primeira deles a passar pela irreversível transformação?

Senti um alívio quando eles finalmente partiram, deixando a família dona da barbearia para trás. Mas claro que algo se colocaria no meio do caminho e, como Maddie previu, o marido da vizinha chegou cheio de amor para dar. A cena foi bem interessante, seria o primeiro contato de Alicia com a violência e brutalidade dos Walkers – mas, surpreendentemente os militares chegaram com o pé na porta, derrubando a zumbi e confiscando o marido por ele ter entrado em contato com o sangue infectado (É assim que há o contágio? Sabemos que não).

Como eu disse na minha primeira resenha, a presença de forças como Exército é algo bem interessante e que pode adicionar muito à trama de Fear. A figura de autoridade estatal é completamente ausente em TWD e em The Dog já deixa clara a (falsa) sensação de segurança que ela traz. Já sabemos que o contingenciamento da infecção não vai funcionar, mas estou curiosa para ver como esse controle vai se desmantelar – já que a atuação do governo é uma das maiores questões não respondidas na série mãe.

O episódio nos proveu vários momentos tensos e até assustadores. Os personagens ainda estão transitando na ignorância e aquiescência sobre o que está acontecendo. Talvez fosse mais interessante se Fear focasse em um clima quase de documentário, mostrando o que pessoas como eu e você fariam nesse contexto quase apocalíptico. Essa pegada deu muito certo em filmes como Extermínio, um dos mais assustadores do gênero. #FicaDica

Na terceira semana fica a certeza de que Fear tem material para render mais história, ficando obsoleto talvez caso sua linha temporal venha encontra a da sua série mãe. Mas vamos ver, está muito no começo e até agora, agradando.

Fique agora com a promo de Not Fade Away, dia 20 de setembro:

E você? O que achou do episódio? Ficou com peninha do cachorro? Fique a vontade para comentar e complementar a resenha.

Observações:

– Se não existisse Travis para ser o compasso (chato) moral de Madison, ela já estaria se consolidando como mais uma figura feminina Bad Ass a nascer dentro do universo de The Walking Dead.

– Travis está sendo o pé no saco da série até aqui, vamos começar a se desconstruir aí amigo, se não vamos começar a torcer pela sua morte.

– Será que aquele avião é onde teremos o episódio especial?

– Daniel e a filha vão sobreviver, fato. Griselda está com os dias contados.

– Agora que eles estão presos em casa, será que Alicia vai escapar para ver como está o namorado?

– Essa ânsia de Nick em se drogar, por mais que compreensível é bem irritante. Maddison está até sendo firme, mas ele precisa de um balde de realidade para se situar na vida.

– Maddie teve perspicácia no final ao mentir para os militares. Se os militares soubessem…

– Me enerva um pouco o fato deles não estarem já estocando coisas, como comida e remédios. Tipo, desde a guerra fria se sabe que é isso que se faz nessa situações. No Brasil mesmo, no já longínquo início dos anos 90, por conta da nossa conjuntura econômica, as pessoas já compravam tudo o que podiam para guardar.


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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