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Frequency – 1×10 The Edison Effect / 1×11 Negative Copy

Por: em 13 de janeiro de 2017

Frequency – 1×10 The Edison Effect / 1×11 Negative Copy

Por: em

É tanta coisa errada que me pergunto se os roteiristas ainda dão a mínima para essa série. Não sei se começo a falar pela estupidez do Frank, que obviamente enquanto um policial não sabe nem cometer um assassinato decente, pela Raimy, que parece herdar essa característica do pai e cometer um erro após o outro, ou o departamento da polícia, a falta de compreensão de Julie, sinceramente, foi tanta coisa errada junta e não faço ideia como Frequency conseguiu se salvar no final do episódio com um twist minimamente competente.

Depois da descoberta que o Nightindale era o Deacon Joe, muita apreensão criou-se em torno do próximo passo, eliminar a possibilidade de o padre voltar a aparecer na linha do tempo, o que seria resolvido apenas se Frank matasse o serial killer lá em 1996. Uma ideia interessante e promissora, Frequency tinha conseguido se segurar ao longo de nove arrastados episódios sobre a premissa básica de descobrir quem era o assassino e mata-lo. O erro aparece quando vemos um policial, que saberia os passos de uma investigação e o mínimo sobre crimes, cometendo uma série de erros e deixando todas as respostas para trás. Se Frank está muito bom em cometer erros, sua filha tornou-se especialista nesse ponto. A policial depositou toda sua esperança que seu pai conseguiria cumprir com sua parte do plano e desencadeou uma ação mais imprudente que a outra.

The Edison Effect faz referência à descoberta de Thomas Edison, relacionada à emissão termoiônica, onde os elétrons adquirem energia suficiente para escapar da superfície do elemento metálico emissor. Esse aspecto físico em nada se conecta com o episódio em questão e muito menos homenageiam o inventor que observou o fenômeno que intitula o capítulo. Muito pelo contrário, Frequency ainda comete os mesmos erros e nos entrega uma trama arrastada.

Depois de nove episódios que não nos forneceram resposta nenhuma e um winter finale que deixou muitos mistérios abertos, o retorno da série busca resolver nos últimos quatro episódios tudo aquilo que não conseguiu. O grande problema continua na falta de perspectiva, episódios que continuam se arrastando e parecem perdidos na própria história que querem contar. O roteiro ainda insiste no óbvio e não nos traz nenhuma surpresa, até mesmo nessa reta final, salvo pelo acidente de Frank, que se perguntarem, diria que foi um contratempo desnecessário, que serviu apenas para dar o último suspiro de uma reviravolta intrigante.

Das cenas que serviram para preencher o texto com momentos de ação, agora só destacam a falta de competência da direção e roteiro em aparecer com algo decente para os momentos finais. O elenco aparece sem a menor ideia do que estão fazendo, soando quase como se nem eles mesmo quisessem ficar ali. A série já não tem mais fôlego para episódios e usam de reviravoltas desnecessárias para chegarem até o final.

E faltando pouquíssimo para concluir sua história, Negative Copy insere a reta final de Frequency de uma maneira decente, em comparação ao trajeto feito até aqui. Após o twist do episódio anterior, concluímos que Frank não obteve sucesso na sua tarefa de matar Deacon Joe, embora sua filha tenha executado isso excepcionalmente na atualidade, o que comprometeu sua carreira como policial. No entanto, o ponto forte de Frequency mora no seu elemento temporal, embora o foco da série desde o início não tenha sido necessariamente em teorias científicas ou a própria física tentando explicar o fenômeno que ocorre no show, é neste aspecto que a série consegue exercer um bom trabalho e aparecer com um roteiro que não seja tão cansativo.

Após falhar no assassinato de Joe, na segunda tentativa de cometer tal crime, Frank acaba induzindo que o padre tire os corpos encontrados por Raimy em Gray Line, o que causa uma nova mudança na linha do tempo da série. Como sempre, bagunçar a linha do tempo segue sendo o passatempo favorito da família Sullivan, e desta forma os eventos de Edison Effect podem ser basicamente esquecidos, obrigada. Os aspectos pertinentes à viagem no tempo surgem outra vez e se destacam como um dos poucos pontos fortes do roteiro, que parece não saber para onde recorrer mais na história.

Julie Sullivan, que se destacou durante a temporada como uma das personagens mais chatas, finalmente mostrou todo um potencial desperdiçado na personagem, que atuou muito melhor como uma parceira de Frank, ao invés de agindo praticamente contra ele. Se tudo o que fez foi criar mais problemas na cabeça do policial, em Negative Copy finalmente aliou-se ao marido (ou ex-marido, não ficou muito claro) para ajudá-lo a chegar num bom senso e ainda deu uma prensa em Satch que estava atrás do amigo por alguma razão x.

Agora com as mudanças na linha do tempo, não fica muito claro se Joe continua sendo o Nightindale Killer, uma vez que Frank cuidou que ele fosse preso em 1996, ou quem assume o posto como o notório assassino é o irmão de Meghan, que descobrimos estar vivo após os acontecimentos no passado que alteraram o presente. Frequency entra em ritmo de final com algumas poucas cartas na manga para encerrarem sua história pelo menos de uma maneira decente. Mas ainda espero um pedido de desculpas nos créditos finais por nos fazer chegar até aqui.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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