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Galavant

Por: em 9 de janeiro de 2015

Galavant

Por: em

Uma comédia medieval não é algo com que estamos acostumados nesse vasto mundão das séries. E para dar um toque ainda mais extravagante ao conto de fadas, Galavant é também um musical. Produzida pela ABC para cobrir a winter break de Once Upon a Time, a série terá apenas 8 episódios, com a exibição de dois a cada semana.

Galavant-PI

Galavaaaaaaaaaant

Galavant conta a história do bravo cavaleiro (Joshua Sasse, Rogue) que precisa resgatar sua amada Madalena (Mallory Jansen, Young & Hungry) das garras do rei Richard (Timothy Omundson, Psych). Pelo charme da moça, a paixão foi à primeira vista. Tirano do jeito que é, sequestrou-a e impôs o casamento. O que ninguém esperava era que ela escolheria a fama e a fortuna ao invés do amor – deixando Galavant no limbo, de coração partido. Para tirá-lo do fundo do poço, surge a princesa Isabella Lucia Maria Elizabeth de Valencia (Karen David, Castle) e o fiel escudeiro Sidney (Luke Youngblood, Community). Nesse contexto, nem tudo funciona bem para o herói. Mesmo após a rejeição, ele parte novamente para libertar Madalena e acaba se envolvendo em confusões hilárias.

Para colocar em prática essa ideia genial, um time de grandes talentos foi escalado. Seu criador, Dan Fogelman (Tangled e Crazy, Stupid, Love), se juntou a Alan Menken (Aladdin, The Hunchback of Notre Dame e Beauty and the Beast) e Glenn Slater (The Neighbors) para dar vida e som aos personagens. Eles já tinham trabalhado juntos em Tangled (2010), daí já dava para saber que as músicas não seriam pouca coisa.

Galavant-King-Richard-Madalena

Por falar nisso, as canções são deliciosas e cumprem bem a função de um musical que tenta se firmar. Elas têm o incrível poder de grudar na cabeça e, mesmo após horas do fim do episódio, você se pega cantando algum trecho nonsense de alguma delas. E para quem pensa que conto de fadas é coisa de criança, as músicas estão de prova que não é bem assim. O conteúdo delas é, na maioria das vezes, bem adultinho – e pesado, se você considerar os versos brutais cantados pelas criancinhas no início.

Filmada na Inglaterra, não preciso dizer que o visual é maravilhoso, né? Nem vou comparar com Once Upon a Time porque é sacanagem com a veterana. O figurino é outro aspecto positivo da série – deu para perceber que não economizaram nisso. Nem na escolha das participações especiais. Já no segundo episódio, John Stamos (Glee, The New Normal) dá as caras como um oponente de Galavant, de nome John Hamm. Logo mais, teremos também Hugh Bonneville (Donwton Abbey).

Galavant-Cast

O elenco tem uma química bem interessante e, sem dúvidas, os atores souberam segurar bem os personagens. Para um musical, espera-se muito as habilidades de dança e canto de cada um. Nisso, os que não sabiam cantar, pelo menos tiveram o auxílio da produção para mostrar o melhor ao público. Além dos personagens citados na sinopse, outros que merecem destaque são o cozinheiro (Darren Evans, My Mad Fat Diary) e o braço direito do rei, Gareth (Vinnie Jones). Podem não aparecer muito, mas suas falas são ótimas e fazem parte de cenas muito engraçadas.

Mas nenhum personagem se iguala ao King Richard – ele é, de longe, o que há de melhor em Galavant. Ele tem tiradas ótimas e uma personalidade divertidíssima, indo da extrema (e hilária!) tirania a praticamente o fundo do poço no quesito de carência. Apaixonado pela Madalena, ele quer mover céus e terras para fazer as vontades da amada, tudo isso na esperança de que ela retribua esse amor. Mas como no meio do caminho sempre tem uma pedra, a nova rainha não para de compará-lo a Galavant.

Galavant-King-Richard

I’m such a bully!

O início da narrativa tem um quê de Beauty and the Beast, em que os habitantes, cantando, introduzem ao público a história dos personagens principais. E daí vem aquela avalanche de críticas. Juro que me dá agonia toda vez que alguém vem com esse argumento de “ah, que história clichê”. Sério, gente, dá um tempo. É para ser uma comédia sobre contos de fada, não um projeto perfeito para ganhar o Emmy. #ApxSincera. Além disso, a própria música inicial já prevê a história clichê.

Apesar do plot central já ter sido usado por tantas narrativas, as pequenas reviravoltas são o que há de melhor na série. Seja pela conduta desistente de Galavant ou pelas motivações da princesa Isabella (quem assistiu aos dois episódios vai entender melhor as referências), elas funcionam muito bem na prática e na sequência de ações dos personagens.

Galavant-Isabella-Sidney

Nesse meio tempo, o roteiro não é dos mais primorosos – cito como exemplo a falta de apresentação dos personagens. Com exceção do herói principal que dá nome à trama, os outros são apenas introduzidos de forma a dar continuidade às histórias. Nada explica a mudança repentina de “caráter”, por assim dizer, de Madalena. Na teoria, se ela tivesse realmente essa predisposição para a ganância e a maldade, Galavant teria percebido em algum momento.

Apesar disso, de modo nenhum me decepcionei com a estreia de Galavant. Desde o primeiro teaser, espero essa série ansiosamente e foi uma das únicas que chamou a minha atenção logo de cara. Talvez por ser um gênero de que gosto demais ou pelo pacote de bons atores, figurino legal e fotografia bonita. Mesmo com essa alta expectativa que depositei sobre ela, ainda assim foi uma surpresa muito positiva. Claro, tem os seus equívocos, e está longe de ser perfeita. Afinal, não seria ABC se não tivesse seu charme bobinho. Mas é divertida e, o melhor de tudo, curta – assim, não tem muito tempo para que a estraguem irremediavelmente.

Galavant-premiere

Mais um motivo para ver Galavant 😉

E vocês, já foram conferir a premiere de Galavant? Para quem não é muito perfeccionista e gosta de comédias para passar o tempo, fica aqui minha dica para a Mid Season de 2015. Venham comentar comigo!


Giovanna Hespanhol

Jornalista apaixonada pela cultura pop e por tecnologias. Forte tendência a gostar de séries ruins e comédias água com açúcar.

Bauru/SP

Série Favorita: Doctor Who

Não assiste de jeito nenhum: Game Of Thrones

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