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Game of Thrones – 6×06 Blood of my Blood

Por: em 31 de maio de 2016

Game of Thrones – 6×06 Blood of my Blood

Por: em

Blood of my Blood pode não ter sido tão eletrizante ou surpreendente quanto seus antecessores, mas cumpriu uma função importantíssima para a série quando olhamos a figura de um pouco mais longe. Ele aparou arestas que muitos de nós nem lembrávamos que estavam sobrando, e chacoalhou o tabuleiro de leve, para que a as próximas peças se encaixem de forma mais fluída.

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Hodor pode ter segurado a porta o quanto conseguiu, e pela distância que Meera alcançou, foi por um tempo considerável, mas em algum momento estava claro que eles seriam encontrados. Enquanto ela arrastava Bran por uma tempestade, ele processava as memórias que recebeu do Corvo antes de morrer. Bran viu o passado, o destino da sua família, o reinado do pai de Daenerys e talvez tenha tido alguns relances do futuro. Como não conseguiu completar seu treinamento, é possível que a compreensão daquelas visões ainda não tenha acontecido de fato, e que ele mesmo ainda não consiga identificar o contexto real de cada cena. Mas ele vai precisar se apressar em entender o que viu e cumprir a sua missão, seja qual for.

Quando não parecia mais haver saída, os dois foram resgatados por Benjen Stark, desaparecido desde a primeira temporada após uma missão para Além da Muralha. No final da quinta temporada, a série chegou a relembrar o personagem em um “previously”, já que ele foi citado para atrair Jon Snow para a emboscada. Mas dessa vez, sem pegadinhas, Benjen de fato ressurgiu, em mais um encontro inesperado da família Stark. A revelação de que foi salvo pelos Filhos da Floresta com vidro de dragão não só responde a uma pergunta antiga, como abre novas possibilidades e trás ainda mais fôlego para a trama de Bran. Benjen é um aliado importante para a sua sobrevivência, já que possui conhecimento, poderes maiores que a boa vontade de Meera, e compartilha o  mesmo sangue que Bran – o que, nesse caso, significa que ele ganhou mais um protetor leal.

Se o sangue Stark é uma garantia quase certa de lealdade e proteção, não podemos dizer o mesmo sobre os laços que ligam os Tarly. Sam² e Gilly foram recebidos de braços abertos pela mãe e pela irmã do patrulheiro, mas a reação do seu pai foi bem diferente. Sam já tinha comentado, em suas conversas com Jon, que a relação com o pai era complicada, mas na prática a coisa funcionava ainda pior. Apesar de ter um filho inteligente, dedicado, leal e corajoso (à sua forma, mas corajoso), Tarly nunca conseguiu enxergar qualquer qualidade em Sam, simplesmente por ele não se encaixar nos padrões de “brucutu” que ele esperava. Castle Black era um ambiente hostil para Gilly e Sam(dy) Junior, mas aquela casa não daria a eles uma vida muito melhor.

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Se os dois ficassem ali, Gilly seria tratada como criada, considerada uma das posses da família e provavelmente seria assediada em algum momento. Em um cenário muito otimista, o bebê seria criado com a mesma “cortesia” que Sam, o que, como vimos, também não é algo que você deseje para alguém que ama. O mais provável, no entanto, é que os dois fossem mortos para evitar que o nome da casa fosse maculado. Quando foge levando Gilly, o bebê e a espada, Sam assume um risco calculado, mas o que quer que aconteça, pelo menos acontecerá com eles juntos, e ele ainda terá a chance de protege-los de alguma forma.

Bran reencontrou o tio, Sam reencontrou os pais, e A Garota reencontrou Arya Stark. Sempre tivemos indícios de que em algum momento, Arya deixaria seu treinamento para voltar mais forte ao seu plano de vingança, só realmente não esperava ver isso acontecer tão cedo, e de um jeito tão abrupto. Mas ela percebeu a tempo que não queria se tornar aquele tipo de assassina, e que nunca poderia ser aquele tipo de pessoa. Da mesma forma que ela não conseguia deixar para trás seu senso crítico, sua consciência, não conseguiria deixar para trás o remorso de completar aquela missão. De qualquer forma, o que ela aprendeu, ela aprendeu. A menina perdida das temporadas anteriores é agora alguém completamente diferente, mas que ainda vai precisar derrotar uma grande adversária antes de deixar Braavos.

Em Game of Thrones, se existe alguma chance de algo dar MUITO errado, normalmente dá. Mas este episódio mostrou uma movimentação bem atípica em Kings Landing. Tínhamos Margaery pronta para seguir os passos de Cersei, os Lannister e os Tyrell prontos para acabar com a festa do Pardal e os seguidores da Fé prontos para morrer por uma causa. O banho de sangue estava prestes a começar, mas a torneirinha foi fechada na última hora. Tommen finalmente resolveu agir como um rei e tomar um atitude. Pena que foi uma atitude completamente bizarra, que quase nos fez sentir saudade de Joffrey mandando matar todo mundo.

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Impressionante como as mentes mais perigosas e manipuladoras de Westeros conseguiram perder um banana como o Tommen para o High Sparrow. Margaery como sempre estava jogando em benefício próprio, e negociou a sua própria libertação com a única arma que ainda tinha. O filho de Cersei, por sua vez, caiu completamente na conversa mole e selou uma aliança com os fanáticos. Foi chato, foi estranho, foi anti-clímax e, bem, ainda existe uma grande chance de dar MUITO errado. Pelo visto estão cozinhando a trama da capital em banho maria para os outros núcleos avançarem durante a temporada, e a missão dada a Jamie é uma prova disso.

Nosso saudoso Walder Frey, o mestre de cerimônias mais disputado de Westeros, deu o ar da graça pela primeira vez desde o Casamento Vermelho. Ele perdeu Riverrun e boa parte de seus aliados para Brynden Tully, e agora conta com dois trunfos para recuperar o castelo: o apoio dos Lannisters e Edmure Tully, que esteve preso desde a noite de núpcias. São personagens que duraram um pouco mais que Benjen, mas já estavam quase tão esquecidos quanto ele, e trazer toda essa gente de volta, com tramas tão relevantes, é mais um sinal de que estamos vendo uma convergência para o fim da saga. É ótimo perceber que todos esses movimentos estão acontecendo com calma, no tempo certo, e Game of Thrones terá uma fundação sólida do início ao fim.

Todos os olhos estão voltados para o mesmo lugar. Os Tully e Riverrun voltam a ocupar um posto significativo, como na segunda e terceira temporada. Brienne e Jaime dessa vez estarão em lados opostos, e Sansa pode surgir com a mesma força de Catelyn nos velhos tempos. Só espero que Jon dê mais ouvidos a Brynden que Robb fez. A teimosia do rei do Norte causou toda aquela desgraça, então é bom que a história não se repita.

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Sobre Daenerys, bem, a menina sabe fazer um discurso motivacional, né nom? Mas ainda prefiro vê-la queimando todo mundo que treinando a oratória em cima de um dragão. O ponto mais interessante da cena com a Khaleese foi justamente a menção aos mil navios que ela vai precisar para levar seu exército até Westeros – já que no episódio passado vimos, olha só que coincidência! Yara e Theon partindo com mil navios para oferecer à Dany.

Algumas observações:
– Já trouxeram de volta: Benjen, Edmure, Walder, Brynden e até a Agulha. Agora, a pergunta que não quer calar: KD Gendry??

– Cersei, que decepção. Eu aqui esperando você escolher a violência, mas até o inverno vai chegar antes disso.

– Se perdeu com esse tanto de gente do passado ressurgindo? Dá uma olhada nesses posts sobre Benjen e os Tully para refrescar a memória.

– Se no gogó a Dany já levanta multidões, imagina essa menina na era da tecnologia fazendo TED Talks? Seria sucesso!

– Já quero ver Sam matando um Walker com a espada roubada? Sim ou claro?

– Dia difícil pra quem achou que veria nudes da Margaery.

Gostou do episódio? Ficou surpreso com os retornos e reencontros? Acha que a aliança de Tommen com o Pardal vai dar certo (jura??)? Deixe seu comentário e até semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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