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Reprodução: HBO

Game of Thrones – 7×01 Dragonstone

Por: em 17 de julho de 2017

Game of Thrones – 7×01 Dragonstone

Por: em

Game of Thrones retornou para sua sétima temporada com um status de Copa do Mundo. A série superou barreiras como a de ser produto de um canal premium, ser uma série de fantasia, abusar de cenas violentas e matar personagens queridos sem a menor cerimônia e se tornou uma comoção mundial. Conseguiu chegar ao seu sétimo ano com mais fôlego que nunca, colecionando prêmios de reconhecimento da crítica e mobilizando exibições públicas em bares, praças, na casa de conhecidos ou simplesmente lotando de comentários as redes sociais. Assistir à premiére junto com todo mundo ganhou um significado maior que o de assistir TV, ganhou o significado de participar de um grande evento junto com fãs de todo o planeta, e há muitos anos não se via algo assim.

Reprodução: HBO

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E a HBO foi muito cuidadosa para gerar esta comoção. Foi cuidadosa quando divulgou a data do lançamento em uma live participativa no Facebook, foi cuidadosa evitando vazamentos como os da quinta temporada, e até gravando diversas cenas falsas para despistar possíveis boatos. Mas acima de tudo, foi cuidadosa quando definiu o tom de Dragonstone. Um episódio extremamente otimista (para os padrões de Game of Thrones), e que serviu muito mais para recapitular o que estava acontecendo em Westeros, depois do maior hiato que a série já teve.

A vingança definitiva de Arya contra os Frey foi um presente para a audiência, que nunca vai se recuperar do Casamento Vermelho, mas pelo menos teve o gosto de ver todos eles pagando pela traição. Jogar um “O Norte se lembra” assim, de cara, é a melhor forma de deixar todo mundo empolgado pelo que vem por aí, e acreditando que finalmente o jogo virou para aqueles por quem torcemos. Mas se tem uma coisa que aprendemos depois de tanto tempo assistindo a essa série, é que se você quer justiça, veio ao lugar errado. Os planos de vingança de Arya começaram bem. Cersei está praticamente encurralada por seus inimigos em Kings Landing. Sam descobriu uma mina de ouro (ou vidro de dragão, que vale mais que um milhão de reais em barras de ouro) nos livros da Cidadela. Daenerys enfim voltou para Westeros. E sabe o que isso parece? Uma tempestade violenta se formando.

E os primeiros relâmpagos parecem ter surgido em Winterfell, com Jon e Sansa enfrentando seus primeiros conflitos internos. Aliás, a filha mais velha de Ned e Cat passou de personagem mais insuportável da série à mais sensata. Sansa estava certa sobre Ramsay, e por não tê-la ouvido, Jon quase pagou com a própria vida e a de seus aliados. Snow continua se espelhando nos homens que serviram de exemplo para sua vida, mas o problema é que eles estão mortos. Ele próprio, inclusive, também já foi morto por causa da sua ingenuidade. Sansa aprendeu melhor que ninguém a sobreviver, e aprendeu com Cersei, que não só destruiu seus inimigos, como chegou ao trono de ferro. Jon pode saber como lidar com os mortos, mas quando se trata da relação com vivos, ele realmente deveria começar a ouvir o que Sansa tem a dizer.

Reprodução: HBO

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Euron e seu ego mais anabolizado que o Montanha-zumbi foram até a capital oferecer apoio à rainha, mas a cena pareceu muito mais com o núcleo cômico da novela das sete que com uma aliança política e formando. Mais piadas sobre a falta de mão do Jaime (já tá na hora de parar, né?), insinuações sobre ser legal matar o próprio irmão e, por enquanto, nada feito entre os Lannister e os Greyjoy. Cersei não está em posição de recusar aliados, mas seu orgulho também é uma arma. Aceitar a primeira oferta que apareceu na sua sala, ainda mais vinda de alguém com um histórico tão duvidoso, seria um claro sinal de fraqueza, e a última coisa que ela precisa neste momento é demonstrar fraqueza.

Sandor continua em uma jornada pessoal de redenção pelos pecados do passado. Acabou encontrando abrigo em um lugar conhecido e viu, justo no fogo, seu maior inimigo, a revelação de um futuro sombrio que se aproxima Além da Muralha. Pouco a pouco, as pessoas estão tomando ciência ou começando a acreditar nas histórias que, até então, não passavam de lendas contadas pelos seus antepassados sobre um inverno que parecia não voltar mais. Sabendo da ameaça, seria mais esperto da parte dele queimar os corpos em vez de enterrar. Karma não perdoa, né?

Não sei se a gangue do Ed Sheeran vai ter alguma utilidade ou se só apareceram para o cantor fazer a pontinha dele na série. Arya já tinha feito seu debut triunfal no banquete pré-créditos, e o bate-papo descontraído não acrescentou muito ao seu arco. Mas a gente nunca sabe o que vai sair desses encontros no meio da floresta, né? Jaime e Brienne cruzaram com um velhinho aparentemente inocente numa dessas e a história acabou com um rapto e uma mão decepada.

Reprodução: HBO

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A chegada de Daenerys à sua terra natal não foi uma cena de muitas palavras, mas o que mais precisava ser dito? A garota Targaryen passou anos fazendo longos discursos, promessas e planos que de tanto serem repetidos, já estavam começando a perder o sentido e soar como as antigas histórias de Valíria. Não havia mais nada a dizer ali. Daenerys chegou com seu exército, seus navios, seus aliados, seus dragões. As portas de Dragonstone se abriram novamente para receber a sua legítima rainha. E se lá pela segunda e terceira temporada a gente já começava a dar uns bocejos quando a abertura mostrava o mapinha da Pedra do Dragão, agora a coisa muda totalmente de figura.

Com o aviso de Sam a Jon sobre onde encontrar obsidiana, o encontro do Rei do Norte com a Mãe dos Dragões parece ser só uma questão de tempo. O problema é que o grande jogo em Westeros não é tão simples quanto o que ela se acostumou a jogar em Essos. Suas frases de efeito e sua habilidade de comover as massas não serão suficientes para que ela receba o apoio que precisa das casas rivais. Tyrion teve uma participação quase nula nesta premiére, mas certamente ele será uma das peças mais valiosas no tabuleiro de Daenerys com seus conhecimentos e habilidades políticas daqui pra frente.

Quase todos os personagens que sobraram vivos na série apareceram neste episódio, com exceção de Olenna, Bronn, Melisandre e o povo mala de Dorne – que eu me lembre. Isso resultou em uma estreia meio corrida, sem grandes evoluções na trama, mas nada incomum considerando os outros primeiros episódios da série. O problema é que temos poucos episódios pela frente para encerrar todas essas jornadas, então… Vamos começar?

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Algumas observações:

– Sansa tentando explicar pro Jon como a vida funciona e ele perguntando se é parecido com o Joffrey. As definições de “não é este o ponto” foram atualizadas.

– A temporada será cheia de encontros inusitados, pelo que disseram. Já começou com a mãozinha do Jorah dando susto no Sam.

– Eu sinto que não foi boa ideia deixar o Bran entrar.

– Pisa menos, Lyanna Mormont.

– Quero o mapa da Cersei pintado no chão da minha sala. Coisa linda.

Curtiu a estreia de Game of Thrones e está se segurando para não dar spoiler nas redes sociais? Pode abrir o coração aqui nos comentários! Até a próxima!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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