Girls – 6×04 Painful Evacuation | Apaixonados por Séries

Pela primeira vez na temporada, tivemos um “previously on Girls…” para resgatar informações aparentemente descartáveis dos episódios anteriores. Não imaginei que Paul-Louis, o instrutor de surfe, voltaria à história com um papel tão importante. Hannah está grávida. Em Painful Evacuation, a protagonista só sai do banheiro para ir ao hospital a fim de curar uma simples infecção urinária (ou, como diria Elijah, num momento de intimidade escrachada: Law & Order: UTI… pã, pã!) e recebe a notícia, que mudará o rumo da série. Hannah parece ofendida quando o médico, com quem já teve um affair, insinua que ela abortaria o bebê.

O prêmio de momento fofo do episódio vai para Hannah, deitada no colo de Elijah, que a acaricia com a mão suja de pizza. Ainda sob o choque da gravidez, a protagonista mal consegue emitir uma palavra. Elijah certamente vai apoiar qualquer decisão que ela tomar: ele é o melhor amigo de Hannah, desbarrando todas as outras Girls, e eu estou curtindo cada vez mais a interação da dupla.

Ainda não tenho apostas sobre o futuro desta gravidez, mas certamente podemos aguardar debates sobre a maternidade e o feminino nos próximos episódios. É um amadurecimento espetacular (e surpreendente) à medida em que caminhamos para o desfecho da série. O tema já começou a ser abordado, logo no início de Painful Evacuation, quando Hannah está entrevistando uma escritora desinibida que, por algum motivo, a chama de Hillary. Tudo bem, se você também se esqueceu desta cena: eu só recuperei a memória quando vi o episódio pela segunda vez.

Ser escritora e mulher é difícil como parece? É mais difícil.

Corre e dá um abraço coletivo nas amigas blogueiras.

Adam é um personagem tão complexo. Ao mesmo tempo em que sente raiva, parece se fazer de “bonitinho” para Jessa. Ele tem dificuldade de trabalhar com outras pessoas – e isso já ficou claro anteriormente, quando ainda namorava Hannah e decidiu se dedicar ao teatro. Mas o ataque que vimos neste episódio, com direito a rosnada, traz uma dose de paixão e intimidade. Adam e Jessa se entendem e, apesar de estar enraivecido com o emprego, Adam parece brincalhão. Estão apaixonados. É um relacionamento repleto de brisa e fogo. O casal deixou cicatrizes em Hannah e na série, mas é bacana vê-lo se desenvolver e estabelecer uma parceria. Apesar de a ideia do filme ser impulsiva e quiçá infantil, espero que vá adiante e permita que eles se reaproximem dos demais personagens.

Enquanto Hannah, Adam e Jessa lidam com a possibilidade de novos projetos (tanto no útero quanto no cinema), o episódio é mais denso para os outros personagens. Preciso perguntar: como ninguém contou ao Ray que Marnie o traía com Desi? Alô, Shoshanna?

Hermie foi a pessoa mais honesta com Ray, como um padrinho que torcia por ele – apesar de ter um jeito fanfarrão de expressar esses sentimentos. Espero que sua morte repentina funcione como uma alavanca para Ray melhorar de vida. Está na hora de largar “a garota sarada” e voltar a se dedicar aos projetos na música, no roteiro e no serviço comunitário. Ray merece mais do que um orgasmo falso e um poema sobre “boca de leão” depois do sexo. Honestamente, já passei da fase de shippá-lo com Shoshanna, mas gostaria de ver essa amizade ir para frente. O empurrãozinho que ela dá para Ray falar com Hermie é fundamental (embora o timing seja infeliz – RIP, Hermie).

Marnie abandona Ray neste episódio para ir à terapia com Desi, seu ex-marido e amante, que aparentemente se recupera do vício em drogas. Vamos fazer um minuto de silêncio e tomar um longo copo d’água, bem demorado, para homenagear a cena em que Desi revela a verdadeira personalidade de Marnie. O terapeuta também está de parabéns.