Precisamos falar sobre Gotham.
A primeira temporada de Gotham recebeu críticas por apresentar um maçante estilo procedural, enquanto a segunda foi elogiada por apresentar uma trama contínua, ágil e ascendente. Depois de seis episódios, acredito que já seja tempo de comentar sobre a situação do ano atual – e ela é no mínimo estranha.
Analisando as últimas semanas isoladamente, “Anything for You” e “Follow the White Rabbit” representam bons episódios. Entretanto, olhando para o quadro geral é fácil afirmar que a série aparentemente está sem foco. Anteriormente as histórias eram contadas com um objetivo maior, por exemplo: os Maniax eram parte do plano do Galavan e após o grupo ser desfeito este tornou-se o grande vilão, foi confrontado e então os experimentos do Strange foram devidamente introduzidos, eis que isso conectava-se com o Bruce Wayne e assim por diante. Atualmente, as coisas estão sendo contadas paralelamente e é difícil enxergar algum propósito para elas.
O 3×05 deu ênfase para o Pinguim e a situação política dele, enquanto o 3×06 dedicou praticamente o tempo todo para o Chapeleiro Maluco. Ao mesmo tempo a Corte das Corujas está caminhando com passos lentos no roteiro. Fish Mooney basicamente sumiu com as criaturas fugitivas. A Ivy cresceu e está toda misteriosa aparecendo aqui e ali. Barbara virou uma comediante de bar e, ah, inseriram também um possível triângulo amoroso entre o Pinguim, Nygma e uma nova personagem. Ok, mas onde é que toda essa mistura quer nos levar? Até então parece uma colcha de retalhos que está longe de ser remendada. Qual é o grande foco da temporada?
Torço para que futuramente eu queime a língua e a temporada mostre uma razão para todas essas histórias, porém, enquanto isso não ocorre precisamos analisar os fatos isoladamente. Assim sendo, nessas duas últimas semanas foi difícil não perceber a evolução (ainda maior) na relação entre o Pinguim e o Nygma. Os dois se desestabilizaram com uma desconfiança, mas isso ajudou para fortificar os laços entre eles. O Pinguim agora acredita que esteja apaixonado, o que chega a ser bizarro e definitivamente não dará certo com a chegada da tal Isabella. Fico em dúvida se a inserção desse romance é fanservice ou realmente ganhará sentido daqui um tempo.
O Chapeleiro não ficou nada bem com a perda da irmã e decidiu fazer um jogo macabro com o Gordon. Se for possível ficar mais danificado, sem dúvida Gordon ficará. Essas “escolhas” trágicas acumularão na bagagem (já pesada) de pesadelos que ele carrega. Aliás, por falar nas vítimas, espero que a Valerie Vale possua relevância daqui para frente (não em um romance forçado, por favor) e não tenha sido inserida apenas como ferramente de roteiro para este momento de chantagem emocional.
Por fim, ao que tudo indica Gotham está apostando bastante em relações pessoais, visto que a situação entre Bruce e Selina também avançou um pouquinho. As interações entre eles são fofas, mas me deixam com um pé atrás com medo de que a série comece a exagerar nesse quesito. Analisando a circunstância atual da história, o futuro pode ser muito bom ou muito ruim… Façam suas apostas.
E você, o que está achando da série? Gostou dos últimos episódios? Conte pra gente!
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Observações:
–Gotham sempre fez grandes referências às histórias em quadrinhos, porém está longe de seguir fielmente seu material original. Assim, um romance entre Oswald e Nygma pode ser interessante, mas também pode parecer extremamente deslocado… Espero que trabalhem o assunto direito.
-Na minha cabeça, o Gordon escolheu matar a Lee porque sabia que o Jervis faria o contrário… Ou será que ele guarda algum rancor?
-Benedict Samuel está fazendo um ótimo trabalho como Chapeleiro, entretanto o personagem já está cansando. Está na hora de começar outro arco!