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Grey’s Anatomy – 13×03 I Ain’t Miracle Worker

Por: em 9 de outubro de 2016

Grey’s Anatomy – 13×03 I Ain’t Miracle Worker

Por: em

Que a décima terceira temporada de Grey’s Anatomy tem desagradado e muito grande parte dos fãs da série, isso parece não ser nenhum segredo. Já que desde o meu retorno nas reviews em 2016 sofro junto com os mesmos fãs que não sabem ao certo o que fazer com as intenções de Shonda Rhimes. Mas se existe uma vantagem quanto a ter as expectativas baixadas a quase nulo é que quando algo de bom surge na tela, mesmo que momentaneamente – ou no caso de Grey’s por pouco mais de quarenta minutos – a esperança retoma seu local de fala e faz com que a gente não se sinta tão desesperado assim. E foi bem esta minha sensação ao assistir I Ain’t Miracle Worker.

De longe o melhor episódio desde a estreia da temporada, não que isto venha a ser um grande mérito depois de termos passado duas semanas se questionando o porquê de tantas mudanças ruins no roteiro. O retorno de Arizona à trama trouxe com ela alguns elementos positivos para a narrativa de Grey’s Anatomy, que na falta de plots interessantes envolvendo seu elenco fixo tenta emocionar ao se inspirar em casos da semana capazes de promover alguma identificação direta com o público.

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Em mais um dos inúmeros “casos raros” atendidos pelo Grey Sloan Memorial Hospital, a Síndrome de Lázaro vem à tona na verdade para se contextualizar ao texto de abertura do episódio. Mais que falar sobre pequenos milagres, I Ain’t Miracle Worker retrata a constante vivida por nós em diferentes momentos da vida: e se tivéssemos uma segunda chance? O que em um primeiro momento parece ter uma resposta sim, aos poucos demonstra o quão complexo as coisas podem ser. A possibilidade de perdoar alguém não implica que de fato faremos isso, assim como, por maior que tenha sido a passagem de tempo desde a morte de morte de um ente querido, parte de nós gostaria que tudo não passasse de um sonho ruim.

A postura de Robbins de não tomar partido baseado aos anos de convivência, serve como um alívio já que a maior punição de Karev foi ter sido encaminhado para o atendimento na clínica mantida pelo hospital. Triste, mas não muito distante do que se esperar de Grey’s. Tão próximo, por exemplo, de vermos uma April desesperada para estar dentro de um centro cirúrgico. Mas como eu disse, ainda bem que os enfoques aqui tinham muito mais a ver com outros personagens que não estes.

O diálogo entre Arizona e DeLucca demonstrou um pouco do que muitos de nós gostaríamos de ter feito. Colocando pela primeira vez um olhar mais real à gravidade do crime cometido contra ele. Assim como a conversa com Alex, deixa clara sua decepção ao ter que admitir que Karev nem de longe está para quem ela gostaria que ele estivesse.

A história da filha “rebelde” que depois de anos resolve retornar em busca do perdão da mãe, após perceber que se ausentar pode tê-la privado de bons momentos, sentidos com o falecimento do pai. Traz aqui aos poucos a mensagem sobre a importância e dificuldade do perdão. Abordagem usada em episódios passados, como The Sound of Silence Exigindo quase sempre que se enxergue o lado positivo das coisas. Dando chances para que as coisas possam de fato ser diferentes, ainda que muita coisa mude e que nós mesmos estejamos um pouco diferentes a cada novo amanhecer. Reconhecer nossas falhas e assumir novas posturas tende a ser sempre algo positivo.

E ainda que o episódio tenha usado de uma nova versão das tradicionais caronas de Meredith para o hospital, a dinâmica, agora sem Amelia, parece não ter lá tanto encaixe assim. Falando em Shepherd, foi interessante vê-la mais próxima de Pierce e não tão alheia a tudo a que acontece com os outros personagens. E mesmo que eu tenha me decepcionado um pouco ao acreditar, por um momento, que ela seria capaz de perceber que Meredith na verdade estava interessada em Riggs e por isso pediu para que ele se afastasse de Maggie. Continuo esperando algo de interessante para a personagem.

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O fato é que toda esta dinâmica entre Grey e Pierce acaba por gerar uma das coisas que eu realmente não compreendo o sentido. Isso de tentar construir uma linha a ser quebrada entre Maggie e Meredith. Sério! Estamos faz três s emanas vendo a cada episódio as tentativas de aproximação de Pierce e quase sempre nos diálogos a presença da importância de se confiar e discutir abertamente todos os assuntos com as pessoas que você “se importa”. Enquanto Meredith se esquiva e permanece como mantenedora do famoso “segredo”. A impressão que tenho é que esperam criar em nós certa antipatia pela personagem, ou taxar ali algo como “policial bom x policial mau”.

Mas o maior problema nisso tudo é talvez até pudesse funcionar se estivéssemos vendo a Grey’s Anatomy do início dos anos dois mil, não a série que pontuamos por inúmeras vezes como grande porta-voz de temas importantes como o racismo, homofobia e empoderamento feminino. De qualquer forma, considero que a mensagem de I Ain’t Miracle Worker foi transmitida com sucesso já que quase sempre nos esquecemos de enxergar os ditos “pequenos milagres”. E que neste caso foi ver que ainda existe esperança para o novo ano de Grey’s.

Concorda comigo? Discorda? Não deixa de postar seu comentário aqui embaixo, nem de me dizer o que achou da volta de Robbins aos corredores do hospital mais famoso de Seattle. Nos vemos na próxima review!


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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