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Grey’s Anatomy – 13×17 Till I Here It From You

Por: em 28 de março de 2017

Grey’s Anatomy – 13×17 Till I Here It From You

Por: em

“E o carrossel nunca para de girar”.

A emblemática frase de Elis Grey, e símbolo da essência de Grey’s Anatomy, traduz bem a força motriz que possibilitou à série a comemoração de doze anos no ar. E nesta de ter que estar sempre em movimento, fez também com que a trama – criada por Shonda Rhimes – se deparasse com anos memoráveis e outros marcados por grandes falhas no roteiro ou até mesmo com a constante sensação de mais do mesmo. Afinal de contas, a série que atualmente exibe a sua décima terceira temporada já trilhou diversos caminhos até chegar aonde chegou.

Till I Here It From You se arrisca ao confirmar questões levantadas desde o início deste novo ano. Se apoiando, no entanto, no que a série sempre soube produzir de melhor, o drama.

O retorno de Diane Pierce me trouxe (novamente) a sensação de que o episódio caberia tranquilamente como terceiro ou quarto da temporada. Comprovando o problema vivido por séries mais longas, quando em momentos críticos como o que vem sendo o ano de Grey’s Anatomy. Dando a impressão de que as coisas estão ali só pra cumprir tabela. E ainda que não se tenha aqui um ineditismo, é importante para o espectador acreditar que algo de produtivo deve surgir nos próximos episódios. Mesmo que a mensagem não necessitasse de longos vinte quatro episódios para ser entregue.

A aproximação de Meredith Grey e Nathan Riggs era tão certa e óbvia quanto a, finalmente declarada – para o meu desânimo – paixão de DeLucca por Jo Wilson. O problema na realidade foi toda aquela necessidade de infantilizar esta aproximação ou insistir em se desenvolver um falso triângulo amoroso com Pierce como figurante, e por mais que eu queira me afastar desta que pra mim foi uma das piores escolhas da série, tudo parece convergir para o mesmo ponto. Como se o carrossel de Grey’s estivesse falhando, num looping constante e enjoativo. Tanto, que tudo caminhava para um bom desenvolvimento. Sendo impossível negar que o drama vivido pela mãe de Pierce, e até mesmo o futuro e as consequências da doença mãe na vida da cardiologista nos próximos episódios da série, será fundamental para que a gente crie um pouco de empatia, em um ano tão insosso.

O problema é que mais uma vez a série roda para cair no mesmo lugar. Reproduzindo, sob outra ótica, a situação da irmã (Meredith) que para “proteger” Maggie em um momento de fragilidade continuará omitindo seu interesse por Riggs. Sério? Isso é tão factível quanto o ímpeto de DeLucca em declarar seu amor platônico por Wilson. Mas mesmo assim, Till I Hear It From You entra para a lista de episódios melhores que a média deste ano tão fraco para Grey’s Anatomy.

Provando que, pela primeira vez em mais de um ano, Amelia foi capaz de construir um diálogo descente (ou seria correspondente à minha expectativa?) e trazer à tona uma pergunta que sempre me fiz desde os tempos de Christina Yang: seria egoísmo de Hunt a insistência para ser pai? A análise certamente merece um pouco mais de atenção, mas foi colocada pela primeira vez de forma a entender o quão complexo são os relacionamentos. E ainda que a série tenha pintado Amelia, muitas vezes, como instável e infantil, não pude deixar de notar o quanto o diálogo entre ela e Owen representa uma série de relacionamentos que muitas vezes são guiados pela falta premissa de que o problema é sempre de um dos lados. Não deixando de ser verdadeira a afirmação de Sheperd ao questionar até onde Owen estaria disposto a ir senão fosse para ter a tida concepção de felicidade travestida em comercial de margarina.

Till I Hear It From You retrata o agora, a constante da vida em sempre queremos mais tempo quando na verdade a única certeza que se tem é de que ele não para e quase nunca pode ser vivenciado na totalidade. E assim, discursando sobre a ironia da vida, Grey’s Anatomy tenta demonstrar que o crescimento ou a mudança quase sempre vem por dois caminhos: o amor ou a dor. Bom, no caso de Shonda Rhimes a gente já sabe o que deve nos esperar.

E aí, o que achou do episódio? Não deixa de dividir aqui embaixo. Te vejo na próxima semana!

 


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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